Em fevereiro e março de 2016 eu
postei dois artigos sobre historiadores e teólogos católicos que negam o
primado do bispo romano nos primeiros séculos (que você pode conferir aqui
e aqui).
Um ano depois, uma página de apologética católica em espanhol (essa
aqui) publicou uma resposta ao meu artigo, que eu só tomei conhecimento há
poucos dias através de um amigo hispânico. Nessa resposta, eles basicamente
não refutam NENHUM dos historiadores e teólogos católicos citados no artigo,
apenas dizem que “não são católicos de verdade” (uma desculpa típica de perdedores,
ignorando que esses teólogos e historiadores jamais foram excomungados pela
Igreja, e muitos deles continuam sendo extremamente influentes e reconhecidos
no meio católico até hoje).
Aqui irei primeiro listar
aqueles e outros historiadores católicos falando sobre o papado nos primeiros
séculos (entenda “papado” aqui como a crença na jurisdição universal de um bispo
romano infalível, como se defende hoje na apologética católica popular), e
depois lidarei com os argumentos deles. A maioria dessas citações foram
coletadas pelo Bruno Lima, do excelente e indispensável blog Respostas Cristãs, que por
falta de tempo não pode postar artigos novos no momento, e por isso eu
publicarei aqui (você pode conferir a tag de artigos sobre o papado no blog dele clicando aqui).
A partir dessa leitura, estará claro que a apologética católica de
internet é refutada pelos próprios historiadores e teólogos católicos mais
sérios – que eles, como bons iletrados que são, jamais leram ou ouviram falar.
Sem mais delongas, vamos às
citações.
1º Richard McBrien (sacerdote e teólogo
católico e professor da Universidade de Notre Dame)
Richard McBrien foi um padre católico e professor de Teologia na Universidade de Notre Dame. Ele escreveu 25 livros,
incluindo um texto de referência sobre a Igreja depois do Concílio Vaticano II.
Ele foi ordenado sacerdote católico e obteve seu doutorado em teologia pela
Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, em 1967. Ensinou no Seminário
Nacional Papa João XXIII, em Weston. Também foi presidente da Sociedade
Teológica Católica da América de 1974-1975, presidente do Departamento de
Teologia da Universidade de Notre Dame de 1980-1991 e diretor do Instituto de
Educação Religiosa e Ministério Pastoral, no Boston College. Em 1976 foi
premiado com o John Courtney Murray Award por realizações notáveis e
distintas em teologia.
“Fontes
primitivas, incluindo Eusébio, reivindicam que Lino ocupou o cargo por cerca de
12 anos, mas elas não são claras sobre as datas exatas ou o seu exato papel
pastoral e autoridade. Deve ser lembrado que ao contrário da piedosa crença
católica, a estrutura episcopal monárquica de governo da igreja (também
conhecida como o episcopado monárquico, em que cada diocese era liderada por um
único bispo) ainda não existia em Roma neste tempo” (MCBRIEN,
Richard P. Lives of the Popes: The Pontiffs from St. Peter to Benedict XVI. San Francisco: Harper, 2005, p. 34)
"Pedro
era uma figura de importância central entre os discípulos do Senhor (...) No
entanto, os termos primazia e jurisdição é provavelmente melhor evitar ao
descrever o papel de Pedro no Novo Testamento. Eles são pós-bíblicos, de fato" (MCBRIEN, Richard P. Catolicism. San Francisco: Harper, 1994, p. 753)
2º Eamon Duffy (proeminente
historiador católico)
Eamon Duffy é um historiador e acadêmico irlandês. Ele é professor
de história do Cristianismo na Universidade de Cambridge e membro e
ex-presidente do Magdalene College. Formou-se na St Philip's School e fez
pós-graduação na Universidade de Cambridge. Duffy é especialista em história
religiosa da Grã-Bretanha dos séculos XV a XVII. Ele também é um ex-membro da
Pontifícia Comissão Histórica.
“Para
começar, na verdade, não havia 'papa', nem bispo como tal, pois a igreja
em Roma foi lenta a desenvolver o cargo de presbítero ou bispo chefe... Clemente
não fez nenhuma reivindicação de escrever como bispo... Não há nenhuma maneira
de definir uma data em que o cargo de bispo dirigente surgiu em Roma... mas o
processo estava certamente completo pelo tempo de Aniceto, em meados dos anos
150” (DUFFY, Eamon. Saints & Sinners: A History of the Popes. 2ª ed. London: Yale University Press, 2001,
p. 9, 10,13)
“Estas
histórias foram aceitas como história real por algumas das maiores mentes da
Igreja primitiva – Orígenes, Ambrósio, Agostinho. Mas elas são o romance
piedoso, não história, e o fato é que não temos relatos confiáveis nem do final
da vida de Pedro nem a forma ou local de sua morte. Nem Pedro nem Paulo
fundaram a Igreja de Roma, pois havia cristãos na cidade antes de qualquer um
dos Apóstolos por os pés lá. Também não podemos supor, como Irineu fez,
que os Apóstolos estabeleceram uma sucessão de bispos para continuar seu
trabalho na cidade, pois todas as indicações são de que não havia um bispo
único em Roma por quase um século depois da morte dos Apóstolos. Na verdade,
para onde quer que olhemos, os contornos sólidos de uma sucessão de Pedro em
Romaparecem obscuros e frágeis" (DUFFY, Eamon. Santos
e Pecadores: A História dos Papas. New Haven e Londres: Yale University
Press, 1997, p. 2)
"Por outro lado [a um bispo romano que anteriormente tinha sido martirizado], na próxima perseguição sob Diocleciano em 303, papa Marcelino (296-304?) teria cedido à pressão. Ele entregou cópias das escrituras e ofereceu sacrifício aos deuses. Ele morreu um ano depois em desgraça, e a igreja romana passou a esquecê-lo" (DUFFY, Eamon. Santos e Pecadores: A História dos Papas. New Haven e Londres: Yale University Press, 1997, p. 14)
"Por outro lado [a um bispo romano que anteriormente tinha sido martirizado], na próxima perseguição sob Diocleciano em 303, papa Marcelino (296-304?) teria cedido à pressão. Ele entregou cópias das escrituras e ofereceu sacrifício aos deuses. Ele morreu um ano depois em desgraça, e a igreja romana passou a esquecê-lo" (DUFFY, Eamon. Santos e Pecadores: A História dos Papas. New Haven e Londres: Yale University Press, 1997, p. 14)
“Sem
o apoio do império, o papado se tornou a posse das grandes famílias romanas,
uma passagem para o domínio local para o qual os homens estavam dispostos a
estupro, assassinato e roubo. Um terço dos papas eleitos entre 872 e 1012
morreu em circunstâncias suspeitas - John VIII (872-82) espancado até a morte
por sua própria facção, Estevão VI (896-7) estrangulado, Leão V (903)
assassinado por seu sucessor Sérgio III (904-11), João X (914-28) sufocado,
Estevão VIII (939-42) horrivelmente mutilado, um destino compartilhado pelo
antipapa grego João XVI (997-8) que, infelizmente para ele, não morreu com a
remoção de seus olhos, nariz, lábios, língua e mãos. A maioria desses homens
foi manobrada ao poder por uma sucessão de famílias poderosas - os
Theophylacts, os Crescentii, os Tusculani. João X, um dos poucos papas desse
período que tomou posição contra a dominação aristocrática, foi deposto e
assassinado no Castelo Santo Ângelo pelos Theophylacts, que o havia nomeado em
primeiro lugar (...) Dos vinte e cinco papas entre 955 e 1057, treze foram
nomeados pela aristocracia local, enquanto os outros doze foram nomeados (e
nada menos do que cinco demitido) pelos imperadores alemães. O antigo axioma de
que ninguém pode julgar o papa ainda estava nos livros canônicos, mas na
prática há muito tempo foram anulados. Os próprios papas estavam profundamente
envolvidos na guerra dinástica da nobreza romana, e eleição à cátedra de Pedro,
como já vimos, era frequentemente uma mercadoria para venda ou troca” (DUFFY,
Eamon. Santos e Pecadores: A História dos Papas. New Haven e
Londres: Yale University Press, 1997, p. 82-83, 87)
“Os
Padres Conciliares receberam a leitura do documento de Leão com entusiasmo,
declarando que «Pedro tinha falado através de Leão». Isto não era mais do que o
que Leão cria acerca de todas as declarações papais (...) Os bispos em
Calcedônia, porém, não faziam tal suposição. Eles reconheciam a especial
dignidade e a honra da sede apostólica, mas não supunham por isto que
qualquer coisa que dissesse o seu bispo devia ser verdade, e parecem ter crido
que nesta particular ocasião Pedro tinha falado por meio de Leão. Eles adotaram
a solução dele ao problema, portanto, não meramente porque era sua, mas porque
a julgaram verdadeira. Para sublinhar isto, no cânon 28 do Concílio reafirmaram
o ensino do Concílio de Constantinopla, de que Constantinopla tinha precedência
depois de Roma, «porque é a Nova Roma»” (DUFFY, Eamon. Santos
e Pecadores: A História dos Papas. New Haven e Londres: Yale University
Press, 1997, p. 35)
3º Karl Josef von Hefele (a maior autoridade
católica em história conciliar)
Karl Josef von Hefele foi um teólogo católico alemão. Estudou na
Universidade de Tübingen, onde, em 1839, se tornou professor de história
eclesiástica e patrística na faculdade católica de teologia. Entre 1842 e 1845
ele também foi representante na Assembleia Nacional de Württemberg. Em dezembro
de 1869, foi entronado bispo de Rotemburgo.
“Não
posso entender como é possível, depois de ler as atas precedentes, imaginar-se
sequer por um instante que os bispos deste Concílio considerassem os direitos
em discussão como de origem divina, e que o ocupante da Sede de Roma fosse,
jure divino, supremo sobre todos os pontífices. É bem possível, claro está,
afirmar, como alguns fizeram, que as atas tais como as temos foram mutiladas,
mas o argumento implica não só muitas dificuldades mas também não poucos
absurdos; e não obstante não posso senão pensar que até esta hipótese extrema é
preferível a qualquer tentativa de reconciliar as atas como as temos agora com
a aceitação por parte dos membros do concílio da doutrina de uma supremacia
papal jure divino tal como é agora sustentada pela Igreja Latina” (Hist
Conc 3:428, citada em NPNF2, 14:295)
"É no
mais alto grau surpreendente, mesmo que dificilmente crível, que um Concílio
Ecumênico deva punir com anátema um papa como herege! (...) No entanto, que o
sexto Sínodo Ecumênico realmente condenou Honório por conta de heresia, está
claro além de qualquer dúvida quando nós consideramos a (...) coleção das
sentenças do Sínodo contra ele" (HEFELE, Karl Josef von. A History of the
Councils of the Church. Edinburgh: Clark, 1896, v. 5, p. 181)
4º Yves Congar (reconhecido cardeal e teólogo
católico)
Yves Congar foi um teólogo dominicano e cardeal francês. É
considerado um dos maiores eclesiólogos do século XX. Foi fundador e diretor da
coleção Unam Sanctam, e professor de
teologia na faculdade de Le Saulchoir.
Foi precursor e consultor do Concílio Vaticano II, sendo um dos peritos que
colaborou na redação de Lumen gentium,
Dei Verbum e Gaudium et Spes. Foi
elevado à dignidade cardinalícia por João Paulo II em 30 de outubro de 1994,
recebendo o barrete de cardeal em 8 de dezembro do mesmo ano.
“Às
vezes aconteceu que alguns Padres entendiam a passagem de uma maneira que
não está de acordo com o ensinamento da Igreja mais tarde. Um exemplo: a
interpretação da confissão de Pedro em Mateus 16: 16-19. Exceto em Roma,
esta passagem não foi aplicada pelos Padres para o primado papal; eles
trabalhavam fora de uma exegese ao nível do seu próprio pensamento
eclesiológico, mais antropológica e espiritual do que jurídica” (CONGAR,
Yves. Tradição e tradições. New York:
Macmillan, 1966, p. 398)
5º Klaus Schatz (teólogo e sacerdote católico)
Klaus Schatz é um sacerdote jesuíta e teólogo católico alemão. Em
1975, ele obteve um doutorado em história da Igreja na Pontifícia Universidade
Gregoriana de Roma. De 1975 a 2006, ele ensinou como professor de história da Igreja
no PTH Sankt Georgen. Ele tem inúmeras publicações sobre a história da ordem
jesuíta, sobre o Concílio Vaticano I e o primado papal, traduzidas em vários
idiomas.
"A
questão de saber se havia alguma noção de um ofício permanente para além da
vida de Pedro, se coloca em termos puramente históricos, provavelmente
deve ser respondida negativamente. Isto é, se perguntarmos se o Jesus histórico,
ao comissionar Pedro, esperava que ele tivesse sucessores, ou se o autor do
Evangelho de Mateus, escrito após a morte de Pedro, estava ciente de que Pedro
e sua comissão sobrevivia nos líderes da comunidade Romana que lhe
sucedeu, a resposta em ambos os casos é provavelmente 'não'" (SCHATZ, Klaus.
Papal Primacy: From Its
Origins to the Present. Collegeville, Minnesota: Liturgical Press, 1996, p..1-2)
"Se
perguntássemos se a Igreja primitiva estava ciente, após a morte de Pedro, de
que a sua autoridade tinha passado para o próximo bispo de Roma, ou em outras
palavras, que o chefe da comunidade em Roma era agora o sucessor de Pedro, a
Pedra da Igreja, portanto, o sujeito da promessa em Mateus 16:18-19., a
questão, colocada nesses termos, deve certamente ser dada uma resposta
negativa" (SCHATZ, Klaus. Papal Primacy: From Its Origins to the Present. Collegeville, Minnesota:
Liturgical Press, 1996, p. 2)
"No
entanto, as reivindicações concretas de uma primazia sobre toda a Igreja não
podem ser inferidas a partir desta convicção. Se alguém tivesse perguntado a um
cristão no ano de 100, 200 ou mesmo 300, se o bispo de Roma era a cabeça de
todos os cristãos, ou se houve um bispo supremo sobre todos os outros bispos e
que teria a última palavra em questões que afetam toda a Igreja, ele ou
ela certamente teria dito não" (SCHATZ, Klaus. Papal Primacy: From Its Origins to
the Present.
Collegeville, Minnesota: Liturgical Press, 1996, p. 3)
"No
entanto, ele [Clemente de Roma] não é apontado como o autor da carta; em vez
disso, o verdadeiro remetente é a comunidade romana. Nós provavelmente não
podemos dizer com certeza que havia um bispo de Roma na época, parece
provável que a igreja romana era governada por um grupo de presbíteros, de quem
muito rapidamente surgiu um oficiante ou ‘primeiro entre iguais’, cujo nome foi
lembrado e que posteriormente foi descrito como ‘bispo’, após meados do século
II" (SCHATZ, Klaus. Papal Primacy: From Its Origins to the Present. Collegeville, Minnesota:
Liturgical Press, 1996, p. 4)
Sobre 1ª Clemente:
"Mas
seria ir longe demais deduzir que a Igreja Romana tinha autoridade formal ou
precedência sobre outras igrejas, como foi feito com muita pressa por católicos
romanos no passado. Em primeiro lugar, mesmo se essa admoestação reivindicasse
a autoridade de Deus e a assistência do Espírito Santo, permaneceria dentro do
contexto da universal e fraterna solidariedade das igrejas cristãs, embora seja
falado a uma igreja irmã que havia se desviado" (SCHATZ, Klaus.
Papal Primacy: From Its Origins
to the Present.
Collegeville, Minnesota: Liturgical Press, 1996, p. 5)
Sobre a Carta aos Romanos de
Inácio de Antioquia:
"No
entanto, este tipo de interpretação jurídico-constitucional dificilmente
corresponde às ideias dos contemporâneos de Inácio" (SCHATZ, Klaus.
Papal Primacy: From Its
Origins to the Present. Collegeville, Minnesota: Liturgical Press, 1996, p. 6)
Sobre a questão da páscoa e o
batismo herético:
"É
dentro desse contexto que podemos descobrir, a partir do final do segundo
século, as primeiras tentativas por parte da Igreja romana de assumir a
responsabilidade por toda a Igreja. Podemos observar, por um lado, que essas
primeiras iniciativas encontraram resistência e terminaram em
fracasso. Roma não conseguiu manter a sua posição contra a opinião
contrária e práxis de uma parcela significativa da Igreja. As duas
controvérsias mais importantes desse tipo foram as disputas sobre a festa da
Páscoa e o batismo herético. Cada uma marca uma etapa no sentido da autoridade
de Roma e ao mesmo tempo revela a resistência inicial de outras Igrejas às
reivindicações romanas" (SCHATZ, Klaus. Papal Primacy: From Its Origins to
the Present.
Collegeville, Minnesota: Liturgical Press, 1996, p. 11)
“No
decurso desta controvérsia Estevão deve ter reivindicado ser o sucessor de
Pedro no sentido de Mateus 16:18. Este é o primeiro exemplo conhecido em que
Mateus 16:18 foi aplicado ao bispo de Roma" (SCHATZ, Klaus. Papal Primacy: From Its Origins to
the Present.
