Característica
|
Roma
|
Jerusalém
|
Sentada
sobre muitas águas (17:1)
|
Seu
poder vinha dos povos dominados
|
Não
tinha poder e nem estava assentada
|
Com
quem se prostituíram os reis da terra (17:2)
|
Dominava
os reis de muitos países; descrição da Babilônia antiga (Jeremias 51:7)
|
Relativamente
insignificante; alguma vez foi descrita como a fonte do pecado das nações?
|
Vinho
de sua devassidão (17:2)
|
Conhecida
por sua imoralidade e excessos
|
Cidade
rebelde, mas não conhecida por impureza exagerada (1Pe 4:3-4 – referência aos
gentios)
|
Montada
na besta do poder romano (17:3; cf. 13:1-8)
|
Roma
e sua economia dependiam do poder romano
|
Foi
dominada pelos romanos
|
Vestida
de púrpura, escarlate, ouro, pedras preciosas, etc (17:4; 18:16)
|
Luxo,
nobreza, sedução; os soldados da Babilônia antiga se vestiam de escarlata
(Naum 2:3)
|
Jerusalém
antiga foi descrita assim (Jeremias 4:30)
|
Cálice
de abominações e imundices (17:5)
|
A
Babilônia foi o cálice que causou as nações enlouquecerem (Jeremias 51:7)
|
Jerusalém
não é Babilônia. A acusação original foi feita apontando para Babilônia
|
Embriagada
com o sangue dos santos e das testemunhas (17:6; 18:20,24)
|
Perseguia
os cristãos, especialmente nos reinados de Nero, Domiciano, etc.
|
Perseguia
os santos e profetas (Lucas 11:48-51)
|
Sete
montes (17:9)
|
Cidade
de sete montes
|
Cidade
de sete montes
|
Sete
reis – 5 -1 – 1 – 1
|
Se
começar com Augusto, aplica-se a Domiciano e se começar com Júlio, aplica-se
a Tito
|
???????
|
A
mulher é a grande cidade que domina sobre os reis da terra (17:18)
|
Roma
dominava os reis da terra na época de João
|
Jerusalém
dominava quem?
|
Destruição
interna (17:16-17)
|
História
do declínio de Roma (cf. Daniel 2:42-43)
|
Destruída
pelos romanos
|
24 de fevereiro de 2018
24 de fevereiro de 2018
COMPÊNDIO DE
CONTRADIÇÕES DO PRETERISMO
(Alon Franco)
Considerações prévias: O artigo a seguir foi escrito originalmente
por Alon Franco em seu site A Grande
Cidade e publicado em duas partes, disponíveis aqui e aqui. O
Alon é de longe o maior especialista no assunto no Brasil e elaborou uma lista
que sintetiza algumas das maiores contradições do preterismo. Claro que uma
lista completa e exaustiva de contradições de um sistema escatológico tão
defeituoso exigiria escrever até a volta de Jesus, mas o que consta aqui já é
um belo resumo. Para quem ainda não sabe, o preterismo é uma vertente
escatológica que ensina que praticamente o Apocalipse inteiro (incluindo a
aparição e morte do anticristo, a marca da besta e o derramar da ira de Deus, e
alguns incluem a própria volta de Jesus e a ressurreição) já ocorreu “espiritualmente”
em 70 d.C, durante a guerra entre Jerusalém e Roma, e não há mais nenhuma
tribulação apocalíptica para esperarmos no fim dos tempos. Por mais bizarro que
possa parecer, essa linha escatológica consegue ser crida por uma minoria de
católicos e protestantes com pouco ou nenhum estudo. O artigo do Alon, no
entanto, é uma bomba atômica em suas invenções e delírios. Sem mais, apreciem
este breve compêndio de contradições do preterismo!