Collegeville, Minnesota: Liturgical Press, 1996, p. 13)
"A
carta de Firmiliano é uma controvérsia sustentada contra Estevão e os seus
argumentos a favor da validade do batismo herético. O décimo sétimo capítulo
contém as expressões ‘quem alega que tem a sucessão de Pedro, sobre quem foi
estabelecido os fundamentos da Igreja’ e ‘quem afirma que por sucessão, tem a
Sé de Pedro’, ambos dirigidos contra o bispo de Roma. Essas alegações são
rejeitadas, mas não formalmente, porque, em princípio, nenhum bispo
individualmente, nem mesmo o bispo de Roma pode fazer tal afirmação. Em vez
disso, o recurso para Mateus 16:18 é dito ser injustificado neste caso porque
Estevão, reconhecendo o batismo dos hereges, está ‘introduzindo muitas
outras rochas’, isto é, ele está traindo a unidade da Igreja e, portanto, agindo
contrariamente ao sentido de Mateus 16:18 (e, portanto, da sucessão de
Pedro)" (SCHATZ, Klaus. Papal Primacy: From Its Origins to the Present. Collegeville, Minnesota:
Liturgical Press, 1996, p. 13-14)
Sobre Cipriano e Estêvão:
"Em
vez disso, escreve para Estevão que ele não deseja impor sua própria posição
sobre ninguém, porque cada bispo é independente no governo de sua Igreja e é
responsável perante Deus" (SCHATZ, Klaus. Papal Primacy: From Its Origins to
the Present.
Collegeville, Minnesota: Liturgical Press, 1996, p. 14)
Sobre os elogios de Cipriano a Roma de Cornélio e a controvérsia
envolvendo os dois bispos espanhóis:
"A
questão aqui era o reconhecimento de uma autoridade superior pertencente aos
sucessores de Pedro, que não podiam ser adequadamente descritas em termos
jurídicos. Em princípio, o bispo romano não tinha mais autoridade do que
qualquer outro bispo, mas na hierarquia de autoridades, sua decisão tomou o
lugar mais importante. Por outro lado, Cipriano considerava cada bispo
como sucessor de Pedro, titular das chaves do reino dos céus e possuidor do
poder de ligar e desligar. Para ele, Pedro encarna a unidade original da Igreja
e do escritório episcopal, mas, em princípio, esses também estavam presentes em
cada bispo. Para Cipriano, a responsabilidade por toda a Igreja e a
solidariedade de todos os bispos também poderia, se necessário, voltar-se
contra Roma. Há um exemplo marcante desta relação no mesmo período envolvendo
dois bispos espanhóis, Basilides e Marcial. Durante a perseguição não tinham
sacrificado aos ídolos, mas como muitos outros cristãos, haviam subornado
funcionários para obter ‘certificados de sacrifício’ (libelli). Como
resultado, eles haviam perdido credibilidade em suas congregações e tinham sido
expulsos. No entanto (na opinião de Cipriano por deturpar os fatos), eles
conseguiram obter o reconhecimento de Estevão de Roma. Cipriano reagiu
imediatamente chamando um Sínodo Africano para avisar as duas comunidades que
rejeitassem a decisão de Estevão e se recusassem a readmitir os dois bispos.
Infelizmente, não sabemos como o assunto foi resolvido" (SCHATZ, Klaus.
Papal Primacy: From Its
Origins to the Present. Collegeville, Minnesota: Liturgical Press, 1996, p. 20-21)
Sobre o Sínodo de Sárdica que o papa
Júlio II pediu e os imperadores convocaram:
"O
concílio entrou em colapso no início. Primeiro os orientais, bispos
anti-atanasianos não deveriam ser autorizados a participar, mas sua demanda foi
rejeitada. Eles insistiram particularmente na autonomia do Oriente e do Ocidente, afirmando
que o Ocidente não deve interferir em disputas orientais e vice-versa" (SCHATZ, Klaus.
Papal Primacy: From Its
Origins to the Present. Collegeville, Minnesota: Liturgical Press, 1996, p. 24)
"Os
resultados históricos imediatos de Sárdica devem ser distinguidos dos efeitos a
longo prazo. As suas decisões não foram imediatamente realizadas, mesmo no
Ocidente e muito menos no Oriente. Os Cânones de Sardica, falsamente chamados
de ‘Nicéia’ em Roma a partir do início do século V em diante, foram as células
iniciais que iriam lentamente germinam totalmente durante quase mil anos para
florescer por volta de 1200 sob Inocêncio III: eram os germes da exclusiva
competência jurídica de Roma em causas maiores, ou seja, em tudo que tem a ver
com os bispados ou bispos (remoção, transferência para outra diocese, renúncia,
e assim por diante). É verdade que mais tarde, quando o desenvolvimento do
primado tinha ido muito além Sardica e os ‘decretos de Pseudo- Isidoro’ no
século IX havia introduzido um grande número de direitos de interferência pela
Sé Apostólica. Alegou-se que Sardica estabeleceu um conceito de primazia que se
inclinou mais para suplementar e foi mais estruturado dentro do sistema
sinodal. Após o século XI, foi praticamente esquecido. Seu raciocínio
distorcido em comparação com as teorias posteriores de primazia, a sua
afirmação de que estava criando um novo direito (ao invés de reconhecer um
direito existente fundamentado na ordem de Cristo), e, finalmente, o fato de
que nunca ouvimos falar de um único recurso com base em seus princípios - todos
esses fatores fizeram Sardica parece uma testemunha inadequada à tradição" (SCHATZ, Klaus.
Papal Primacy: From Its
Origins to the Present. Collegeville, Minnesota: Liturgical Press, 1996, p. 25-26)
Apelos a Roma pela deposição de bispos:
"Estritamente
falando, Roma ainda não está estabelecida como um verdadeiro tribunal de
recurso, porque não é o bispo romano que faz uma nova decisão sobre o caso.
Roma apenas tem a autoridade de revisão para fazer com que o recurso (a um
sínodo diferente) seja realizado" (SCHATZ, Klaus. Papal Primacy: From Its Origins to
the Present.
Collegeville, Minnesota: Liturgical Press, 1996, p. 25)
"O
curso posterior da controvérsia ariana parece apresentar o quadro de um conflito
em que Roma não prevaleceu; na verdade, parece que Roma nem sequer fez uma
tentativa enérgica e deliberada para contrariar o crescente desvio de
Nicéia" (SCHATZ, Klaus. Papal Primacy: From Its Origins to the Present. Collegeville, Minnesota:
Liturgical Press, 1996, p. 26)
A opinião de Basílio sobre
Dâmaso:
"Roma
frequentemente não dispunha de competência e informação adequada sobre os
difíceis problemas do Oriente, nem tinha qualquer capacidade real de levar a
cabo as suas decisões. O pai da Igreja Basílio tinha algo a dizer sobre isso:
ele descobriu que Roma também prontamente deu cartas de comunhão com os bispos,
mesmo que estivessem separados uns dos outros. Ele queixou-se especialmente
sobre bispo Dâmaso, chamando-o de orgulhoso e arrogante, emitindo juízos do
alto de seu cavalo sem realmente compreender as complicadas relações no
Oriente: ‘que ajuda está lá para nós a partir de arrogância ocidental?’" (SCHATZ, Klaus. Papal
Primacy: From Its Origins to the Present. Collegeville, Minnesota:
Liturgical Press, 1996, p. 26-27)
"Permaneceu
verdadeiro, no entanto, que a igreja romana não exerceu nenhuma liderança no
Leste em tempos normais, e também que sérias divisões eclesiásticas e conflitos
não poderiam de modo algum ser rapidamente resolvido por recurso a Roma" (SCHATZ, Klaus.
Papal Primacy: From Its
Origins to the Present. Collegeville, Minnesota: Liturgical Press, 1996, p. 27)
O recurso de Crisóstomo a Roma:
"Não
era realmente esperado que o bispo romano aplicasse medidas autoritárias já que
ele não estava em posição de tomar tais ações no Oriente, especialmente contra
o poder imperial; em vez disso, a esperança era de que ele desse auxílio sob a
forma de expressões morais de solidariedade e mediante a emissão de avisos,
escrevendo para outros bispos e solicitando novos concílios. Aconteceu também
que as cartas foram enviadas a todas as importantes Sés no Ocidente, ao mesmo
tempo; por isso, quando o patriarca João Crisóstomo foi banido de
Constantinopla em 404, ele escreveu aos bispos de Roma, Milão e Aquileia" (SCHATZ, Klaus.
Papal Primacy: From Its
Origins to the Present. Collegeville, Minnesota: Liturgical Press, 1996, p. 28)
"É
verdade que Roma foi mais modesta nas suas relações com o Oriente. Aqui mesmo
Leão Magno não fez nenhuma reivindicação de ser capaz de fazer leis; no
Oriente, o papa era apenas o custos canonum - o guardião dos
cânones conciliares" (SCHATZ, Klaus. Papal Primacy: From Its Origins to the Present. Collegeville, Minnesota:
Liturgical Press, 1996, p. 30)
"No
caso do Norte de África, é interessante notar a atitude de uma Igreja
autoconfiante e organizacionalmente intacta para com Roma. O dito do bispo
Agostinho de Hipona (396-430), Roma locuta, Causa finita (‘Roma
falou, o assunto está encerrado’) tem sido citado repetidamente. No
entanto, a citação é na verdade uma reformulação ousada das palavras desse
Padre da Igreja tomadas completamente fora do contexto (...) Tanto o
contexto desta declaração como a sua continuidade com o resto do pensamento de
Agostinho não permitem outra interpretação senão de que o veredicto de
Roma apenas não é decisivo; pelo contrário, ele acaba com todas as dúvidas
depois de tudo o que o precedeu. Isto acontece porque não resta nenhuma outra
autoridade eclesiástica de alguma consequência para a qual os pelagianos possam
recorrer e, em particular, a própria autoridade da qual eles podiam mais
facilmente esperar uma decisão favorável, ou seja, Roma, pronunciou-se
claramente contra eles" (SCHATZ, Klaus. Papal Primacy: From Its Origins to
the Present.
Collegeville, Minnesota: Liturgical Press, 1996, p. 34)
"A
Igreja Africana estava ainda mais determinada a defender a sua autonomia
jurisdicional. Os Concílios de Cartago em 419 e 424 proibiram quaisquer apelos
a Roma... Os norte-africanos reagiram, proporcionando um tribunal de apelo,
mesmo para presbíteros ordinários do veredicto do seu próprio bispo ao concílio
Norte Africano de Cartago. Isso parecia satisfazer as exigências de justiça.
Por sua vez eles tomaram uma posição firme contra a intervenção romana..." (SCHATZ, Klaus. Papal
Primacy: From Its Origins to the Present. Collegeville, Minnesota:
Liturgical Press, 1996, p. 35)
"Portanto,
os bispos Norte Africanos proibiram quaisquer apelos 'ultramarinos'. Em
contraste com Sardica, aplicaram esta proibição até mesmo aos bispos. Esta
decisão particular foi precedida por um caso semelhante envolvendo um bispo que
havia rompido com a sua congregação, mas foi protegido por Roma; em que até
Agostinho de Hipona ameaçou demitir-se. A partir de agora, o único tribunal de
recurso devia ser o concílio Norte Africano de Cartago. Este caso será
levantado várias vezes, no futuro, como um exemplo de resistência por parte do
episcopado de uma Igreja nacional contra o centralismo romano" (SCHATZ, Klaus.
Papal Primacy: From Its Origins
to the Present.
Collegeville, Minnesota: Liturgical Press, 1996, p. 36)
A influência de Leão em
Calcedônia:
"A
questão de saber se ‘Pedro falou por meio de Leão’ significava para a maioria
dos padres conciliares que a carta de Leão tinha autoridade formal ou meramente
material é, nessa ou de outra forma, um modo simplista de colocar. Certamente
não se pode ler uma autoridade formal incondicional, e definitivamente não é
uma ‘infalibilidade’ de documentos papais de ensino. A carta de Leão não era de
nenhuma forma aceita sem discussão de seu conteúdo e criou sérias dificuldades
para alguns padres individuais. Isso, na verdade, não era contrário às
instruções de Leão, que apelou ao acordo com base na discussão e compromisso
entre os padres. É verdade que ele não considerava a rejeição de sua carta uma
possível solução, mas isso foi porque estava convencido de que estava
claramente ensinando a fé tradicional" (SCHATZ, Klaus. Papal Primacy: From Its Origins to
the Present.
Collegeville, Minnesota: Liturgical Press, 1996, p. 44)
Sobre o cânon 28 de Calcedônia:
"A
oposição de Roma para o cânone foi um completo fracasso, como foi a sua objeção
três séculos mais tarde pela separação da Grécia e da Ilíria. Aqui ficou
surpreendentemente claro que Roma não poderia impor sua maneira em questões de
organização da Igreja no Oriente, pelo menos não quando os interesses comuns da
Igreja bizantina eram contra ela. Apesar da resistência romana, Constantinopla
tornou-se a segunda Sé somente porque os patriarcas de Antioquia e
especialmente Alexandria foram enfraquecidas pela dominância do monofisismo em
suas regiões. É verdade que, em tempos de tensão, Roma repetia continuamente
seu protesto contra o posto eclesial de Constantinopla (pela última vez no
século XI sob Leão IX), e recordava a ordem imutável e eterna de Roma,
Alexandria e Antioquia. Mas isso não mudou a realidade, e quando as boas
relações com Constantinopla estavam no lugar ou tinha sido restauradas, Roma
abandonou seus protestos e pelo menos manteve silêncio sobre Constantinopla e
sua posição no ranking" (SCHATZ, Klaus. Papal Primacy: From Its Origins to
the Present.
Collegeville, Minnesota: Liturgical Press, 1996, p. 48)
Sobre Vigílio:
"O
resultado foi um cisma no Ocidente, onde o papa foi acusado de ter renunciado
Calcedônia. Um sínodo de bispos norte-Africano excomungou o papa, e as
províncias eclesiásticas de Milão e Aquileia quebraram comunhão com Roma. Milão
voltou à comunhão só depois de cinqüenta anos; para Aquileia a separação durou
cento e cinquenta anos, até 700. Os bispos da Gália também levantaram objeções.
A Igreja espanhola não se separou de Roma, mas em todo início da Idade Média
recusou-se a reconhecer esse concílio. A autoridade do papado no Ocidente havia
sofrido um duro golpe com relação ao dogma também" (SCHATZ, Klaus.
Papal Primacy: From Its
Origins to the Present. Collegeville, Minnesota: Liturgical Press, 1996, p. 53)
Sobre Honório:
"...Pois
é um fato indiscutível que deve ser mantido contra todas as tentativas de
diluí-lo que o concílio e os papas subsequentes condenaram claramente Honório
como um herege. Em outras palavras, eles estavam absolutamente convencidos
de que um papa poderia cair em heresia" (SCHATZ, Klaus. Papal Primacy: From Its Origins to
the Present.
Collegeville, Minnesota: Liturgical Press, 1996, p. 55)
Sobre a jurisdição do papa:
"Em
vez disso, em 733 ele removeu Ilíria e Grécia, bem como a Itália menor e
Sicília, que ainda estavam sob jurisdição Bizantina, do Patriarcado romano e os
colocou sob o patriarcado de Constantinopla. Essa ação não pode ser revertida,
apesar de todos os esforços papais desde esse momento até o IV Concílio de
Constantinopla (869-870), nem mesmo quando a paz foi restaurada de outra forma
à Igreja. Mesmo os líderes orientais da Igreja que eram partidários de Roma não
pensaram em aderir às reivindicações romanas nesta matéria" (SCHATZ, Klaus.
Papal Primacy: From Its
Origins to the Present. Collegeville, Minnesota: Liturgical Press, 1996, p. 56)
Sobre o incidente de Photius:
"No
entanto, os eventos notáveis que se seguiram mostraram quão pouca aceitação
interna essas declarações encontraram dentro da Igreja bizantina. Bispos
reclamaram ao imperador que ele [Photius] estava permitindo que a Igreja de
Constantinopla fosse submetida à Igreja romana como uma serva da sua
senhora" (SCHATZ, Klaus. Papal Primacy: From Its Origins to the Present. Collegeville, Minnesota:
Liturgical Press, 1996, p. 58)
Sobre o Concílio de Constança:
"Isso
é facilmente entendido também do fato de que João XXIII devia a sua autoridade
ao próprio princípio que os padres do Concílio de Constança apelaram, ou seja,
a emergência do poder concílio sobre o papa" (SCHATZ, Klaus.
Papal Primacy: From Its
Origins to the Present. Collegeville, Minnesota: Liturgical Press, 1996, p. 107)
6º Karl Heinz (professor de teologia católica e
história do Cristianismo)
Karl Heinz é bispo de Spira
(Alemanha) desde 2007. Formou-se no Widukind-Gymnasium Enger (WGE), estudou
teologia e filosofia católica em Paderborn e em Roma entre 1979 e 1986. Recebeu
o sacramento do sacerdócio pelo cardeal Franz König.
“O
estudo da história do primado romano demonstra que os católicos devem
resignar-se ao fato de que o Novo Testamento não suporta a posição de primazia
petrina, nem para a sucessão dessa posição, nem para a infalibilidade papal
(...) Consequentemente, não existe qualquer fundamento histórico no Novo
Testamento para justificar a primazia papal” (KARL-HEINZ. Why We Need the Pope: The Necessity
and Limitations of Papal Primacy. St. Meinrad, Indiana: Abbey Press, 1975)
7º Garry Wills (historiador católico romano)
Garry Wills é um escritor, jornalista e historiador católico americano,
especializado em história, política e religião, especialmente a história da
Igreja Católica. Ele ganhou o Prêmio Pulitzer de não-ficção geral em 1993. Wills
escreveu quase quarenta livros e, desde 1973, tem sido um revisor frequente da New York Review of Books. Tornou-se
membro do corpo docente do departamento de história da Northwestern University
em 1980, onde atualmente é professor emérito de história.
"O
papado não veio à existência no mesmo tempo que a igreja. Nas palavras de John
Henry Newman: 'Enquanto Apóstolos estavam na terra, não havia nenhum bispo ou
papa'. Pedro não foi bispo em Roma. Não houve bispos em Roma até pelo menos cem
anos após a morte de Cristo. O próprio termo ‘papa’ não foi reservado para o
bispo de Roma até o século V, antes disso ele foi usado para qualquer bispo” (WILLS,
Garry. Why I am a
Catholic. Boston,
Houghton: Mifflin and Company, 2002, p. 54)
8º Joseph F. Kelly (professor de história da
Igreja na Universidade Jesuíta John Carrol)
Joseph F. Kelly é professor de estudos religiosos na John Carroll
University em Cleveland, Ohio. É professor emérito do Departamento de Teologia
e Estudos Religiosos.
“A
palavra ‘papa’ não foi usada exclusivamente para o bispo de Roma até o século
IX, e é provável que na comunidade romana primitiva um colégio dos presbíteros,
ao invés de um único bispo tivesse a liderança” (KELLY, Joseph F. The
Concise Dictionary of Early Christianity. The Liturgical Press, 1992, p. 2)
9º Robert Eno (teólogo católico e professor de
história da Igreja)
Robert Eno realizou seu
doutorado em teologia pelo Instituto Católico de Paris. Seu trabalho em estudos
ecumênicos e históricos foi amplamente reconhecido e se dedicou amplamente à
questão central da autoridade doutrinária. Ele foi professor de história da Igreja
na Universidade Católica da América.
“A
evidência (Clemente, Hermas, Inácio) nos aponta na direção de assumir que, do
primeiro para o segundo século não havia bispo de Roma, no sentido usual dado a
esse título. O ofício do individual mono-episcopos estava emergindo lentamente
nas comunidades locais cristãs ao redor do mundo mediterrâneo” (ENO, Robert.The
Rise of the Papacy. Eugene: W & S, 1990, p. 29)
“O
contexto do argumento de Irineu não afirma que a Igreja Romana é literalmente
única, a única de sua classe; em vez disso, ele argumenta que a Igreja Romana é
o exemplo notável de sua classe, a classe em questão sendo as sedes
apostólicas. Enquanto escolheu falar principalmente de Roma por razões de
brevidade, de fato, antes de terminar, também se refere a Éfeso e Esmirna” (ENO, Robert.The
Rise of the Papacy. Eugene: W & S, 1990, p. 39)
"É
claro que ele [Cipriano] não vê o bispo de Roma como seu superior, exceto numa
forma de honra (...) é claro que na mente de Cipriano, uma conclusão teológica
que ele não tiraria é que o bispo de Roma tinha autoridade superior à dos
bispos africanos” (ENO, Robert.The Rise of the Papacy. Eugene:
W & S, 1990, p. 59-60)
"Um
reconhecimento claro do primado romano ou uma conexão entre Pedro e o
contemporâneo bispo de Roma parece remoto a partir dos pensamentos de
Orígenes" (ENO, Robert.The Rise of the Papacy. Eugene:
W & S, 1990, p. 43)
“Em
outro lugar eu argumentei em detalhes que a visão de Agostinho da autoridade na
Igreja e que, na minha opinião, o concílio [não o Papa] foi o principal
instrumento para a resolução de controvérsias (...) Eu acredito que Agostinho
tinha grande respeito pela Igreja romana cuja antiguidade e origens apostólicas
de longe ofuscaram outras Igrejas no Ocidente. Mas como em Cipriano, a tradição
colegial e conciliar africana deviam ser preferidas a maior parte do tempo” (ENO, Robert.The
Rise of the Papacy. Eugene: W & S, 1990, p. 79)
Sobre o cânon 28 de Calcedônia:
"Parecia
que os orientais atribuíam grande importância à obtenção da aprovação de Leão
ao cânone, dados os termos lisonjeiros, nos quais lhe pediram. Mesmo que eles
não conseguissem obtê-lo, eles o considerariam como válido e canônico de
qualquer maneira" (ENO, Robert.The Rise of the Papacy.
Eugene: W & S, 1990, p. 117)
“A
história do papado na antiguidade pode ser dividida em dois períodos. O
primeiro é o anterior ao papa Dâmaso, em que a evidência documental,
especialmente a vinda de fontes romanas, é muito superficial e episódica. Os
textos e casos históricos pesquisados e avaliados são objeto de variadas
interpretações, algumas das quais, para ter certeza, são mais prováveis do que
outras. Ainda há suficiente evidência de que a consciência romana de sua
autoridade” (ENO, Robert.The Rise of the Papacy. Eugene:
W & S, 1990, p. 117)
10º William La Due (teólogo e historiador
católico)
William J. La Due ensinou direito canônico na Universidade Católica,
e é o autor do The Trinity Guide to the
Trinity e Jesus Among the Theologians.
Ele mora em Tucson, Arizona.
“Na
verdade, é compreensível que esta passagem tenha confundido os estudiosos por
séculos! Aqueles que estavam acostumados a encontrar nela uma verificação do
primado romano foram capazes de interpretá-la dessa maneira. (...) a
interpretação de Karl Baus [que Irineu não estava se referindo a um papado]
parece ser a única que é mais fiel ao texto, não se presumindo ler nele um
significado que pode não estar lá, pois não se exagera ou subestima a posição
de Irineu. Para ele [Irineu], são as Igrejas da fundação apostólica que tem o
maior crédito de ensino autêntico e doutrina. Entre essas estava Roma, com seus
dois fundadores apostólicos, certamente ocupando um lugar importante. No
entanto, todas as Igrejas apostólicas desfrutam da ‘autoridade preeminente’ em
questões doutrinárias” (LA DUE, William. The Chair Of Saint Peter. Maryknoll, New York: Orbis Books,
1999, p. 28)
"No
contexto de sua vida e suas convicções refletidas em suas ações e seus
escritos, a posição de Cipriano pode ser parafraseada da seguinte forma: Pedro
recebeu o poder das chaves, o poder de ligar e desligar, antes que os outros
apóstolos recebessem os mesmos poderes. Esta prioridade - em tempo - simboliza
a unidade do poder episcopal, que é realizada por todos da mesma maneira. A
única diferença é que a Pedro foi concedido o poder por um curto período de
tempo antes que os outros. Deve ser dito que o impacto do simbolismo de Cipriano
não é totalmente claro. Ele não era um teólogo especulativo, mas um pregador,
treinado mais como advogado do que como retórico. Seu significado, a partir do
contexto de sua conduta como bispo, parece bastante ambíguo. E aqueles que veem
na unidade da Igreja Católica, à luz de toda a sua vida episcopal, uma
articulação do primado romano - como temos vindo a conhecê-lo, ou mesmo como
ele evoluiu especialmente a partir do quarto do século está lendo um
significado em Cipriano que não existe" (LA DUE, William.
The Chair Of Saint Peter. Maryknoll, New York: Orbis Books,
1999, p. 39)
"A
vitória do Papa Leão na arena doutrinária foi frustrada com o revés que sofreu
através cânon 28” (LA DUE, William. The Chair Of Saint Peter. Maryknoll, New York: Orbis Books,
1999, p. 301)
11º Raymond E. Brown (historiador, erudito
bíblico e padre)
Raymond E. Brown foi ordenado em
1953, sendo reconhecido por universidades nos EUA e na Europa. Ele foi nomeado
pelo papa Paulo VI à Pontifícia Comissão Bíblica Romana, e com a aprovação da
Igreja serviu durante muitos anos na Comissão de Fé e Constituição do Conselho
Mundial. A revista Time uma vez o
descreveu como "provavelmente o melhor estudioso católico da Escritura nos
EUA”, sendo ele a única pessoa a ter servido como presidente de todas estas
três sociedades distintas: Associação Bíblica Católica, Sociedade de Literatura
Bíblica e a Sociedade de Estudos do Novo Testamento. O livro a partir do qual a
citação abaixo foi tirada leva o Nihil obstat e o Imprimatur da
Igreja Católica Romana, o que significa que é suposto ser livre de erro moral e
doutrinário.
“Obviamente,
os cristãos do primeiro século não teriam pensado em termos de jurisdição ou de
muitas outras características que têm sido associadas ao papado ao longo dos
séculos. Nem os cristãos que viveram no tempo de Pedro teriam totalmente
associado Pedro com Roma, uma vez que foi, provavelmente, só nos últimos anos
de sua vida que ele veio a Roma. Nem seu respeito [dos primeiros cristãos] pela
Igreja em Roma foi desenhado pelo martírio de Pedro e Paulo lá, ou por uma
história posterior de preservação da fé da Igreja Romana contra a
heresia” (BROWN, Raymond E. Responses to 101 Questions on the
Bible. Mahwah, New Jersey: Paulist Press, 1990, p. 134)
“Em
algum lugar no segundo século (provavelmente na metade do século) a Igreja
Romana desenvolveu a estrutura de um singular bispo e colégio de presbíteros,
assim como outras Igrejas tinha desenvolvido ou desenvolviam essa estrutura
durante o segundo século. A partir deste momento, o presbítero reconhecido como
o líder da Igreja Romana, especialmente em matérias pertinentes às relações com
outras igrejas, foi chamado de bispo. Antes do desenvolvimento do bispo
singular, várias questões da Igreja Romana eram tratadas por um grupo de presbíteros,
mas inevitavelmente num grupo um indivíduo destacou-se como um natural e
implicitamente reconhecido líder para um específico propósito” (BROWN, Raymond
E. Responses to 101 Questions on the Bible. Mahwah, New Jersey: Paulist
Press, 1990, p. 132-133)
“É
muito improvável que Clemente fosse chamado de o bispo de Roma, ele seria numa
moderna terminologia o secretário executivo da Igreja. No entanto, desde que
ele foi lembrado como o mais proeminente dos presbíteros de seu tempo, seu nome
aparece na lista como bispo de Roma” (BROWN, Raymond E. Responses
to 101 Questions on the Bible. Mahwah, New Jersey: Paulist Press, 1990, p.
132-133)
“O
que eu estou dizendo é que essas listas de bispos foram preservadas para nós
como as mais importantes figuras na história de uma Igreja particular, mesmo
antes da terminologia de somente um bispo ser utilizada. Então, eu não estou
tirando a importância de Pedro, ou sua estadia em Roma, quando eu apontei
que é anacrônico pensar nele como um bispo local. De fato, uma vez que a
função do bispo era administrar uma pequena congregação e viver entre
eles” (BROWN, Raymond E. Responses to 101 Questions on the Bible.
Mahwah, New Jersey: Paulist
Press, 1990, p. 132-133)
12º J.
Michael Miller (teólogo católico)
J. Michael Miller é o arcebispo
de Vancouver, sendo antes nomeado pelo papa para presidir como Secretário da Congregação
da Educação Católica, um alto escalão da Cúria Romana. Em seu livro The Shepherd and the Rock, com o Nihil obstat e o Imprimatur, escreveu o seguinte:
“Nas
primeiras gerações, o pleno significado, autoridade e importância do ministério
petrino não estava imediatamente evidente. Parece que a Igreja de Roma e as
outras Igrejas da koinonia compreendiam pouco sobre o significado do ministério
de Pedro ou como ele iria funcionar (...). Enquanto o ministério petrino está
em causa, o papel do papa evoluiu dentro de um conjunto de fatores históricos
complexos. Parece que ele não usou autoridade primacial completamente desde o
início. Sem anacronismo, não podemos dizer que os primeiros papas exerceram a
sua jurisdição no sentido solenemente definido no Concílio Vaticano I, em 1870.
Só no processo de cumprir a sua missão é que a Igreja reconheceu as implicações
mais amplas do ofício de Pedro. No início, o ministério petrino foi pelo menos
parcialmente "adormecido" (...) O Oriente, portanto, amplamente
aceitou Pedro como corifeu (cabeça) do colégio apostólico, o primeiro dos
discípulos que confessou a verdadeira fé em nome de todos. No entanto, como
oteólogo ortodoxo John Meyendorff explica, os orientais "simplesmente não
consideravam este louvor e reconhecimento como relevante de qualquer forma para
as reivindicações papais." Enquanto os padres gregos reconheceram a
liderança de Pedro na comunidade primitiva, eles negaram que ele teve um papel
de direção que envolvia exercer poder sobre os outros apóstolos. Por
instituição divina, Pedro teve uma preeminência e uma dignidade acima dos
outros, mas não teve jurisdição sobre eles. Louvado embora estivesse no
oriente, Pedro tinha apenas uma primazia de honra e proeminência. Os orientais
respeitavam Pedro pelo seu testemunho da fé apostólica, e não por seu poder de
jurisdição” (MILLER, Michael. The Shepherd and the Rock. Huntington, Indiana: Our Sunday
Visitor, 1995, p. 71-72, 116)
13º John P. Meier (padre e estudioso)
É um padre católico romano
americano e estudioso da Bíblia. Participou Seminário de S. José e Colégio (BA,
1964), da Universidade Gregoriana de Roma (STL, 1968) e do Instituto Bíblico de
Roma (SSD, 1976). Ele é autor da série Um
judeu marginal: Repensando o Jesus histórico, de outros seis livros e mais
de 70 artigos para revistas ou livros.
“Foi
também a partir de Antioquia da Síria que tanto o evangelho de Mateus e a
justificação teológica do episcopado monárquico se mudou para a comunidade
cristã maior espalhada por todo o império romano ... Será que foi a partir do
mártir venerado Inácio que a Igreja Romana pela primeira vez aprendeu sobre os
presentes gêmeos de Antioquia para o mundo cristão: o episcopado monárquico e o
evangelho de Mateus?” (MEIER,
John P. Antioch and Rome: New Testament
Cradles of Catholic Christianity. Paulist Press, 2004, p. 85-86)
14º
Eric Osborn (erudito patrístico)
Eric Osborn (1922–2007) foi um erudito patrístico católico
e professor de Novo Testamento e história da Igreja primitiva no Theological
Hall do Queen's College em Melbourne, Austrália.
“A sujeição de todas as igrejas a Roma seria
impensável para Irineu”
(OSBORN, Eric. Irineu de Lyon. New
York: Cambridge University Press, 2005, p. 130)
15º Francis A. Sullivan (sacerdote, teólogo e
especialista em eclesiologia)
Sullivan é um teólogo católico
americano e padre jesuíta, especialista na área da eclesiologia e do magistério.
“No
passado, escritores católicos haviam interpretado esta intervenção como um
exercício inicial do primado romano, mas agora é geralmente reconhecido como o
tipo de exortação que uma igreja poderia dirigir a outra, sem qualquer
pretensão de autoridade sobre ela” (SULLIVAN, Francis A. From Apostles to Bishops: the development of
the episcopacy in the early church. Mahwah: Newman Press, 2001, p. 92)
“A carta dos romanos aos coríntios, conhecida
como I Clemente, que data de cerca do ano 96, provê boa evidência de que
cerca de trinta anos após a morte de Paulo, a igreja de Corinto era conduzida
por um grupo de presbíteros, sem indicação da presença de um bispo com
autoridade sobre toda a igreja. Contudo, I Clemente afirma que os
apóstolos fundadores tinha designado a primeira geração de líderes da igreja
local e estabeleceram a regra de que quando esses homens morressem, outros
deveriam ser designados para sucedê-los. Essa carta, então, atesta o princípio
da Sucessão Apostólica no ministério, mas não dá suporte a ideia de que os
apóstolos designaram um bispo para cada igreja que eles fundaram. Para I
Clemente, o princípio da Sucessão Apostólica era concretizado no colégio dos
presbíteros devidamente escolhidos. Muitos acadêmicos são de opinião de que a
igreja de Roma também era, nessa época, conduzida por um grupo de presbíteros.
Um documento romano do século II conhecido como O Pastor de
Hermas apoia essa opinião”
(SULLIVAN, Francis A. From Apostles to Bishops: the development of the
episcopacy in the early church. Mahwah: Newman Press, 2001, p. 16)
“O debate centrou-se na utilização por Inácio da
palavra prokathemai (presidir), que ocorre duas vezes: a Igreja de Roma
"preside em amor" e "preside na região dos romanos".
Estudiosos católicos mais antigos viram aqui um reconhecimento do primado da
Igreja de Roma sobre a Igreja em todo o mundo romano; no entanto, a palavra
traduzida como "distrito" (chorion) significa uma área limitada como
uma cidade ou vila. O amor (ágape) foi algumas vezes usado como sinônimo de
"comunhão", que por sua vez poderia significar a comunidade cristã;
portanto, alguns escritores católicos tomaram "preside em amor" como
significando "presidir toda a Igreja". No entanto, atualmente os
estudiosos em geral concordam que Inácio atribuiu à Igreja de Roma a preeminência
na atividade caridosa ao invés de um primado jurídico” (SULLIVAN, Francis A. From Apostles to
Bishops: the development of the episcopacy in the early church. Mahwah: Newman
Press, 2001, p. 113)
“Da ausência de qualquer referência a um bispo e as
várias referências no plural para os líderes e presbíteros, a maioria dos
estudiosos agora conclui que, durante o período em que esta obra foi escrita, a
Igreja de Roma ainda tinha liderança colegial. Embora o cânon muratoriano
indique que ela foi escrita enquanto o irmão de Hermas Pio foi bispo de Roma, o
Pastor de Hermas não inclui nada que possa confirmar essa afirmação, cuja
confiabilidade em qualquer caso, tem sido questionada por vários estudiosos” (SULLIVAN, Francis A. From Apostles to
Bishops: the development of the episcopacy in the early church. Mahwah: Newman
Press, 2001, p. 138)
“Argumentando a partir do fato de que o clero de
Roma poderia fornecer a Hegésipo os nomes dos homens que naquela época se
pensava como tendo sucedido um ao outro como "bispos" de sua Igreja
desde o início, a maioria dos estudiosos agora conclui que esses homens devem
ter sido os principais líderes e professores da Igreja romana. Quando os
presbíteros se reuniram para uma celebração comunitária da Eucaristia, um deles
deveria presidi-la, e muito provavelmente esse teria sido o presbítero
reconhecido como o mais competente líder e professor. Em que momento o
"presbítero que preside" começou a ser chamado de "bispo" e
ser reconhecido como o pastor chefe da Igreja de Roma, nós não sabemos. É
certo, porém, que pelo tempo de Aniceto, isto é, não muito tempo depois da
metade do século II, esse desenvolvimento teve lugar em Roma, como teve em
Corinto e em todas as outras igrejas que Hegésipo visitou no caminho do Oriente
a Roma” (SULLIVAN, Francis A. From
Apostles to Bishops: the development of the episcopacy in the early church.