***
A doutrina preterista declara
que grande parte do livro de Apocalipse, Mateus capítulo 24, Lucas 21:5-36 e
referências, já se cumpriram. Alegam que as profecias citadas nestes contextos
apontavam para conflitos da Igreja primitiva, e que, portanto, já tiveram
cumprimento em 70 d.C, quando os romanos atacaram e destruíram Jerusalém e
Israel. Em níveis diferentes de interpretação, esta visão combina o simbolismo
com alegoria ensinando que o vasto contexto profético de Apocalipse não lida
com eventos futuros específicos.
Na verdade, o preterismo
apresenta uma doutrina confusa, recheada de mudanças feitas ao longo dos anos.
Estas mudanças foram inseridas porque apareceram muitas refutações contra a
escola preterista obrigando-os a fazer ajustes urgentes para que a proposta
pudesse ficar de acordo com as Escrituras. Entretanto, o tiro saiu pela
culatra, pois aconteceu exatamente o contrário: nos últimos tempos inúmeras
contradições surgiram, tornando impossível conciliar a visão preterista com a
Bíblia.
Vou reunir aqui várias dessas
contradições e analisar uma a uma sob a luz das Escrituras Sagradas. E, tenha
certeza, amigo leitor: nenhuma delas prevalecerá diante da Palavra de Deus.
1) Espanto entre os reis de toda a terra
Está escrito em Apocalipse 6:15-16:
“E os reis da terra, e os grandes, e os ricos, e os
tribunos, e os poderosos, e todo o servo, e todo o livre, se esconderam nas
cavernas e nas rochas das montanhas; E diziam aos montes e aos rochedos: Caí
sobre nós, e escondei-nos do rosto daquele que está assentado sobre o trono, e
da ira do Cordeiro”. E o verso 17 diz: “Porque
é vindo o grande dia da sua ira; e quem poderá subsistir?”.
Segundo os preteristas, este
grande dia da ira aconteceu quando Jesus veio sobre Jerusalém em 70 d.C através
das tropas romanas. Há, no entanto, vários problemas para essa interpretação,
pois esta passagem estabelece uma visão profética para o fim dos dias. E nem
que tentem os preteristas, eles jamais poderiam dar explicações satisfatórias
do porquê os reis de toda a terra estavam se escondendo nas cavernas e nas
rochas em 70 d.C, correndo da ira de Deus que se abateria sobre Jerusalém(?).
Não há maneira de aplicar a
passagem em qualquer evento que tenha ocorrido antes da destruição de
Jerusalém. O contexto necessita ter uma interpretação literal. Onde, no
primeiro século durante o cerco de Jerusalém, se vê “reis
da terra”, “grandes homens, homens ricos,
chefes militares e todo escravo e todo livre”, se escondendo nas
cavernas e nas rochas das montanhas, gritando: “Esconde-nos
da ira do Cordeiro” (Ap 6:16)?
A ira do exército romano não é a
ira do Cordeiro, nem foi visto em uma escala descrita nas profecias do tempo do
fim. O “dia do Senhor” é inaugurado com sinais catastróficos em todo o mundo.
Isso não aconteceu no primeiro século.
Em Apocalipse 17:2 vemos os
“reis da terra” cometerem fornicação, e seus habitantes se embriagaram com o
vinho da sua prostituição. Esta Babilônia é o centro comercial da terra, isto
certamente não se encaixa na Jerusalém do primeiro século. Apocalipse
18-9-10-11 diz que os comerciantes e os reis chorarão, e sobre ela prantearão,
quando vê-la queimando.
Não houve reis, principalmente
do Império Romano, a lamentar sobre Jerusalém em 70 d.C, pelo menos não há
registros sobre. Isso é contrário ao crédito preterista da Babilônia ser
Jerusalém. Muito provavelmente o Império Romano comemorou, e não lamentou
sua destruição. Em continuidade, surge uma questão para determinar quem é o
grande mistério do momento. Nas visões de João o anjo lhe mostra um grande
império que dominava nações.