Mahwah: Newman Press, 2001, p. 151)
“Uma conclusão parece óbvia: nem o Novo Testamento
nem a história cristã primitiva oferece suporte para a noção de sucessão
apostólica como "uma linha ininterrupta de ordenação episcopal de Cristo
pelos apóstolos através dos séculos para os bispos de hoje” (SULLIVAN, Francis A. From Apostles to
Bishops: the development of the episcopacy in the early church. Mahwah: Newman
Press, 2001, p. 16)
16º Hans Kung
(teólogo e sacerdote católico)
Hans Kung é reconhecido mundialmente como um grande teólogo, formado na
Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, apontado como perito pelo papa João
XXIII como consultor teológico para o Concílio Vaticano II juntamente com seu
colega Joseph Ratzinger (futuro papa Bento XVI). No final da década de 1960 ele
publicou um livro onde refuta o dogma da infalibilidade papal historicamente,
sendo por isso proibido pela Igreja de ensinar teologia, mas nunca foi
excomungado e continuou sendo um sacerdote católico.
“Na Igreja primitiva, sem dúvida, Pedro teve uma
autoridade especial; no entanto, ele não a possuía sozinho, mas sempre
colegialmente com os outros. Ele estava muito longe de ser um monarca
espiritual ou até mesmo um único governante. Não há nenhum vestígio de qualquer
quase monárquica autoridade exclusiva como líder” (KUNG, Hans. The Catholic Church: A Short History . Modern
Library, 2001, p. 19)
“Por um longo tempo, tem havido um consenso entre
os estudiosos: agora mesmo os teólogos protestantes afirmam que Pedro sofreu
uma morte de mártir em Roma. Por outro lado, no entanto, teólogos católicos
concedem que não há evidência confiável de que Pedro tenha sido encarregado da
Igreja de Roma como chefe supremo ou bispo. Em qualquer caso, o episcopado
monárquico foi introduzido em Roma relativamente tarde” (KUNG, Hans. The Catholic Church: A
Short History . Modern Library, 2001, p. 20)
“As ambições de Roma e as justificativas teológicas
e legais para esse domínio único, compreensivelmente, não recorreu a ninguém no
Oriente cristão, onde o imperador e concílio ainda tinham autoridade suprema” (KUNG, Hans. The Catholic Church: A
Short History . Modern Library, 2001, p. 61)
“Leão viu o Bispo de Roma como sucessor de Pedro
fundamentado numa carta do Papa Clemente a Tiago, irmão do Senhor, em
Jerusalém. De acordo com essa, em seu último testamento Pedro fez de Clemente
seu único sucessor legítimo. Mas a carta era uma falsificação do final do
segundo século e foi traduzida em latim apenas no final do século IV e o início
do V” (KUNG, Hans. The
Catholic Church: A Short History . Modern Library, 2001, p. 54)
“Mas não havia primazia legal - ou preeminência
baseada na Bíblia - da comunidade romana ou mesmo do Bispo de Roma nos primeiros
séculos. Em Roma, em particular, não houve inicialmente episcopado monárquico,
e nós sabemos pouco mais que os nomes dos bispos dos primeiros dois séculos (a
primeira data determinada na história papal é pensada para ser 222, o início do
pontificado de Urbano I). A promessa feita a Pedro no Evangelho de Mateus
(16:18): "Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja
...", que é tão central para os bispos de de Roma hoje e que agora adorna o interior de São Pedro,
em grande letras pretas sobre um fundo dourado, não é citado uma vez
inteiramente em qualquer parte da literatura cristã dos primeiros séculos - a
não ser um texto no segundo/terceiro séculos de uma Pai da Igreja chamado
Tertuliano, e ele não cita essa passagem em conexão com Roma, mas em conexão
com Pedro” (KUNG, Hans. The
Catholic Church: A Short History . Modern Library, 2001, p. 42)
“Só no meio do terceiro século um bispo de Roma
pelo nome de Estevão apelou à promessa de Pedro; ele fez isso em uma disputa
com outras Igrejas a respeito de quem tinha a melhor tradição. No entanto, não
foi mais bem sucedido do que foi bispo Vítor cinquenta anos antes. Vitor tentou
impor de forma autoritária uma uniforme e romana data para a Páscoa, sem
respeito pelo caráter e independência das outras igrejas, e foi colocado em seu
lugar pelos bispos do Oriente e do Ocidente, especialmente pelo muito
respeitado bispo e teólogo Irineu de Lyon. Naquela época, a regra de uma Igreja
sobre as outras Igrejas foi rejeitada, mesmo no ocidente” (KUNG, Hans. The Catholic Church: A
Short History . Modern Library, 2001, p. 43)
“Assim, todas as tentativas dos bispos romanos dos
séculos IV e V para concluir que o provérbio bíblico dizia que Pedro era a
rocha, e que a jurisdição romana sobre toda a Igreja era a vontade de Deus, e
colocar isso em prática, falharam. E o grande contemporâneo dos Bispos Dâmaso,
Siríaco, Inocente e Bonifácio, o teólogo mais importante do ocidente, o norte
africano Aurélio Agostinho, que era um verdadeiro amigo de Roma, nada sabia de uma
primazia legal universal do bispo de Roma” (KUNG, Hans. The Catholic Church: A Short History . Modern
Library, 2001, p. 44)
“Para Agostinho, em qualquer caso, todos os bispos
eram fundamentalmente iguais: embora ele pensasse que Roma era o centro do império
e da Igreja, ele não deu impulso ao papismo. Ele não achava que de qualquer
forma, ele não pensava em termos de uma primazia de governo ou jurisdição de
Roma. Pois não foi sobre Pedro como uma pessoa (ou até mesmo seu sucessor), que
a Igreja foi fundada, mas sobre Cristo e a fé Nele.O Bispo de Roma não era a
autoridade suprema na Igreja; a autoridade suprema era o concílio ecumênico,
como era para o conjunto do Oriente cristão, e Agostinho não atribuiu qualquer
autoridade infalível, mesmo para esse” (KUNG, Hans. The Catholic Church: A Short History . Modern
Library, 2001, p. 51-52)
“Quando o imperador Constantino viu uma divisão
espiritual ameaçando a unidade do império, que tinha acabado de ser
politicamente unido sob a sua única regra, em 325, ele convocou o concílio em
Niceia. Todos os bispos do império podiam e utilizaram o serviço postal
imperial para participar. Mas era o imperador que tinha a palavra no Concílio;
o Bispo de Roma não foi sequer convidado” (KUNG, Hans. The Catholic Church: A Short History . Modern
Library, 2001, p. 38)
Ótimo capítulo que mostra como o papa era considerado falível:
Os patriarcas orientais e metropolitas ainda
consideravam o papa como bispo da antiga capital imperial e único patriarca do
Ocidente. Mas como ele sendo o primeiro entre os iguais. E isso não era,
digamos, por causa de uma "promessa" bíblica especial ou uma
"autoridade" legal, mas, como sempre, por causa dos túmulos dos dois
apóstolos chefes, Pedro e Paulo. Claro que ninguém naquela época, mesmo em Roma,
teria pensado que os bispos de Roma eram infalíveis.
Nos séculos VI e VII retrocessos decisivos
seguiram-se a expansão do poder papal no quarto e quinto séculos. Acima de
tudo, agora, dois casos famosos de papas errantes (que ainda vigorosamente
foram discutidos no Concílio Vaticano I, em 1869-1870, embora, finalmente,
ignorados pela maioria) mostraram os limites e falibilidade da autoridade de
Roma.
Sob Justiniano, de todos os imperadores, o
Papa Vigílio (537-55) apresentou pontos de vista teológicos contraditórios em
face do monoteísmo herético ao quinto concílio ecumênico realizado em
Constantinopla em 553, que o fez perder toda a credibilidade. Mais tarde ele
nem foi enterrado na Basílica de São Pedro, e ao longo dos séculos foi
ignorado, mesmo no Ocidente.
Papa Honório I foi ainda pior. Na sexto
concílio ecumênico realizado em Constantinopla, em 681, e, em seguida, também nos
sétimo e oitavo concílios ecumênicos, ele foi condenado como herege; o que foi
confirmado por seu sucessor Leão II e pelos papas romanos posteriores. A
pesquisa histórica, nomeadamente a de Yves Congar, mostrou que até o século
XII, fora de Roma, a importância da Igreja romana não foi entendida como uma
autoridade de ensino real no sentido legal ("magistério"), mas como
uma autoridade religiosa, que foi dada com o martírio e túmulos de Pedro e
Paulo. Ninguém em todo o primeiro milênio considerava as decisões do papa como
infalível.
Mas a pesquisa histórica tem mostrado que os
papas, particularmente a partir do quinto século, decisivamente expandiram seu
poder com falsificações explícitas. A "lenda" livremente inventada
pelo santo Papa Silvestre vem do quinto/sexto séculos. No século VIII levou à
falsificação altamente influente, a 'Doação de Constantino' (somente mostrado
ser uma falsificação no século XV), segundo o qual Constantino deixou Roma e da
metade do império ocidentalpara o papa Silvestre; permitindo-lhe a insígnia
imperial e vestuário (roxo) e uma corte para comandar; e deu-lhe a primazia
sobre todas as outras Igrejas, especialmente Antioquia, Alexandria,
Constantinopla e Jerusalém. Na verdade, Constantino havia deixado apenas o
palácio de Latrão e as novas basílicas de Latrão e de São Pedro.
Também a partir do quinto/sexto séculos
vieram os escritos do pseudo-discípulo de Paulo, Dionísio, o Areopagita. Ele
introduziu a palavra "hierarquia" e todo um sistema hierárquico: como
nos céus (anjos) assim na terra (clero). Finalmente, desses séculos datam
falsificações igualmente bem sucedidas do círculo em torno do Papa Símaco, que
foi sucessor de Gelásio, que entre outras coisas fez a declaração para
nemineiudicatur assentos premium. O papa ("a primeira sede") não pode
ser julgado por qualquer autoridade, até mesmo pelo imperador.
A realidade, no entanto, foi completamente diferente:
o oriental Teodorico, o Grande, talvez um cristão ariano, enviou o papa João
como mediador para Constantinopla, mas quando João falhou na sua missão,
Teodorico sumariamente jogou-o na prisão, onde veio a morrer. Durante o governo
absolutista de Justiniano por quarenta anos, ele convocava os bispos de Roma a
sua corte quando necessário, e lá sua ortodoxia [dos bispos de Roma] era
examinada. Depois de seu decreto de 555, a sanção imperial ("Faça-se”)
teve de ser obtida para qualquer eleição de um bispo de Roma. De fato, nos
séculos VI e VII, houve toda uma série de experiências de papas eleitos pelo
imperador ou pelo clero e povo de Roma. Esses processos terminaram muitas vezes
com a deposição do papa. Eles deviam continuar até o século XV. (KUNG, Hans.
The Catholic Church: A Short History . Modern Library, 2001, p.
55-58)
17º Johann Joseph
Ignaz Von Dollinger (maior historiador eclesiástico do séc. XIX e católico
quando escreveu “O Papa e o Concílio”)
Dollinger era um teólogo, historiador e sacerdote católico alemão,
considerado o maior historiador eclesiástico do século XIX quando escreveu a
clássica obra “O Papa e o Concílio”, onde mostra as provas históricas que
refutam o novo dogma da infalibilidade papal, criado em sua época apesar da
oposição dele e de boa parte dos teólogos católicos da época.
“Ora comparemos, em contraposição ao que
levamos exposto, o silêncio da antiga igreja. Só Irineu é quem, durante os três
primeiros séculos, procura harmonizar a preeminência da igreja romana com a
doutrina eclesiástica; mas fique bem entendido que, para ele, essa preeminência
não consiste senão na sua antiguidade, na sua dupla origem apostólica, e no
fato de que ali mantêm e contrasteiam a doutrina pura os fiéis que afluem de
todas as regiões. Tertuliano, Cipriano (32), Lactâncio ignoram absolutamente
que o pontífice tenha quaisquer direitos peculiares, nem têm notícia nenhuma de
que lhe caiba algum direito superior ou supremo em matéria de fé ou de
doutrina. Nos escritos dos Padres da igreja grega, Eusébio, Atanásio, Basilio
Magno (33), dos dois Gregórios de Nazianzo e de Nissa, nos de Epifânio, não se
pode topar uma só palavra, que mencione privilégios de algumbispo romano.
Acerca deste ponto é inteiramente mudo Crisóstomo, o mais fecundo dos Padres
gregos – e, como ele, os dois Cirilos – como ele, os latinos Hilário,
Paciano,Zênon, Lúcifer, Sulpício, Ambrósio. Até o romano Ursino, defendendo, em
440 (34), o parecer de Roma quanto à questão do segundo batismo, evita
apoiar-se na autoridade dessa igreja, nem ousa alegar que ela seja decisiva, ou
que tenha sequer alcance especial” (DOLLINGER, Johann Joseph Ignaz Von. O Papa e o Concílio. Rio de Janeiro: Brown & Evaristo, 1877, p.
76-77)
18º
Brian Tierney (renomado medievalista católico)
Brian Tierney é um historiador e medievalista formado no
Pembroke College, em Cambridge. Ele foi membro da faculdade da Catholic
University of America por oito anos até se tornar professor de história
medieval na Universidade de Cornell em 1959. Sua especialidade é a história da
Igreja medieval, com foco na estrutura da Igreja e sua influência no
desenvolvimento das instituições ocidentais. Ele é amplamente reconhecido como
uma das maiores autoridades em lei canônica e pensamento político.
“O texto bíblico mais comumente citado a
favor da infalibilidade papal é Lucas 22:32. Não faltam comentários patrísticos
sobre o texto. Nenhum dos Pais interpretou como significando que os sucessores
de Pedro eram infalíveis. Nenhum argumento convincente jamais foi apresentado,
explicando por que eles não declararam que o texto implicava na doutrina de
infalibilidade papal, se de fato era isso que eles compreendiam. Novamente, é
difícil para nós saber exatamente o que os homens dos séculos VI e VII
entendiam por fórmulas como as de Hormisda e Agatão. Mas sabemos que o Concílio
geral que aceitou a fórmula de Agatão também anatematizou seu predecessor, o
Papa Honório, alegando que ele ‘seguiu os pontos de vista do herege Sérgio e
confirmou seus dogmas ímpios’. O sucessor de Agatão, papa Leão II, confirmando
os decretos do Concílio, acrescentou que Honório não iluminou a Sé Apostólica
ensinando a tradição apostólica, mas, por um ato de traição, tentou subverter
sua fé imaculada. O que quer que os pais conciliares quisessem dizer com a
fórmula que aceitavam a respeito da infalível fé da sé apostólica, seu
significado pode ter pouca conexão com a moderna doutrina da infalibilidade
papal” (TIERNEY, Brian.
Origins of Papal Infallibility. Leiden:
Brill, 1972, p. 11–13)
19º
Luis Bermejo (teólogo jesuíta)
Luis Bermejo é um jesuíta espanhol que ensinou teologia no
Pontifício Ateneu de Puna, na Índia, nos últimos trinta anos. Em um livro publicado em 1992, ele faz um argumento convincente confirmando a
pesquisa histórica de Brian Tierney:
“Que eu saiba, ninguém parece ter desafiado
a alegação de Tierney de que todo o primeiro milênio é totalmente omisso sobre
a infalibilidade papal e que, portanto, a alegação do Vaticano I sobre as
raízes iniciais da doutrina é difícil de ser mantida. Praticamente a única
objeção de alguma substância levantada contra Tierney parece ser sua
interpretação dos decretistas do século XII: o dogma futuro do Vaticano I está
implicitamente contido neles? Mesmo depois de admitir, por uma questão de
argumento, algo que Tierney não admitiria de forma alguma, o formidável
obstáculo do primeiro milênio permanece intocado. Na minha opinião, seus
críticos dispararam suas armas contra um alvo secundário (os decretistas e
teólogos medievais), deixando de lado o silêncio perturbador do primeiro
milênio. Ninguém parece ter sido capaz de acrescentar qualquer prova documental
para mostrar que esse longo silêncio era ilusório, que a doutrina era - pelo
menos implicitamente - já conhecida e mantida nos primeiros séculos. Não é fácil
ver como uma dada doutrina pode ser mantida como sendo de origem apostólica,
quando mil anos de tradição não fazem eco a ela de forma alguma” (BERMEJO, Luis. Infallibility on Trial. Westminster: Christian Classics, 1992, p. 164–165)
20º Boniface Ramsey (especialista em patrologia e padre)
Boniface Ramsey é um padre católico norte-americano
ordenado em 1973 como membro da Ordem Dominicana. Em 2004 ele se juntou à
Arquidiocese de Nova York. É professor no Seminário da Imaculada Conceição (que
serve a arquidiocese de Newark), autor ou tradutor de vários livros sobre os Pais
da Igreja, em especial Beginning to Read
the Fathers, e de numerosos artigos sobre vários temas teológicos. Ele também
é o editor geral de As Obras de Santo
Agostinho: uma tradução para o século 21.
“Por vezes, então, os Pais falam e escrevem
de uma forma que acabaria por ser vista como não ortodoxa. Mas isto não é a
única dificuldade no que diz respeito ao critério de ortodoxia. O outro é que
nós olhamos em vão em muitos dos Pais para encontrar referências ao que muitos
cristãos acreditam hoje. Nós não encontramos, por exemplo, alguns ensinamentos
sobre Maria ou o papado que foi desenvolvido em épocas medievais e modernas” (RAMSEY, Boniface. Beginning to Read the Fathers. London: Darton, Longman & Todd, 1986, p. 6)
Considerações
Adicionais
Aqui citamos vinte dos mais conceituados teólogos e
historiadores católicos romanos, mas a lista iria longe, muito longe, se
quiséssemos continuar. O fato é que não há estudioso católico sério que
concorde que o bispo romano exercia desde sempre um primado jurisdicional sobre
todas as outras igrejas com prerrogativas de infalibilidade. Essa é uma tese da
apologética católica popular e leiga,
onde qualquer um é capar de criar um blog ou canal de youtube e dizer qualquer
abobrinha que quer, não entre os acadêmicos. Há dois problemas aqui: o primeiro
é que os apologistas de internet são esmagadoramente leigos em qualquer
assunto, e quase sempre incultos e ignorantes, que se limitam a copiar textos
pincelados uns dos outros em vez de estudar o que os estudiosos sérios entre
eles mesmos dizem.
O segundo problema é mais grave, pois se refere não à
ignorância invencível, mas à desonestidade sem fim. Muitos deles sabem que os historiadores e teólogos
mais reconhecidos no meio católico dão gargalhadas quando algum deles diz que a
Igreja desde cedo já era governada por um pontífice romano, mas eles preferem
continuar mantendo essa tese mesmo assim, porque são tendenciosos, manipuladores,
trapaceiros e muito mais vigaristas que o Dick Vigarista, que preferem
reproduzir a tese já há muito superada do que a mais aceita entre os acadêmicos
católicos, unicamente porque sabem que assim será muito mais fácil passar a
perna nos incautos que os seguem sem ter acesso nem às fontes primárias, nem a
esses historiadores. O consenso entre os eruditos católicos é que o papado é
uma instituição que surgiu com o tempo, seguindo a tese do “desenvolvimento da
doutrina”, do cardeal Newman.
Em termos simples, o bispo de Roma nem sempre foi
considerado o “chefe” da Igreja e muito menos era tido como infalível, mas isso
foi ganhando cada vez mais espaço no Ocidente com o passar do tempo, até resultar
no Cisma do Oriente (em 1054 d.C), pois as igrejas orientais jamais aceitariam
ser governadas por Roma, que a essa altura já estava exigindo uma submissão
universal (após já ter conseguido com sucesso a obediência das igrejas ocidentais).
Como o artigo se propõe a expor apenas o conceito dos teólogos católicos sobre
isso, eu não citei aqui os teólogos ortodoxos, protestantes, seculares e
religiosos de outras confissões, mas todos eles são tão unânimes quanto os
estudiosos católicos: não havia primado universal romano nos primeiros séculos.
Os apologistas católicos de internet estão sustentando uma tese derrotada e
refutada por literalmente todos os
estudiosos de qualquer vertente, incluindo a deles mesmos.
Essa é a razão por que eles nunca leem nada que confronte
suas opiniões, não apenas de escritores renomados de outras confissões, mas até
mesmo de seus próprios teólogos e mestres. Tudo o que eles podem ler é material
apologético lixo de escritores sem relevância e nem reconhecimento acadêmico,
criado especificamente com intenções proselitistas, que distorce tudo o que os
Pais afirmaram e omite informações cruciais. Não à toa, os maiores
especialistas em patrística e patrologia do mundo todo – gente da estatura de
J. N. D. Kelly, Philip Schaff e Hans von Campenhausen – nem católicos são. Os
que são precisam reconhecer que muito do que eles creem hoje não era crido pela
Igreja desde sempre, em contraste com os apologistas que tentam fazer
verdadeiros contorcionismos e deturpações para “provar” o contrário.
A própria página católica que me referi no início do
artigo é uma prova disso. Como ela rebate todas essas informações de todos
esses estudiosos? Basicamente, ela não refuta nenhum deles, apenas insinua que
eles não eram católicos de verdade!
Note o quanto ele distorce as informações:
1) Para ele, qualquer teólogo ou historiador católico que
não confirme o discurso tacanha e mentiroso da apologética de internet é
automaticamente classificado como um “heterodoxo e liberal”, ainda que no meio
acadêmico nenhum deles seja considerado um “liberal” ou “heterodoxo”.
Basicamente, basta dizer uma verdade (por mais óbvia que seja) para ser taxado
de “liberal”.
2) Ele cita Hans Kung, mas nos meus dois artigos antigos
(que ele responde) eu nem sequer o havia citado (o que mostra que ele sequer
deve ter lido o artigo ao qual “refuta”, apenas repete as respostas automáticas
que lhe ensinaram a repetir).
3) Diferentemente do que ele diz, nenhum teólogo aqui
citado é anglicano ou “anticatólico”.
4) Muitos dos que ele cita e que são mencionados neste estudo
são sacerdotes católicos legitimamente ordenados (alguns que ministram até
hoje), muitos deles ocupam ou ocuparam altos cargos na hierarquia da Igreja (bispos, arcebispos, cardeais), e muitos dos teólogos aqui citados são tão reconhecidos que as suas obras vem com o Imprimátur de Roma, que significa que não contém erros morais ou doutrinários. O que o apologista católico está dizendo é que esses com o Imprimátur são "falsos católicos liberais", mas ele que ninguém conhece é um "católico de verdade" (autoproclamado). E se ele está certo ao dizer que são “falsos
católicos”, então o problema é muito mais grave do que parece, pois significa
que a Igreja Romana anda ordenando formalmente padres “heterodoxos, liberais e
anticatólicos”! Por que o tal papista de facebook não vai avisar o alto clero
disso? Afinal, eles devem ter todo o interesse em se livrar desses “falsos
católicos com o Imprimátur”, não é mesmo?
Na continuação, eles citam trechos de apenas DOIS
historiadores protestantes que supostamente atestam o papado nos primeiros
séculos: J. N. D. Kelly e Philip Schaff. O problema é que são citações
truncadas e distorcidas, que não dizem nada do que ele pretende, e que ele
provavelmente sequer leu na fonte. Vejamos:
1) A primeira citação não fala nada sobre o papa ser
reconhecido pelas outras igrejas como um “chefe” ou “bispo universal”, só diz
que o próprio papado sempre desejou isso. Note que Kelly escreve da perspectiva dos próprios papas, e não
dos outros bispos ou dele mesmo. Desonestamente, o autor da página enche o
texto de reticências e cita um trecho de outra parte para fingir que Kelly
falava da sua própria perspectiva, quando estava falando do modo com que o papado interpretava Mateus 16:18.
2) O segundo texto diz que Pedro foi um “líder
indiscutível da Igreja primitiva”, mas não fala nada sobre os bispos romanos que
supostamente o sucederam (lembremos que o bispo de Antioquia também era tido
como sucessor de Pedro, e nem por isso os católicos romanos vinculam uma
jurisdição universal à Igreja de Antioquia). Além do mais, ele não afirma que
Pedro foi o “chefe dos apóstolos”, como alega a Igreja Romana, mas apenas um
líder, o que é bem diferente. Como demonstro em meu artigo das “50
Provas do primado de Billy Graham”, ser o mais proeminente de um grupo não implica necessariamente em ser o
chefe ou exercer algum tipo de governo sobre eles. O próprio Cristo negou
taxativamente que haveria esse tipo de coisa entre os discípulos, quando disse:
“Vocês sabem que aqueles que são
considerados governantes das nações as dominam, e as pessoas importantes
exercem poder sobre elas. Não será assim
entre vocês” (Marcos
10:42)
3) Que Pedro morreu em Roma nem eu mesmo nego, pois é a
tradição antiga (veja neste
artigo). Isso é muito diferente de dizer que ele foi “papa”, ou que deixou “sucessores”
com essas prerrogativas.
O interessante é que o próprio J. N. D. Kelly explica tudo
isso no mesmo livro que ele cita (e em outros mais). Vejamos o que ele omite em
sua publicação:
“Em todos os lugares, tanto no oriente como
no ocidente, Roma desfrutava de um
prestígio especial, conforme se vê na precedência que lhe atribuíam sem
nenhum questionamento (...) A questão crucial, porém, é se esse inquestionável
primado de honra era ou não aceito como um direito divino, de modo a envolver
uma jurisdição global. No que diz
respeito ao Oriente, a resposta deve ser em geral negativa. Embora
demonstrasse imensa deferência à Sé romana pela sé romana e desse grande valor
aos seus pronunciamentos, as Igrejas
orientais jamais trataram Roma como o centro constitucional e a cabeça de toda
a igreja, muito menos como um oráculo infalível nos assuntos de fé e moral; por
vezes, não tinham o menor constrangimento em resistir a sua vontade expressa” (KELLY, J. N. D. Patrística, Origem e desenvolvimento das
doutrinas centrais da fé cristã. São Paulo: Editora Vida Nova, 1994, p.
308)
“Embora a
posição de Clemente como um presbítero líder e porta-voz da comunidade cristã
em Roma esteja assegurada, sua carta
sugere que o episcopado monárquico ainda não havia surgido ali, e por isso
é impossível formar qualquer concepção precisa do seu papel constitucional”
(KELLY, J. N. D. Oxford Dictionary of Popes. London: Oxford University Press,
1986, p. 8)
Ou seja, Kelly reconhecia que
Roma tinha um prestígio especial, mas isso
não tinha nada a ver com uma jurisdição global, como a Igreja Romana
arroga. Nem mesmo havia episcopado monárquico na antiga Igreja de Roma, e ele é
enfático em dizer que as igrejas orientais jamais
trataram Roma como o centro constitucional e a cabeça de toda a Igreja, muito
menos como um oráculo infalível nos assuntos de fé e moral, e frequentemente resistiam à sua vontade
expressa. Mas o apologista católico malandro suprime todas essas partes do seu
texto e se apega apenas a citações pinceladas de trechos isolados onde Kelly
aponta esse prestígio, sem mencionar o fato de que isso não consistia em nada
do que Roma afirma. Isso tem um nome: desonestidade intelectual.
Os outros trechos citados são
manipulações da mesma natureza em outros autores, cujos escritos demonstram
inequivocadamente que não havia papado nos primeiros séculos, mas os
apologistas católicos são especialistas em isolar trechos truncados e forçar a
interpretação de forma sorrateira e vergonhosa, na tentativa de passar a ideia
de que os autores disseram uma coisa que eles não disseram em absoluto.
Basicamente qualquer elogio a Pedro ou discurso sobre a importância ou o
prestígio da sé romana é interpretado no sentido de “primado papal”, o que já
demonstra o nível do amadorismo com o qual estamos lidando aqui. É uma forma
infantil e tola de ler o texto, com lentes de aumento importadas de Roma. É por
isso que a apologética católica não pode ser levada a sério em hipótese nenhuma:
ela não apenas está completamente superada pelos argumentos protestantes, mas
também está ultrapassada e defasada em relação aos seus próprios teólogos mais sérios, que jamais compraram esse
discurso propagandista e infame.
Por Cristo e por Seu Reino,
Por Cristo e por Seu Reino,
Lucas Banzoli (www.facebook.com/lucasbanzoli1)
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O Montfort era conhecido e respeitado, mas tinha a mesma crença desses apologistas de blog, sem base na realidade. Acreditavam que Jesus realmente nasceu no dia 25 de dezembro, mesmo com a enciclopédia católica e vários historiadores católicos negando esse fato.
ResponderExcluirPois é, infelizmente essa linha mais tradicionalista e fundamentalista é a que acabou ganhando força na apologética católica e tomou conta da narrativa deles, até porque é o discurso mais fácil de comprar. Um católico que lesse a Montfort ou esses blogs de fundo de quintal e depois lesse os verdadeiros teólogos e historiadores católicos não acreditaria no que lê, pois se parece muito mais com o que a apologética protestante diz do que com a própria apologética católica popular.
ExcluirE como eles convivem na mesma igreja que acreditam ser a única verdadeira?
ExcluirCada um deles acha que a ala dele é que é a "verdadeira".
Excluir"E como eles convivem na mesma igreja que acreditam ser a única verdadeira?"
ExcluirNa questão do Montfort e tridentinos, usam a expressão "Ex Cathedra" como muleta pra essa divisão. A Igreja só não seria dividida no que concerne a um dogma, uma verdade de fé, que são muitas poucas doutrinas, do resto podem discordar à vontade. E até mesmo nos dogmas tem divisão, pois eles tem interpretações diferentes dos dogmas, como devem ser entendidos e interpretados. A igreja católica ainda não tem o dogma do dogma, cada um é livre pra entender como quiser.
O "Ex Cathedra" do protestantismo seriam os 5 lemas da Reforma, mas eles não aceitam como uma unidade.
Acredito que o cargo de bispo na igreja primitiva era mais administrativo e não religioso. Não era um cargo tão importante. Acabou ganhando importância depois da era apostólica.
ResponderExcluirOs apóstolos eram missionários, não ficavam fixo num local. Na minha opinião, Pedro nunca exerceu cargo de bispo, nem em Roma e nem em Antioquia.
Concordo com o que você disse sobre Pedro e os demais apóstolos; sobre os bispos, eles no início eram o mesmo que os presbíteros, não havia ainda um "episcopado monárquico" (escrevi sobre isso no artigo abaixo):
Excluirhttp://www.lucasbanzoli.com/2019/02/voce-sabia-que-pastor-presbitero-e.html
Mr. Anonymous,
ExcluirThe post that I linked to below should be of assistance.
Veja o verdadeiro significado de machismo: https://youtu.be/VBmjj2TeGR0
ResponderExcluirDeus lhes ilumine!
Muito interessante esse vídeo.
ExcluirComente:
ResponderExcluirhttps://youtu.be/JWh3VOqfvcQ
https://youtu.be/4r_vxFvmbcQ
O "extremista de direita" que ele se refere é um ecofascista (que acredita que a humanidade deve ser destruída porque faz mal ao meio ambiente) que tem a China comunista como o modelo de país ideal. Está tudo na mesma carta dele que ele cita (mas cita omitindo as partes não-convenientes).
ExcluirComente:
ResponderExcluirhttps://youtu.be/EF7ngKWXXKY
https://youtu.be/tOdD53ZNz2M
https://youtu.be/sgKWoU7RvRI
https://youtu.be/JPb71dFsEz0
Esse cara era um ancap, não um direitista liberal (liberais são a favor das liberdades individuais e de expressão, e portanto favoráveis à vida).
ExcluirEu vou para o inferno por não ser criacionista da terra jovem? Eu sei que você é um criacionista da terra jovem, mas eu particularmente falando não acredito muito nessa interpretação, mas te respeito e o admiro muito principalmente pelo seu excelente trabalho contra esses apologistas católicos cretinos e esses esquerdistas e olavetes da extrema-direita canalhas. Só que tem um problema, toda vez que eu falo que sou evolucionista teísta sou atacado por ambos os lados, os neoateus me chamam de crentelho ignorante e os fundamentalistas me chamam de falso crente e falam que eu irei para o inferno.
ResponderExcluirAtualmente estou desigrejado, sou protestante, mas ainda não encontrei uma igreja para mim e um dos motivos é porque eu tenho medo de me chamarem de herege e falso crente e isso me deixa muito ofendido. Eu sou um cristão verdadeiro, eu acredito que Jesus era a encarnação de Deus e que a Bíblia tem muitos fatos históricos narrados (embora outros eu particularmente interprete como alegóricos). O que eu faço?
Lucas, pela n-ésima vez perdoe minha intromissão quando o assunto é a perca da salvação por crer diferente do papa, do bispo, do pastor, do teólogo x, y, z...
ExcluirAmigo, está claro como o sol do meio dia nas Escrituras que somos salvos pela graça e a misericórdia divina. Nas palavras de Paulo
"Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus.
Não vem das obras, para que ninguém se glorie."
Efésios 2,8-9
Jeremias escreveu
"As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim;
Novas são cada manhã; grande é a tua fidelidade."
Lamentações 3:22,23
Amigo, a Boa Nova é que não somos salvos são pelas obras, pelo conhecimento teológico que possuímos, pela filiação religiosa, por alguma ascendência, mas pela graça e misericórdia divina.
O sacrifício vicário de Cristo aceito pela fé é completo e dispensa qualquer aditivo.
As boas obras que todo verdadeiro cristão pratica é uma resposta ao que Cristo fez por nós. É o Espírito Santo que nos é dado graciosamente que nos capacita a sermos verdadeiros seguidores de Cristo.
Enquanto estivermos neste mundo caído, nosso conhecimento será imperfeito e limitado. É a graça e a misericórdia de Cristo que nos manterá firmes a espera de sua volta.
Fica na paz amigo.
Eu tbm sou evoteísta.Se vc tiver face procure o grupo evolucionismo teísta.
ExcluirDe fato, dizer que alguém é um "falso cristão" só por ser um evolucionista teísta é estupidez. Eu não considero o evolucionismo teísta uma posição biblicamente sólida (além de cientificamente contestável), mas nem de longe diria uma atrocidade dessas, vinculando a salvação pessoal à crença no criacionismo. Isso é cair na armadilha dos ateus, que pregam que a teoria da evolução é a "prova" de que Deus não existe (caso seja verdadeira). Inclusive eu escrevi sobre isso aqui:
Excluirhttp://ateismorefutado.blogspot.com/2015/04/a-teoria-da-evolucao-prova-que-deus-nao.html
Curioso,eu nunca fui atacado por ateus,pelo contrário dá até pra ter um diálogo sadio com eles.A birra deles é com os criacionistas,pq os ateus acham que eles são alienados.Eu já fui sim atacado por crentes que acham que vc tem que negar a evolução para ser crente.Fica em paz meu irmão,vc é crente sim,assim como eu.
ExcluirDá uma olhada nestes 2 blogs que promovem um diálogo entre fé e ciência e que eu curto muito:
Excluirhttps://www.gazetadopovo.com.br/blogs/tubo-de-ensaio/
https://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/
Muitíssimo obrigado pela ajuda, agora sinto-me mais espiritualmente tranquilo, vou dar uma olhada nesses blogs aí, e Lucas, obrigado pela sua compreensão, abraços. Fique com Deus, a paz.
ExcluirHey Lucas,
ExcluirWhat is your opinion on young earth creationism?