Não se espera que Jerusalém, que
foi destruída pelos romanos em 70 d.C, pudesse ser a mesma metrópole vista no
capítulo 17, pois o texto diz que a mulher, a grande cidade, reina (está reinando) sobre os reis da
terra. Os judeus e Israel certamente não reinavam sobre os reis da terra
nesse tempo. Roma e os reis da terra não estavam sujeitos aos judeus e a cidade
santa. Muito pelo contrário, os judeus e sua cidade foram alvos de Roma e seu imperador,
o rei da terra habitada.
2) Mortos por causa do testemunho
Em Apocalipse 12:17 e 13:7, o
dragão e a besta fazem guerra aos santos, (12:17), aqueles que guardam os
mandamentos de Deus e o testemunho de Jesus Cristo. No entanto, na guerra
judaica de 66-70 d.C a batalha era contra os judeus rebeldes, e não contra os
crentes em Cristo. Estas passagens mostram uma contradição clara do preterismo,
que considera que esses registros sustentam a prova da guerra em Jerusalém
pelos exércitos romanos. A história diz-nos que aqueles em Cristo, a maioria senão
todos, saíram de Jerusalém antes dos romanos completamente cercar e destruir os
“judeus incrédulos”. Os seguidores de Cristo escaparam para uma cidade chamada
Pella, na Palestina.
3) Todo o sangue derramado sobre a terra
Mesmo se Jesus tivesse aludido
implicitamente que Jerusalém seria a cidade sobre a qual recairia a vingança do
“sangue de todos os justos derramado sobre a terra“,
ainda assim ela não poderia ser identificada como sendo “Mistério, Babilônia”. Na
Babilônia é encontrado o sangue de todos
os que foram mortos na terra. Essa é uma culpa ainda mais abrangente do que
aquela que recaiu sobre os escribas e fariseus.
4) Judeus idólatras
A descrição da prostituta de
Apocalipse parece comunicar o seu grande envolvimento com a idolatria
(adultério espiritual, coisas impuras e abominações); esta não é uma descrição
da Jerusalém do primeiro século, à luz do fato de que a cidade daquela época
era estritamente monoteísta. A condição dos judeus em 70 d.C não pode ser a que
foi descrita em Apocalipse 9:20, onde fala daqueles que foram feridos pela
explosão da sexta trombeta; alguns dos quais foram mortos, e alguns poupados,
não poderiam ter sido judeus, pois o texto diz que estes estavam envolvidos com
idolatria:
“E
os outros homens, que não foram mortos por estas pragas, não se arrependeram
das obras de suas mãos, para não adorarem os demônios, e os ídolos de ouro, e
de prata, e de bronze, e de pedra, e de madeira, que nem podem ver, nem ouvir,
nem andar”
Não seria possível aplicar essa
passagem aos judeus, pois eles não eram idólatras. Não podemos envolver a
Jerusalém de 70 d.C em um contexto que a acusa de fabricar ídolos de ouro, de
prata e de bronze.
5) Caifás viu a vinda de Jesus?
“Jesus,
porém, guardava silêncio. E, insistindo o sumo sacerdote [Caifás], disse-lhe:
Conjuro-te pelo Deus vivo que nos digas se tu és o Cristo, o Filho de Deus.
Disse-lhe Jesus: Tu o disseste; digo-vos, porém, que vereis em breve o Filho do
homem assentado à direita do Poder, e vindo sobre as nuvens do céu”
(Mateus 26:63-64)
Aqui temos o “Filho do homem
vindo”; outra passagem que é frequentemente citada pelos preteristas como um
texto cujo cumprimento é apontado para 70 d.C. O argumento típico preterista é
o seguinte: Jesus disse a Caifás que ele iria vê-lo no seu reino, o que foi uma
profecia cumprida em 70 d.C, quando Caifás viu Jerusalém em ruínas destruída
pelas mãos dos romanos.
O fato triste, porém, é que
Caifás morreu muito tempo antes de 70 d.C!
Caifás foi deposto por Vitélio,
governador da Síria em 37 d.C. O biógrafo mais completo de Caifás, Helen K.