Hi, Jesse. Although I am not a scientist, from the evidence I have studied, I believe in the creationism of young earth (I was theistic evolutionist before, a long time ago). Here in Brazil there are great young earth creation scientists with excellent videos on this, such as Dr. Adauto Lourenço, Dr. Rodrigo Silva, Dr. Afonso de Vaconcelos Lopes and others. I wrote an article about it some time ago:
Excluirhttp://www.lucasbanzoli.com/2018/07/como-as-origens-da-escrita-e-da-fala.html
Now, that is an interesting transition (and I am glad you boldly defend your stance, believe me)! I oftentimes hear theistic evolutionists claim they were once young earth creationists. But I also consider that position to be weak...What do you think of old earth creationism? How about global flood verses local flood?
ExcluirThe problem with the old Earth theory is that it makes the global flood impossible (and there is a lot of evidence of the global flood, though evolutionists deny it). Only in young Earth creationism the global flood is appropriate, and explains why evolutionary dating is wrong.
ExcluirDo you believe that there was animal death before the fall?
ExcluirUau! Banzolão manja no inglês :)
Excluir"Do you believe that there was animal death before the fall?"
ExcluirI believe not, texts like Romans 5:12 oppose this.
"Uau! Banzolão manja no inglês :)"
ExcluirUm inglês de nível "primeiro semestre de Wizard" xD
Avalie:
ResponderExcluirhttps://youtu.be/kNPoso1y62U
Eu não posso comentar esse vídeo porque não conheço as nuances do direito. Teria que ver com alguém do ramo.
ExcluirAvalie:
ResponderExcluirhttps://youtu.be/HvfhWDbDqZo
Essa reunião com o Bannon e com o Olavo foi bem tosca mesmo, mas no geral a visita aos EUA foi positiva.
ExcluirComente:
ResponderExcluirhttps://youtu.be/Q4Qf-Uc5OmU
Que os olavetes exageram no papel do Foro de São Paulo isso eu sempre soube, mas também não era irrelevante como ele diz no vídeo, tem gravações de políticos importantes falando da importância do Foro para a consolidação das esquerdas na América Latina, ele não foi criado à toa.
ExcluirAvalie:
ResponderExcluirhttps://youtu.be/BgZQFdEZBfk
Ele está certo, o Islã cresce por causa do aumento populacional que é muito maior nas famílias muçulmanas do que nas cristãs, não por causa de migração ou de conversões.
ExcluirTem como reverter esse quadro? Será que é possível frear o crescimento do islã? Tem como reverter esse quadro de ateísmo e de irreligião na Europa?
ExcluirTer até tem, mas eu acho que não vai, porque a Bíblia descreve o fim dos tempos como um período em que Jesus não encontraria fé na terra (o que ainda não é o caso em todo o mundo, mas caminha para ser).
ExcluirIsso de não encontrar é um modo literal mesmo, nenhuma pessoa? Ou uma forma que dizer que apenas uma minoria bem pequena mesmo guardaria a fé a ponto de no sentido geral não ser possível acha-la?
ExcluirNão pode ser totalmente literal porque senão não haveria ninguém pra Jesus arrebatar lá no final. Mas certamente indica um mundo bem mais incrédulo que o atual.
ExcluirMais uma artigo avassalador, mas deixa eu te perguntar algo:
ResponderExcluirVocê vai fazer uma série de vídeos ou artigos sobre o "curso" do Padre Gargamel sobre o Lutero malvadão?
Abraços
Eu teria que comprar esse "curso", mas eu não gosto de jogar dinheiro no lixo (ou em coisa pior, como esses vídeos do Gargamel). Mas a julgar pelo que ando lendo por aí de quem fez o "curso", é o mesmo tipo de ladainha que já foi exaustivamente refutada por mim e por muitos outros apologistas protestantes em milhares de artigos, como estes aqui:
Excluirhttp://www.lucasbanzoli.com/2015/07/artigos-sobre-catolicismo.html
Abs!
Bela refutação, meu truta. Parabéns.
ResponderExcluirVlw 😁
Excluir"Este é um caso bem evidente de dupla predestinação (entendedores entenderão)"
ResponderExcluirEu não entendi. Então não sou entendedor :(
Isso é porque você não tem QI 142 😂😂😂
ExcluirEu sempre quis ter QI 142
Excluirhttps://s01.video.glbimg.com/x720/3765484.jpg
kkk
Meu amigo iraquiano fez o mesmo teste e conseguiu 157 (e isso que ele fez rápido e errou algumas por causa disso xD). O cara tem um QI maior que Einstein :)
ExcluirVocê tem amizade até com iraquianos? E se ele fizer parte de um grupo terrorista e tentar "metralhar" São José dos Pinhais? xD
ExcluirÉ uma possibilidade séria a se pensar, ainda bem que existe o Oceano Atlântico entre nós.
Excluirkkk
ExcluirVocê tem QI 142? Tudo isso? O meu é 69 apenas 😥
ResponderExcluirhttp://prntscr.com/n099g5
Veja pelo lado positivo: você tem o mesmo QI do George W. Bush!
ExcluirSerá que algum dia serei um presidente também? xD
ExcluirAí está um bom indício de que será.
Excluir"Pacífico (essa é fácil porque tem poucos oceanos pra comparar xD)"
ResponderExcluirVerdade kkk.
O erro da teologia católica é tão evidente que praticamente eles vivem um tipo de coisa que passa longe de Cristianismo. O AT todo é um retrato de Deus falando e insistindo que não é pra fazer imagens de pedra, pau semelhante a nada pra que se adore... aí olho para isso e me pergunto se isso não é exatamente o que Deus abomina: http://ciriodenazare.com.br/site/noticias/missa-do-mandato-da-inicio-as-peregrinacoes-nos-lares-para-o-cirio-2017/ vai entender... ainda bem que não sou católico mas os evangélicos como nós tb não vamos escapar muito do juízo porque eles lá tem um só papa, nós aqui, por outro lado, temos vários, cada igreja com o seu papa, especialmente se o pastor for um tirano, mas ainda sim aqui está melhor porque a gente pode pular fora de uma igreja caso ela esteja dando um tapa no Evangelho, já o Catolicismo é o tapa por natureza, a bofetada na direção dos céus...
ResponderExcluirEu ainda acho o "Santo Lenho" coisa pior do que isso aí:
Excluirhttp://3.bp.blogspot.com/-ld6IqVFalWA/TVcy-_hXzFI/AAAAAAAAACk/tDyBr9gDUSE/s1600/santo+lenho.jpg
Banzoli, tendo em base as últimas noticias sobre Bolsonaro se encontrando com Trump, você acha que o Brasil tem chances de ingressar na OTAN e na OCDE? Você acha que isso seria bom pro Brasil?
ResponderExcluirÉ difícil, mas não custa nada sonhar... nós só teríamos a ganhar com isso.
ExcluirLucas, você come carne?
ResponderExcluirBastante.
ExcluirQue bife maravilhoso, Banzolão. Olhe aí kkk
Excluirhttp://prntscr.com/n19h7w
Me deu vontade de comer. Não sei se deu em você também 😁
Acho melhor eu nem comentar nada... 😏
ExcluirSei que você sentiu também. Esse "bife" aí não é a graça de Deus conforme o calvinismo, mas é irresistível :D
ExcluirEu só sei que se este artigo bater os 200 comentários e eu precisar apagar alguns, já sei exatamente qual...
Excluir"Eu só sei que se este artigo bater os 200 comentários e eu precisar apagar alguns, já sei exatamente qual..."
ExcluirÉ sério isso? Você ficou chateado?
Olha... Sei que o vídeo é de humor, mas até que ele tem uma certa razão¹(principalmente sobre o Truco). Agora, sendo serio, creio que realmente uma pessoa não vai sair por ai atirando em todo mundo só por causa que ele jogou GTA, mas creio que pode sim ter uma certa influencia negativa. Mas esse assunto, ao ponto de vista acadêmico, ainda não foi resolvido; e deixarei 2 links e um vídeo que achei interessante para vocês verem sobre o assunto.
ResponderExcluir[1] https://www.youtube.com/watch?v=PwOMuvNIALU
[apoia a visão de que jogos influenciam sim] https://www.scientificamerican.com/article/yes-violent-video-games-trigger-aggression-but-debate-lingers/
[não apoia a visão que jogos influenciam] https://www.forbes.com/sites/olliebarder/2019/02/15/new-study-shows-that-there-is-no-link-between-violent-video-games-and-aggression-in-teenagers/#a2ade29328e0
[o vídeo que achei interessante; com vários dados curiosos] https://www.youtube.com/watch?v=EFUHhBVoZcg
Deus lhes ilumine!
Pra resolver essa questão, alguém teria que fazer uma pesquisa científica analisando os casos de massacres em escola (em uma escala considerável, digamos uns mil desses casos) e considerar os três grupos: (a) pessoas que jogavam jogos violentos; (b) pessoas que jogavam outros jogos; (c) pessoas que não jogavam nenhum jogo. Se a ocorrência nesse primeiro grupo for muito mais significativa do que nos outros dois, aí até poderia haver uma influência, mas eu acho difícil.
ExcluirAvalie: https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/the-new-york-times/2019/03/19/teoria-racista-sexista-e-antifeminista-se-espalha-na-extrema-direita.htm
ResponderExcluirEu comentei sobre isso mais acima: O "extremista de direita" que ele se refere é um ecofascista (que acredita que a humanidade deve ser destruída porque faz mal ao meio ambiente) que tem a China comunista como o modelo de país ideal. Está tudo na mesma carta dele que ele cita (mas cita omitindo as partes não-convenientes).
ExcluirLucas eu descobri porque Moisés e Elias foram reconhecidos na transfiguração. Como Jesus viveu antes no céu e eles se encontraram lá então foi Ele quem falou para os discípulos.
ResponderExcluirAparecer com Cristo na transfiguração não teria representado nenhum problema para Elias e Moisés. Eles haviam passado muito tempo com Jesus antes de seu nascimento humano em Belém.
O que você acha?
Concordo contigo.
ExcluirLucas o que você acha dos católicos fanáticos e das viúvas do Enéas Carneiro chamando o Bolsonaro de entreguista por ter ido fazer acordos com os EUA?
ResponderExcluirEles devem gostar mesmo é da Coreia do Norte, que é totalmente nacionalista no sentido mais completo da termo, não faz acordo com ninguém e se fecha em torno de si mesma, e por causa disso é um verdadeiro Paraíso na terra (sqn).
ExcluirO curioso é que os ataques estão vindo a outros católicos, os olavetes, que são chamados de neoconservadores pelos tradicionalistas.
ExcluirO filho do presidente, Eduardo Bolsonaro, é próximo ao Olavo e aos olavetes e foi por influência dele que o Bolsonaro escolheu esse ministro das relações exteriores.
Comente:
ResponderExcluirhttps://youtu.be/gYaRWxbjhDk
O Bolsonaro não falou contra os imigrantes, mas sim contra os imigrantes ilegais, que são criminosos por definição. Ele não disse nada errado quanto a isso.
ExcluirBanzolao o problema é que é muito difícil para um cidadão comum brasileiro imigrar legalmente para os EUA,teria ou que investir um milhão de dólares no país ou ser um grande acadêmico ,com uma habilidade notável em uma área, ou se casar com alguém que ja tenha a cidadania norte americana
ExcluirSe é muito difícil imigrar legalmente, então que não imigre.
Excluir"mas ele que ninguém conhece é um "católico de verdade" (autoproclamado). E se ele está certo ao dizer que são “falsos católicos”, então o problema é muito mais grave do que parece, pois significa que a Igreja Romana anda ordenando formalmente padres “heterodoxos, liberais e anticatólicos”! Por que o tal papista de facebook não vai avisar o alto clero disso? Afinal, eles devem ter todo o interesse em se livrar desses “falsos católicos com o Imprimátur”, não é mesmo?"
ResponderExcluirIsso se aplica também aos que criticam os bispos da CNBB? Nunca foram excomungados e a doutrina que estes bispos pregam ta mais dentro da doutrina social da Igreja do que o que pregam os olavetes ou tridentinos e esses poderiam ser considerados hetrodoxos, porque fogem do padrão de ensino.
Este católico fez um vídeo criticando o Bernardo Kuster por criticar os bispos da CNBB, falando que o Bernardo é um cismático.
E olha que esse Bernardo diz que saiu do protestantismo, afirmando que achou a verdade no catolicismo, mas não aceita as doutrinas católicas.
https://www.youtube.com/watch?v=fcLg5RhxiRw
Sim, tecnicamente falando esses bispos "comunistas" da CNBB são bispos legítimos, legitimamente ordenados, só que esses católicos de direita precisam passar a ideia de que eles são "falsos padres" porque se reconhecessem que são padres católicos de verdade estariam atestando a corrupção e divisão na Igreja deles, então é bem mais fácil comprar um discurso fajuto onde toda a CNBB está "excomungada" por um católico de youtube que decidiu isso.
ExcluirAvalie
ResponderExcluirhttps://www.youtube.com/watch?v=oUy_sWbboNA
Finalmente descobrimos o verdadeiro talento dele.
ExcluirPaz do Senhor, mudando um pouco de assunto, o que você acha desse investimento.
ResponderExcluirhttps://www.youtube.com/watch?v=Bpv7_WeJ7mk
Me parece um excelente investimento.
ExcluirMão francesa ou mão inglesa?
ResponderExcluirPor já estarmos acostumados, é melhor a francesa mesmo.
ExcluirExcellent article. It's only too bad that I do not have a Facebook account (then I could share your post on there). Interested readers might find this article to be interesting:
ResponderExcluirhttps://rationalchristiandiscernment.blogspot.com/2018/04/evaluating-roman-catholic-claims-of.html
Great article, really very good!
ExcluirLucas, era mesmo necessário o Churchill se aliar ao ditador Stálin para derrotar o ditador Hitler?
ResponderExcluirNa verdade era. O ponto é que a Alemanha invadiu a Rússia, então a Rússia naturalmente declarou guerra à Alemanha, automaticamente entrando no mesmo grupo daqueles que já estavam contra ela (o que inclui a Inglaterra). E sim, foi uma ajuda importante, mas não é como se Churchill tivesse se prostrado aos pés de Stalin e implorado ajuda, muito longe disso.
ExcluirMas você acha que o Stálin, isolado de todos, poderia invadir e arrasar a Inglaterra junto com a Europa inteira, e que por isso Churchill teria se aliado a ele?
ExcluirNão é bem por isso, eu acho que dificilmente Stalin entraria na guerra de forma desnecessária contra alguém. Ele só entrou contra o Eixo porque os nazistas invadiram seu país. Mas se ele já está lutando contra um inimigo (e vale lembrar que nessa época o Eixo estava vencendo a guerra), não tem o menor sentido os ingleses declararem guerra a ele, seria suicídio em termos estratégicos. Eles estavam perdendo, os nazistas estavam a ponto de conquistar o mundo, então Rússia e EUA entram e desequilibram a seu favor, seria insanidade se neste contexto ele declarasse guerra à Rússia e a Rússia ficasse contra eles e desequilibrasse as coisas de novo contra eles. Quando falamos de guerra, temos que pensar em termos estratégicos, não apenas em termos ideológicos.
ExcluirVc pediu, e voltei: https://store.patternsofevidence.com/collections/movies/products/patterns-of-evidence-the-moses-controversy-dvd dá pra comprar já, eles vao começar a enviar dia 16 de Abril.
ResponderExcluirExcelente, será que esse vai sair no Netflix também? Se não sair eu compro o dvd mesmo.
ExcluirQual é a menos pior, a Igreja Católica Apostólica Romana ou as Igrejas Ortodoxas? Um amigo meu disse que esse tipo de pergunta não faz muito sentido porque o inferno é um só.. então o mesmo inferno que recebe Hitler vai receber o padre pedófilo e o pastor pedinte de grana pra se satisfazer... mas qual das duas é a menos provável vc cometer heresias?
ResponderExcluirDoutrinariamente a Ortodoxa é menos ruim sim, eu escrevi sobre isso aqui:
Excluirhttp://heresiascatolicas.blogspot.com/2015/09/semelhancas-e-diferencas-entre.html
https://guiame.com.br/gospel/mundo-cristao/pastores-oram-por-bolsonaro-nos-eua-que-uncao-do-espirito-santo-venha-sobre-ele.html?fbclid=IwAR37gm2C3RSZz8gQyHgXcrlh_PD6T7RfCgO3QeZMZRB8vBJZO50trfWEDN0 vc crê? Eu creio!!!!
ResponderExcluirLegal mesmo. Uma cena dessas seria inimaginável nos governos anteriores (seria mais provável eles fazerem uma macumba em vez de uma oração dessas).
ExcluirMuito bom meu irmão Lucas, seus artigos são realmente muito instrutivos. Parabéns
ResponderExcluirEu que agradeço! Abs!
ExcluirDizer que esses historiadores não são católicos por negarem o primado de Pedro em Roma, é apenas recorrer a falácia do escocês de verdade. O curioso é que eu estava debatendo, há cerca de um mês, com um católico romano a respeito desse assunto, e ele veio com essas mesmas alegações.
ResponderExcluirPor falar no Bruno Lima, ele sumiu?
Ele está fazendo mestrado e trabalha na Câmara em Brasília, então é uma pessoa bem ocupada (e quando não está ocupado está viajando pelo mundo, já deve ter conhecido todos os países do mundo umas 15 vezes). Mas ele está bem sim.
ExcluirEntendo. Tomara que ele volte logo a escrever no blog.
ExcluirLucas, c vc tivesse um carro, viajaria de avião?
ResponderExcluirCabelo comprido, CNH, medo de avião,... Qual será a próxima?
Excluirkkkkkkk
ExcluirEu só peguei avião uma vez (na verdade 4, se considerar ida e volta e as conexões entre elas) e tive um certo medo sim, principalmente na hora da decolagem (às vezes eu tenho pesadelos com avião caindo, mas conversando com outras pessoas vi que esse tipo de sonho é normal). Mas não deixaria de pegar avião por causa disso.
Bem, depois das refutações católicas contra os católicos,eu gostaria de saber a reação deles, um católico refutando um católico, massa.
ResponderExcluirAbs Lucão.
Aqui tem um aperitivo:
Excluirhttp://heresiascatolicas.blogspot.com/2015/03/o-ufc-catolico.html
Você se ente teologicamente mais próximo de um judeu ou de um católico?
ResponderExcluirTeoricamente de um católico, porque eles creem em Cristo como o Messias, embora com crenças tão diferentes das bíblicas que me fazem sentir mais simpatia pelos judeus mesmo.
ExcluirBoas notícias Lucas!
ResponderExcluirhttps://www.google.com/amp/s/www.revistaforum.com.br/artifice-do-golpe-contra-dilma-temer-vai-para-cadeia-apos-adular-bolsonaro/amp/
https://www.google.com/amp/s/g1.globo.com/google/amp/politica/noticia/2019/03/21/veja-repercussao-da-prisao-de-michel-temer.ghtml
A Esquerdalha quebrou a cara! 🤣😂
O mais engraçado é o título da primeira matéria (de um site esquerdista) tentando sutilmente vincular a prisão de Temer ao Bolsonaro, até nisso eles tentam dar um jeito de manchar a imagem do presidente...
ExcluirEm relação à prisão do Temer, já foi tarde.
Lindo esse testemunho de uma ex ateia:
ResponderExcluirhttps://youtu.be/_-zRT24Zhdo
Olha, toda vez que eu vejo um ateu se convertendo meu coração se enche de alegria. Deus é fiel, oremos pelos descrentes.
Muito bonito mesmo.
ExcluirBanzoli comente sua opinião sobre este vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=hMxYVdIAugc
ResponderExcluirEsse vídeo é extremamente falacioso por muitas razões diferentes, mas a principal delas é porque tenta associar uma coisa à outra, como se as cruzadas tivessem ocorrido como uma "resposta" à Jihad, e não há nada mais falso que isso. Quando a primeira cruzada ocorreu, já não havia Jihad há séculos. E seria muito mais coerente neste caso que fizessem cruzadas reconquistando territórios da Europa (conquistados pela Jihad séculos antes), e não no Oriente Médio, no outro lado do mundo, onde jamais um país europeu perdeu território algum. A razão pela qual eles fizeram as cruzadas foi uma só, bem expressa no discurso do papa Urbano II: conquistar a Terra Santa dos "infieis", que supostamente estariam destruindo os lugares santos de Jerusalém (o que se descobriu ser uma grande fake news, os muçulmanos não haviam destruído NADA). É justamente porque a causa oficial das cruzadas era tão tola e irracional que os católicos modernos precisam apelar a esse tipo de revisionismo tacanha, simplesmente mudando a causa formal das cruzadas e adotando outras "explicações", outras causas que nem passavam pela cabeça dos cruzados católicos de 1095.
ExcluirLucas, confesso que quando comecei a te acompanhar, achei um tanto exagerado seu anticatolicismo. Hoje, passados quase três anos, ao observar as mazelas que o cristianismo cometeu, fica difícil (ou melhor, impossível) não atribuir responsabilidade ao catolicismo. Para completar o revisionismo católico fez o favor de piorar a situação justificando (ou melhor, tentando) o injustificável.
ResponderExcluirDeus tenha misericórdia de nós.
De fato, esse radicalismo católico é imperceptível a quem está sendo introduzido no tema, porque a uma primeira vista fica parecendo que o único catolicismo que existe é esse "light" do papa Francisco e dos "católicos comuns". Quando eu me deparei com esse "outro catolicismo" dos católicos tridentinos de internet, até eu me assustei.
ExcluirAgora... Se existe uma coisa que eu não esperava mesmo são os dados que esse vídeo amostra. Basicamente, os homens(sim, HOMENS) são as maiores vítimas da violência domestica:
ResponderExcluirhttps://www.youtube.com/watch?v=wimG7GuJvJM
Deus lhes ilumine!
Aí eu já acho que é demais (não assisti o vídeo ainda, mas me parece bem notório que é o contrário, nem vejo sentido nessa afirmação já que o homem por ter mais força física só é "agredido" se quiser ser).
ExcluirBem... O vídeo e os dados que ele amostra estam ai. Só da uma conferida mesmo. :)
ExcluirSe eu entendi bem o vídeo, o que ele prova é que mais homens morrem dentro de casa do que mulheres. Mas isso não prova que eles morrem PELAS mulheres, eles podem ser assassinados por qualquer outra razão (por exemplo, um traficante que invade a casa e o mata a tiros).
ExcluirO vídeo em si não foca nos homicídios e sim na violência, que pode ser física, verbal, ou emocional. Ele demostra claramente que, contrariando a opinião da maioria, as mulheres são mais agressivas na violência doméstica.
ExcluirIn English:
The video by itself doesn't focus on murder but violence, which can be physical, verbal, or emotional. It shows clearly that, contrary to the majority opinion, women are more domestically violent.
Deus lhes ilumine!/God Enlighten you all!
Isso não tem sentido. O homem é naturalmente mais agressivo do que a mulher, isso é biologicamente explicado e comprovado. Por isso homens costumam brigar muito mais entre si (fisicamente falando, saindo no braço por exemplo) do que as mulheres. Por isso há muito mais membros de torcidas organizadas violentas, pixadores, traficantes, bandidos de rua e vândalos no geral entre os homens do que entre as mulheres. Homens e mulheres tem diferenças de hormônios, e a tendência de comportamentos diferentes. A mulher tende a ser mais tranquila, mais calma, mais "feminina", mais emocional, enquanto os homens tendem a ser mais agressivos, mais aguerridos, mais violentos, mais instintivos. Isso não é uma crítica, é apenas a percepção da realidade confirmada pela ciência (por isso se enviam homens para as guerras).
ExcluirLucas o arrebatamento pré tribulacionista não faz o menor sentido, pois se fizer o livro do Apocalipse perde sentido, afinal se só os cristãos acreditam no Apocalipse, mas eles não estarão na terra neste momento, logo pra que este livro serve se não vai avisar ninguém, afinal não vai ter ninguém que acredita no Apocalipse vivo na época? Sem esquecer que a teoria do arrebatamento é tão famosa, que se os cristãos fossem arrebatados antes, todo mundo ia pensar "hummm, um monte de gente desapareceu, e todos eram cristãos, e muitos deles diziam que iriam ser arrebatados, logo a bíblia é verdade" ou seja todo mundo iria acreditar em Deus pois é algo que não teria como explicar. Então alem do problema de que o Apocalipse seria um livro completamente inútil, o mundo não seria completamente dominado pelo ateísmo pois todo mundo ou pelo menos grande parte iria saber que Deus existe pois só os cristãos foram arrebatamento.
ResponderExcluirPenso exatamente assim. O pós-tribulacionismo faz muito mais sentido tanto à luz da Bíblia, como da lógica.
ExcluirLucas,
ExcluirI am not the brightest bulb there is when it comes to eschatology...But I think that I would have to agree with the post-trib view. It seems that most arguments for a pre-trib rapture view are more emotional in nature than they are rational. The arguments for a pre-trib also seem (in my view) to be "read into" various passages of Scripture that speak of believers not being appointed to God's wrath.
Exactly, I even write about it in a book on this subject, called "A Igreja na Grande Tribulação" (The Church in the Great Tribulation), available on the books page:
Excluirhttp://www.lucasbanzoli.com/2017/04/0.html
Banzolão, o que você acha da tese de que o apóstolo Paulo contrariou os ensinos de Jesus e que foi ele (Paulo) o verdadeiro fundador do cristianismo?
ResponderExcluirTese mais furada que queijo suíço. Se Paulo pregasse mesmo um evangelho diferente do de Jesus, seus discípulos (os doze apóstolos) teriam refutado Paulo com rapidez e energia, denunciando esse "falso apóstolo" que perverte as palavras de Cristo. Mas pelo contrário, Paulo foi bem acolhido e até elogiado por Pedro em sua segunda carta.
ExcluirEu ouvi um argumento de um historiador de que Paulo e os demais tinham uma perspectiva diferente.
ExcluirPaulo pregava mais sobre o Jesus morto e ressuscitado porque era apocalíptico e acreditava que a vinda do reino era iminente, enquanto os demais focavam mais no Jesus humano, que viveu e pregou na terra. Focavam mais nos seus ensinamentos e no que fez em vida e que o importante não era acreditar na morte salvifica de Jesus, mas seguir seus ensinamentos e diretrizes.
Ele argumenta que se fosse pela perspectiva de Paulo, os temas de paixão, morte e ressurreição tomariam a maior parte da redação dos evangelhos, mas aparece só no final dos sinóticos. Em João, que é mais tardio, toma mais parte e estaria mais próximo da pregação de Paulo.
Eu acredito que focavam mais na história e ensinamentos de Jesus pra mostrar a identidade dele e porque seria o Messias, não porque a morte ficou em segundo plano, em contraste com Paulo. Pra alguém acreditar que a morte dessa pessoa significava algo, tem de saber como esta pessoa viveu a sua vida e o que ela ensinava.
Concordo com você, essas "explicações" dos teólogos liberais são sempre forçadas, nunca fluem naturalmente de uma premissa, eles já vem com a conclusão na mesa e querem forçar isso com raciocínios tortuosos e conclusões precipitadas.
ExcluirMuitas dessas teses sem pé nem cabeça vem do DVD's do "professor" Sabino.
ExcluirNesse vídeo, o Mario Persona fala sobre esse assunto e pega um exemplo de quando Jesus estava orando sozinho, não tinha ninguém pra ouvir e registrar o ocorrido e diz que isso ninguém testemunhou, foi revelado posteriormente, pra dizer que Deus pode revelar verdades sobre Jesus sem que alguém tenha testemunhado em vida e à partir daí diz que Paulo recebeu verdade de Jesus que os demais apóstolos não sabiam. 5´30 do vídeo.
ExcluirAfirma algo que pareceu estranho, que a ceia relatada nos evangelhos e que a ceia relatada em 1 Coríntios 11 são celebrações diferentes, pq essa Paulo recebeu por revelação, não recebeu dos apóstolos e a ceia dos evangelhos era do judaísmo, não do cristianismo. 9´50 do vídeo
https://www.youtube.com/watch?v=3UgGJ-CiGA0&t=1191s
O que você acha dos argumentos dele?
Friend of Banzolão,
ExcluirThis article may be of use:
https://rationalchristiandiscernment.blogspot.com/2018/04/constructing-case-for-pauls-apostleship.html
Sabinão é meio biruta.
Excluir"Nesse vídeo, o Mario Persona fala sobre esse assunto e pega um exemplo de quando Jesus estava orando sozinho, não tinha ninguém pra ouvir e registrar o ocorrido e diz que isso ninguém testemunhou, foi revelado posteriormente, pra dizer que Deus pode revelar verdades sobre Jesus sem que alguém tenha testemunhado em vida e à partir daí diz que Paulo recebeu verdade de Jesus que os demais apóstolos não sabiam. 5´30 do vídeo"
ExcluirCom certeza há trechos na Bíblia que Deus revelou diretamente aos homens, e Paulo mesmo declarou ter estado com Deus no céu onde recebeu revelações sobrenaturais (2Co 12:2), mas o ponto é que essas revelações não contradizem o ensino de Cristo e dos apóstolos (pode até "ampliar" no sentido da revelação progressiva das Escrituras, mas nunca contradizer).
"Afirma algo que pareceu estranho, que a ceia relatada nos evangelhos e que a ceia relatada em 1 Coríntios 11 são celebrações diferentes, pq essa Paulo recebeu por revelação, não recebeu dos apóstolos e a ceia dos evangelhos era do judaísmo, não do cristianismo. 9´50 do vídeo (...) O que você acha dos argumentos dele?"
Isso eu não concordo e nem vejo lógica. Paulo estava claramente falando da ceia que Jesus mencionou, só isso justifica o fato dele ter feito menção direta aos mesmos textos dos evangelhos, nas palavras de Jesus (por exemplo, em 1 Coríntios 11:23-26).
"This article may be of use"
ExcluirHi, Jesse. Very good your article. Thank you very much.
Lucas Banzoli:
ResponderExcluirEllen Sonha com James [Tiago White] Após Sua Morte
(Somos gratos aos irmãos que nos enviaram algumas traduções, através das quais pudemos compor este texto em português. Esta versão final foi revisada pelo ex-redator da CPB e tradutor de vários livros do Espírito de Profecia, Azenilto G. Brito.)
Alguns dias após estar implorando por luz ao Senhor com relação à minha tarefa. À noite, sonhei que eu estava na carruagem, guiando, sentada ao lado direito. Pai estava na carruagem, sentado ao meu lado esquerdo. Ele estava muito pálido, mas calmo e composto. "Ora, pai*?", exclamei. "Eu estou tão feliz por tê-lo ao meu lado mais uma vez! Eu tenho sentido que metade de mim se foi. Pai, eu o vi morrer; eu o vi enterrado. Teve o Senhor pena de mim e deixou que voltasse para mim novamente para trabalharmos juntos como fazíamos?"
Ele me encarou como se apelando e disse: "Você não negligenciará essas advertências, não é, Ellen?
"Bem," disse eu, "Tiago, você ficará para sempre comigo agora e nós trabalharemos juntos."
Eu acordei. Mas esse sonho pareceu tão real. Agora você pode ver e entender porque não sinto que é minha tarefa ir a Battle Creek no propósito de assumir as responsabilidades na assembléia da Associação Geral. Não é minha tarefa apresentar-me na assembléia da Associação Geral. O Senhor me proíbe. Isso é o bastante. -- Carta 17, 1881, pp. 2-4. (para W. C. White, 12 de setembro, 1881.) White Estate Washington, D. C. 25 de Março, 1980.
* Tratamento carinhoso entre cônjuges, em que o marido é tratado de "pai" e a esposa de "mãe".
Fonte: Manuscript Releases, Volume 10, Título do capítulo: "Ellen G. White and Family Life" [Ellen G. White e a Vida Familiar], pages 38-40.
Fonte:
http://www.adventistas.com/setembro2001/traducao_sonho_egw.htm
Isso aí é ou não é espiritismo?
Não acho que seja, porque aí é dito que foi um sonho, não uma coisa real. Em sonho é normal nós sonharmos com entes falecidos (eu mesmo já sonhei algumas vezes com a minha avó que faleceu há alguns meses, e nem por isso me considero um "espírita"). Mas se ela tivesse dito que o espírito desse Tiago aí mencionado apareceu literalmente para ela, aí sim seria um problema sério (e sério não apenas por embasar o espiritismo, mas por contradizer a própria mortalidade da alma que ela ensinava). Por isso não creio ser o caso.
ExcluirMas o marido dela já estava morto! Como não ser espiritismo o contato de mortos com vivos mesmo através de sonhos e ele ainda trazer informações e direções para a vida dela e dos adventistas até hoje?
ExcluirSe isso não é espiritismo, como o contato de Jesus com o espírito de Moisés no Monte da Transfiguração pode ser?
Deus usar mortos para trasmitir direções para a vida terrena não é espiritismo? Onde Deus fez isso na Bíblia?
ExcluirSe não é espiritismo, como você classifica o diálogo com mortos, mesmo através de sonhos fornecendo direções específicas? Ela ainda disse que foi o Senhor que deu direção no final do texto!
Detalhe: Absolutamente tudo que Ellen White sonhou, teve visões etc é considerado pela igreja adventista como "contínua e autorizada fonte de verdade que proporcionam conforto, orientação, instrução e correção à igreja" (sic).
Arnaldo Christianinni em seu livro Subtilezas do erro, pág. 35-37, afirma: Tudo quanto (Ellen White) disse e escreve foi puro,elevado, cientificamente correto e profeticamente exato."
Isso não é mera opinião dele, pois é um dos maiores teólogos do adventismo no mundo tendo suas obras publicadas até hoje sem nenhuma revisão neste livro bem como em nesta citação, sendo tal constatação endossada até o presente momento pela igreja adventista.
Como explica isso?
Ela não teve contato com os mortos, teve um SONHO onde dentro desse sonho viu alguém que já morreu (em um contexto totalmente simbólico e fictício, não num cenário real), que é uma coisa comum em se tratando de sonhos (duvido que alguém nunca sonhou com alguém que já morreu), ela não podia estar falando com um espírito porque ela nem acreditava na existência disso. O que ela disse é que acha que Deus USOU esse sonho para direcioná-la espiritualmente, ou seja, essa ficção embora só tenha acontecido na cabeça dela dentro do sonho tinha um propósito maior, e não como se ela realmente tivesse entrado em contato com o espírito de alguém (o que repito, seria totalmente ilógico uma vez que ela nem acreditava nisso). Os sonhos que os profetas bíblicos tinham também eram totalmente ilógicos e irreais (por exemplo, uma pedra despedaçando uma montanha inteira, ou vacas magras engolindo vacas gordas, e assim por diante), mas eles acreditavam que Deus usava essa irrealidade para ilustrar coisas maiores a eles. Apenas isso. Não estou aqui para defender Ellen White, mesmo porque não acho que ela seja o "espírito de profecia" e entendo que ela erra grosseiramente em algumas coisas que já disse, mas isso aí que você está acusando passa da conta, é forçação de barra.
ExcluirLucas, o que acha de Chaves, Castelo Rá-Tim-Bum, Pokémon, Yu-Gi-Oh!, Dragon Ball, Harry Potter, O Senhor dos Anéis etc.? E onde fica o cristão no meio de tudo isso? (quase que eu esqueço a Caverna do Dragão...)
ResponderExcluirChaves, Castelo Rá-Tim-Bum, Harry Potter e O Senhor dos Anéis eu adoro (no bom sentido!), esses outros que você mencionou eu conheço de nome mas nunca assisti, eu não gosto desses desenhos orientais. Só não entendi o que o cristão tem a ver com tudo isso xD
ExcluirJa vi falarem que animes e até Senhor dos Anéis é do demônio (acredite) mas agora falar Chaves? Uau estas pessoas tão criativas.