Bond (professor titular de Linguagem do Novo Testamento, da Universidade de
Edimburgo), concluiu, após uma década de estudos, que “depois
de dezoito anos como sumo sacerdote, Caifás, demasiado idoso e enfermo, morreu
logo após essa data” (Caifás:
Amigo de Roma e Juiz de Jesus, p. 89).
Em 1990, o ossuário de Caifás
foi descoberto. Esta relíquia tem resistido a todos os ataques acadêmicos por
razões epigráficas, incluindo a inscrição e outros enfeites, e foi certificado
como autêntico. Nesta caixa extremamente ornamentada está inscrito o nome de Caifás
– segundo estudos os ossos são de um homem de 60 anos de idade. Se Caifás viveu
até 70 d.C e viu a destruição de Jerusalém, então ele teria apenas oito anos
quando começou a reinar como sumo sacerdote em Israel, e tinha apenas 20 anos
quando condenou Jesus. Mas não é somente isso, ainda há outro detalhe…
Mesmo que Caifás não tenha
morrido em torno de 40 d.C, ainda assim não há o menor fragmento de evidência
que ele viveu para ver a destruição de Jerusalém. E se ele morreu logo depois,
não houve praticamente nenhuma chance para sepultar o sumo sacerdote em meio à
destruição e miséria, condições impossíveis de se encontrar em Jerusalém após
os ataques do exército romano. Na verdade, ficaria quase impossível concluir
que ele tenha sido tão cuidadosamente colocado para descansar em um ossuário
ornamentado no túmulo da família diante de tanto lixo e escombros, sem falar na
falta de liberdade, pois Jerusalém estava totalmente destruída e vigiada pelo
exército inimigo.
Seu túmulo fica ao sul de
Jerusalém, em uma área que havia sido controlada pelos romanos desde cerca de
58 d.C. Para todo este tempo e despesas, o tão cuidadoso enterro de Caifás
torna o fato altamente improvável de ter acontecido em 70 d.C ou logo depois. A
razão de Caifás ser tão importante nesta narrativa (e não apenas um personagem
entre os escribas, os anciãos e todo o sinédrio) é que no contexto imediato da
presente declaração, Caifás foi especificamente apontado como o destinatário da
profecia.
Certamente Caifás não viu a
vinda de Jesus em sua época. Jesus falava da geração de judeus que na ocasião
da sua segunda vinda representaria todos que ali estavam. O veriam vindo sobre
as nuvens. Caifás era apenas um tipo de sacerdote anticristão da alta produção
final, o fim dos tempos. “Caifás” vai ver a vinda de Jesus em poder e grande
glória.
6) Fatos em Mateus 24
Quero apresentar ao leitor
alguns fatos que, segundo o preterismo, já ocorreram antes da destruição de
Jerusalém. Acompanhem a leitura e observem como as contradições saltam diante
dos olhos:
5
Porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a
muitos…
11 E surgirão muitos falsos profetas, e
enganarão a muitos...
24 Porque surgirão falsos cristos e falsos
profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios que, se possível fora,
enganariam até os escolhidos.
A turbulência promovida por
estes falsos ministros seria tão grande que a advertência é repetida em três
versículos. Por que Jesus repetiu esse
alerta por três vezes para sua
geração se os falsos mestres que rodearam a Igreja até 70 d.C não passaram de
uma dúzia?
Nunca se leu ou ouviu sobre
estes muitos falsos profetas que estiveram presentes entre 30 e 70 d.C
promovendo sinais e prodígios ao ponto de conseguir enganar até os escolhidos.