ExcluirOra, todas essas produções falam de magia e feitiçaria, coisas que um cristão não deve praticar. A exceção é o Chaves, cujo problema é o bullying e a violência (também presentes em Pokémon e Dragon Ball). Mas, honestamente, antes o Chaves do que o Kama Sutra da Praça é Nossa, concorda?
ExcluirSe fosse assim então ninguém poderia ler a Bíblia, ou assistir desenhos bíblicos, ou filmes bíblicos, ou novelas bíblicas, porque na Bíblia também tem tudo isso (magia, feitiçaria, violência e etc). Eu não vejo nenhuma lógica em se proibir assistir esse tipo de conteúdo, ninguém vai sair por aí voando em uma vassoura por assistir Harry Potter, ou entrando em seu armário para chegar a Nárnia, isso é apenas ficção e nada mais.
ExcluirBanzolao vc acha o sistema de imigração dos EUA injusto com pessoas pobres de países tbm pobres?Ao exigir que invistam um milhão de dólares no país, ou que sejam acadêmicos ou cientistas com notáveis habilidades na área, isso é difícil para pessoas que não tiveram a oportunidade de estudar, o que é bem comum em países da América Latina e África
ResponderExcluirAcho totalmente justo. Se abrir as fronteiras e deixar tudo que é gente entrar, a hegemonia americana acaba em 10 minutos.
ExcluirBanzolao e vc acredita que o Astrolavo é imigrante ilegal nos EUA?Pq ele alega ter o visto de habilidades especiais,no entanto ele nem terminou o Ensino Fundamental e seus cursos de filosofia nunca foram reconhecidos por nenhum órgão oficial,então é mais provável que ele não tenha tal visto,já que nunca o mostrou
ResponderExcluirNão sei se ele é ilegal ou não, eu não sou da CIA xD
ExcluirHey Lucas,
ResponderExcluirI know this is a different question I wanted to ask...I wanted to leave a few comments on your article titled, "Which Protestant Church is True?"...and noticed you turned off comments for that particular post...anyway, I was wondering what you thought of this article:
https://rationalchristiandiscernment.blogspot.com/2018/11/refuting-catholicism-is-objective.html
Do you think it exposes the unity claims of Rome??? I've got lots of posts on Sola Scriptura. Also, you might like this blog:
https://onefold.wordpress.com/
Very good your article. I have a book about this subject, called "Em Defesa da Sola Scriptura" (In Defense of Sola Scriptura), you can download it in pdf on the books page:
Excluirhttp://www.lucasbanzoli.com/2017/04/0.html
I have some articles on this issue of "Protestant subjectivism", but this one is the main:
http://heresiascatolicas.blogspot.com/2017/09/os-protestantes-sao-subjetivistas-e.html
*sorry for my english is not very good, but I hope to be understandable.
Oh, your English is just fine. And your article is excellent! It is only a misfortune that more people are not exposing the intellectual dishonesty of Roman Catholic apologists. The Catholic blogger that I rebutted in my post won't even publish my comments, which is telling in my opinion!
ExcluirThis is sad, most of them unfortunately can't stand an honest debate.
ExcluirOpa, eae Lucas, você acha que no futuro, haverá poucos cristãos verdadeiros ou até cristãos no geral, sendo verdadeiros ou nominais?
ResponderExcluirVai sai um filme sobre a rainha Elizabeth, "Duas Rainhas".
boa filhão.
Acho que os dois, mas principalmente poucos verdadeiros. Esse filme da rainha Isabel I da Inglaterra eu quero ver sim, é de todos os monarcas que eu estudei a melhor em disparado.
ExcluirLucas falar que seus artigos são bons é redundante, porém tenho uma dúvida que não tem muita relação co seu artigo, que é sobre o Apostolo Simão o Zelota, eu li em alguns sites que as pessoas falam que foi ele que pregou na Bretanha, gostaria de saber se isso é verdade e onde encontro mais informações sobre este apostolo misterioso?
ResponderExcluirÉ realmente obscuro o ministério desse apóstolo, porque quase todas essas tradições sobre onde tal apóstolo pregou e morreu vem de dois livros principais, a "História Eclesiástica" de Eusébio e "De Viris Illustribus" de Jerônimo. Eu fui nessas duas fontes dar uma checada pra te responder e descobri uma coisa "assustadora": ele não é citado por Jerônimo (apesar deste citar outras 135 pessoas) e nem por Eusébio (que escreveu uma obra gigante em muitos volumes sobre praticamente tudo o que aconteceu nos primeiros séculos, com amplo destaque para os apóstolos). Em Jerônimo apenas um Simão é citado, que é Pedro, e em Eusébio aparecem três: Pedro, Simão Mago e um Simão que era mais chamado de Simeão e que era filho de um irmão de José (e portanto primo de Jesus), mas não parece ser o Simão Zelota, pois não é chamado de apóstolo e nem de discípulo em nenhuma ocasião. Então basicamente não temos nenhuma fonte antiga sobre esse apóstolo, e as fontes tardias não são dignas de crédito. Pode ser que esse apóstolo tenha pregado em regiões distantes e isolado dos outros, e por isso as informações sobre ele não tenham sido preservadas, mantendo um grande mistério no ar.
ExcluirVocê tem alguma coisa que prove se a Bretanha e a língua inglesa já existia antes mesmo dos tempos de Cristo?
ExcluirO inglês surgiu no quinto século depois de Cristo, como você pode ver aqui:
Excluirhttps://www.englishclub.com/history-of-english/
A região da Bretanha em si já existe desde os tempos mais remotos, mas só se tornou "inglês" de fato (anglo-saxão) entre o quinto e o sétimo século:
https://en.wikipedia.org/wiki/Anglo-Saxon_settlement_of_Britain
Shabbat Shalom!!! Sentiu minha falta?
ResponderExcluirCertamente 😁
ExcluirShalom :)
Avalie http://www.brasil247.com/pt/247/mundo/387727/Bolsonaro-viola-tradi%C3%A7%C3%A3o-diplom%C3%A1tica-e-vota-contra-palestinos-na-ONU.htm
ResponderExcluirkkkkkkkkkk
ExcluirEssa manchete me soa algo como: "Bolsonaro viola tradição brasileira e é contra a corrupção". É literalmente como se ele estivesse fazendo algo errado em violar a antiga tradição brasileira de fazer m**** na política internacional.
Avalie:
ResponderExcluirhttps://www.youtube.com/watch?v=ef7xpfijqYA
Vídeos do Rodrigo Silva são sempre muito instrutivos.
ExcluirComo saber quando uma pessoa faz alguma coisa ruim por influência demoníaca? Por exemplo quando uma pessoa mata outra. Será que tudo que as pessoas fazem de ruim é por influência de demônios ou será que nada tem influência de demônios, ou então algumas coisas tem influência de demônios e outras não. Espero que você consiga entender o que eu quis dizer.
ResponderExcluirNós só iremos saber disso na eternidade, porque muita coisa ocorre no plano espiritual que nós não ficamos sabendo. Uma mesma coisa pode ter sido intervenção divina, intervenção demoníaca ou simplesmente "acaso", nós não podemos saber com absoluta certeza, mas saberemos um dia. Eu penso que no caso de um estuprador (para usar um exemplo bem extremo) as primeiras vezes provavelmente foi o demônio que o levou à quebrar sua lei de consciência e cometer este ato hediondo que ele não cometeria em circunstâncias mentais normais, mas depois que ele quebra essa lei ele pensa que estuprar é "normal" e começa a fazer isso mesmo sem o diabo influenciar diretamente (é como se ele precisasse de um "empurrãozinho" antes, mas agora já faz tudo por conta própria mesmo, porque a mente dele já está totalmente entregue ao pecado assim como a de Satanás). É apenas um pensamento, não tem como provar, mas é a forma que eu vejo as coisas.
ExcluirBanzolão vc já leu esse livro aqui?Estou participando de um estudo bíblico na igreja sobre ele https://www.editoraculturacrista.com.br/loja/livro/aliancas-1347
ResponderExcluirNão conheço :/
ExcluirBanzolão eu achei isso muito louco,mas uma parte do texto aborda o episódio da transfiguração e seria uma refutação a possibilidade de Moisés ter ressuscitado,que foi tema de seu outro artigo,o que vc acha Banzolão? http://teolovida.blogspot.com/2015/08/a-biblia-e-seus-viajantes-no-tempo.html
ResponderExcluirEssa tese é interessante, inclusive tratei no artigo do link abaixo há alguns anos (é a última hipótese tratada ali), mas não creio que tenha muita força, os argumentos são em grande parte superficiais, e outros se encaixam dentro da própria tese da ressurreição (por exemplo, mesmo que o hebraico diga tudo aquilo que ele afirma que diz e por isso realmente aquele texto aponte para Cristo, isso pode perfeitamente ter acontecido com a ressurreição de Moisés e não com a "viagem no tempo").
Excluirhttp://heresiascatolicas.blogspot.com/2015/11/moises-no-monte-da-transfiguracao.html
Lucas, estou pesquisando bastante sobre o capitalismo, liberalismo e assuntos do tipo. Você acha que deve estar entre os deveres do Estado, juntamente com fornecer segurança e proteger os direitos dos indivíduos, fornecer também educação e saúde gratuita? Nos EUA a educação é de graça desde sempre,o argumento utilizado era que as pessoas não deviam ser ignorantes pois assim estariam correndo o risco de ser facilmente enganadas por ideias erradas e diabólicas, logo a educação tinha que ser para todos. Eu concordo que a educação tem mesmo que ser para todos, mas tenho medo das coisas do Estado serem ruins, como geralmente são, porém lá nos EUA a situação das escolas não parece nada ruim, então eu fico confuso, como lá isso funcionou? Educação e saúde gratuita não resultariam impostos a mais? E se não me engano o liberalismo, diferente do socialismo, defende a igualdade como linha de PARTIDA e não de chegada, ou seja, as pessoas inicialmente tem que ter mais ou menos as mesmas condições para então dar a largada e começarem a crescer e assim criar competição normalmente, se desenvolvendo. E a educação gratuita não entraria justamente aí? Pra dar a capacidade as pessoas?
ResponderExcluirEnfim, desculpe se escrevi muito ou se ficou confuso, qualquer coisa é só avisar que eu tento me expressar melhor. A questão basicamente é a relação estado-educação, e também estado-saúde, já que também acho que todos deviam poder se cuidar decentemente.
Na minha opinião esse sistema americano é bom. Um Estado mínimo é diferente de ausência de Estado, pra mim o Estado tem que cuidar dessas três áreas: saúde, educação e segurança. Pelo que eu pude pesquisar superficialmente (e quem tiver dados mais precisos pode me corrigir se quiser), dos nossos impostos, 13% vai para a educação, 18% vai para a saúde, e 20% para a segurança. Ou seja, se o Estado cuidasse apenas dessas três áreas, os impostos cairiam pela metade, e quase ninguém estaria reclamando de impostos excessivos, mas teria os mesmos serviços básicos que temos hoje.
ExcluirOnde a sola scriptura é ensinada na bíblia?
ResponderExcluirEm todos os textos citados neste artigo:
Excluirhttp://lucasbanzoli.no.comunidades.net/sola-scriptura
Um versículo que não está aí, pode se tratar de defesa da Sola Scriptura pela boca do próprio Jesus.
ExcluirUsam o relato do Rico e do Lázaro pra falar de ceu, inferno, mas o teor da mensagem é a defesa das escrituras, no meu entender.
Jesus argumenta que ninguém vai voltar pra ensinar algo. Tudo o que se precisa está nas escrituras. "Vocês já tem Moises e os profetas, escutem o que eles dizem".
1 Corinthians 4:6
ExcluirDon't say "Corinthians", because in portuguese Corinthians is the name of a very execrable soccer team 😂
ExcluirLucas, a respeito da nossa natureza da ressureição, eu creio o mesmo que vc, que a exemplo de Cristo, ressucitaremos em carne. Porém, como conciliar esse entendimento, com os trechos bíblicos em que relata, por exemplo, Jesus atravessando paredes e afins? Alguns dizem precipitadamente que por isso o corpo não deveria ser físico.
ResponderExcluirAbç!
Nenhum texto diz que Jesus "atravessou paredes". O termo "atravessar" não consta no texto. O que o texto diz é que Jesus APARECEU no meio da casa (apavorando os apóstolos). Ou seja, ele foi simplesmente transladado por Deus de um lugar para outro, igual Filipe em Azoto, que continuou em seu corpo físico (veja Atos 8:39-40). Isso ocorre por um milagre divino em circunstâncias extraordinárias e extremamente incomuns, onde uma pessoa é arrebatada por Deus de um lugar para outro repentinamente, mas era e continua sendo uma pessoa física, não vira um "fantasminha" que atravessa paredes. Abs!
ExcluirComo um cristão, na tua opinião, deve se portar com um amigo homossexual?
ResponderExcluirIgual trata qualquer outro amigo. Por mais que ele esteja em pecado se ele estiver vivendo com alguém do mesmo sexo, não cabe a nós ficar apontando o dedo e acusando o pecado o tempo todo. Nós não ficamos fazendo isso com quem pratica outros pecados (por exemplo, quem vive bebendo, ou fumando, ou quem é divorciado, ou quem mora junto sem ser casado, e assim por diante), mas se aparecer uma oportunidade, devemos dizer a verdade com respeito e amor.
ExcluirO que vc acha sobre teologia inclusiva?
ResponderExcluirUm horror.
ExcluirPor que foi que Calvino contribuiu para a execução de Servet, por blasfêmia, se nenhum dos apóstolos condenou ou sugeriu a morte de Diotrefes, que era evidentemente pior, tanto é que está registrado na Bíblia? Eu sinceramente acho que Calvino patinou nessa fase e se ele não se arrependeu muitíssimo disso, acho que ele é um sério candidato a ser aniquilado no fogo do inferno, não foi pra se comportar assim que tivemos acesso a Sala do Trono... o que achas? Uma vez eu vi uma pregação do Augustus Nicodemus que fez uma malabarismo histórico para tentar explicar porque Calvino agiu daquela forma, citando até que Servet foi considerado herege por outros tribunais, os mesmos tribunais oriundos da ICAR que Calvino tanto lutou contra e naquele momento consentiu com eles com relação a Servet, tanto que senti ânsia de vomito só de ver a pregação... Calvino perdeu a grande chance de mostrar misericórdia, se era mesmo o caso de ser uma blasfêmia. O Cristianismo com certeza sobrevive muito bem sem as Institutas....
ResponderExcluirCalvino errou mesmo nisso, e feio, mas é preciso ressaltar duas coisas: primeiro, que esse era o espírito da época (a situação foi mudando quanto mais os princípios liberais da Reforma foram se consolidando e se desenvolvendo no mundo), e segundo, que esse foi um caso isolado, não há nenhum outro registro de alguém sendo executado em Genebra por heresia ou blasfêmia (por isso mesmo os críticos só citam Serveto, enquanto os católicos na mesma época matavam centenas de milhares, incluindo 70 mil em uma única noite em Paris e nas redondezas). Por isso não devemos livrar Calvino do peso da condescendência a este ato cruel e anti-cristão, mas devemos nos opor vigorosamente a gente desonesta que tenta se apropriar desse caso de forma propagandística a fim de passar a imagem de que Genebra era uma grande "ditadura protestante" governada por um tirano que matava todo mundo (que é a imagem que os apologistas católicos querem passar). Sobre isso, eu escrevi aqui:
Excluirhttp://www.lucasbanzoli.com/2018/02/calvino-era-um-ditador-sanguinario-que.html
Entendi, tipo eu imagino que eu me sinto envergonhado quando leio sobre isso que aconteceu com Servet porque mesmo sendo uma pessoa apenas foi uma grande falha, mas a falha da ICAR com certeza foi muito maior e raramente vejo católicos lamentando essa vergonha da ICAR, aliás é como eu disse, o inferno é um só, pra quem matou milhares como ICAR ou até milhoes como Hitler ou então apenas um como Calvino. E mesmo assim não vejo muita diferença entre os que defendem Calvino como os calvinistas fazem muito bem ou então ou que defendem a ICAR, que fazem bem até mas sabidamente ambos estão errados porque conhecemos a árvore pela fruta sei lá... me incomoda ver muitas pessoas defendendo o Calvinismo como se fosse uma coisa bela e maravilhosa da mesma forma que a ICAR me incomoda, olha que o Papa chamou islâmicos de irmãos semana passada por causa do ataque na Nova Zelândia, mas esse mesmo PAPA não visita o site Portas Abertas pra saber que os cristãos estão sendo fortemente perseguidos em países.... islamicos.. tipo, pra mim, tá tudo errado...
Excluirhttps://www.facebook.com/arminianismodazueira/posts/1736556843157802?__tn__=K-R aqui tem uma reflexão interessante sobre a ICAR, o que vc acha?
ResponderExcluirMuito bom. Resume bem os meus artigos sobre o tema.
ExcluirComente:
ResponderExcluirhttps://youtu.be/2pZwkY3ywKs
Foi uma boa análise.
ExcluirPois é, no começo os governos não tem uma aprovação tão grande, mas caso as reformas necessárias forem aprovadas e isso nos trouxer bom crescimento econômico, esse governo pode voltar a ter Boa popularidade. Fora que o Bolsonaro depois que fez aquela publicação desnecessária no Twitter contribuiu muito para isso. Acho que o Bolsonaro deveria parar de ficar no Twitter o dia inteiro e focar nos assuntos importantes.
ExcluirTambém acho.
ExcluirO artigo alcançou o limite de 200 comentários, então estou fechando a caixa de comentários por aqui. Quem quiser postar um novo comentário, pode fazer no artigo mais recente 👍
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