A profecia só faz sentido se a encaixamos em nossa época. A observação do apologista
Lucas em seu site também reforça meu argumento:
“…não
há qualquer registro histórico de que, entre 30 e 70 d.C, alguém saiu por aí
dizendo ser o ‘Cristo’, muito menos ‘numerosos’ falsos profetas (v. 11)… que
fizessem ‘grandes sinais e maravilhas’ (v. 24)” (Fonte)
Paulo deixa implícito que o
aparecimento de falsos obreiros, falsos profetas e falsos apóstolos ocorreriam
de uma forma mais crescente depois de 70 d.C,
Atos 20:29 – Porque eu sei isto que, depois da minha
partida, entrarão no meio de vós lobos cruéis, que não pouparão ao rebanho.
João, escrevendo muito tempo
depois da destruição de Jerusalém, atesta:
1ª João 4:1 – Amados, não
creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já
muitos falsos profetas se têm levantado no mundo.
O termo “têm se levantado” poderia ser melhor traduzido por começaram a aparecer.
Por outro lado, Mateus escreveu
seu evangelho entre 55 e 60, portanto, quase trinta anos após o discurso do
Senhor e perto da destruição de Jerusalém, não fazendo nenhuma adição sua ao
contexto, alertando sobre os falsos Cristos que já proliferavam. Isso deve
significar também que eles não poderiam jamais se multiplicar em números
elevadíssimos nos poucos anos que faltavam até chegar a 70 d.C.
A impressão que se tem quando
nos atentamos para esse contexto tendo por base a visão preterista, é que os
falsos profetas não existem mais – eles vieram e se foram, como tudo o que eles
dizem que cumpriu-se em 70 d.C. Aliás, tem muita coisa que eles garantem ser
figura, mas a impressão é que tudo se transforma em fumaça ou neblina, pois na
interpretação figurada dos preteristas o que é simbólico some, evapora!
6 E ouvireis de guerras e de rumores de
guerras; olhai, não vos assusteis, porque é mister que isso tudo aconteça, mas
ainda não é o fim.
7 Porquanto se levantará nação contra
nação, e reino contra reino, e haverá fomes, e pestes, e terremotos, em vários
lugares.
Não houve um contexto de guerras
e rumores de guerras, nação contra nação e reino contra reino numa época –
antes de 70 d.C – que o mundo todo era subjugado ao império romano, onde
ninguém lhes fazia guerra e muito menos guerreavam entre si.
Aqui podemos aplicar o mesmo
raciocínio acima, que tudo cumpriu-se em 70 d.C. Ou seja, as profecias de Jesus
sobre guerras e rumores de guerras não se encaixam na nossa época, tão cheia de
guerras, fomes, pestes, terremotos e pragas jamais vistas no planeta.
12 E, por se multiplicar a iniqüidade, o
amor de muitos esfriará.
Segundo os preteristas todos os
moradores de Jerusalém iam ficar gelados na fé e a iniquidade iria se
multiplicar entre eles. Isso só pode ser uma tremenda brincadeira de mau gosto!
13 Mas aquele que perseverar até ao fim
será salvo.
Aqui novamente o preterismo
garante que os moradores de Jerusalém deveriam perseverar até o fim da
destruição da cidade e serem salvos. Destruídos, sem morada, sem nação, quando
seriam espalhados sobre toda a terra... e a promessa é que seriam salvos.
Somente o preterismo pode explicar essa abominável contradição.
14 E este evangelho do reino será pregado
em todo o mundo, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim.
Aqui é o fim de Jerusalém,
conforme afirmam os preteristas. Segundo eles, Jesus está dizendo que o
evangelho seria pregado em todo o mundo e depois viria o fim de Jerusalém.
7) Contradição maior, impossível!
Para o preterismo, o Armagedon trata
da suposta queda de Jerusalém em 70 d.C. Provavelmente, por este motivo é que a
maioria preterista interpreta que a besta e seus exércitos são supostamente
vindos de Roma contra a Cidade Santa, mas isto dificilmente pode ser verdade,
pois Tito e os exércitos romanos foram os vencedores em 70 d.C, enquanto
Apocalipse diz que “a besta, e os reis da terra, e
os seus exércitos reunidos para fazerem guerra àquele que estava assentado
sobre o cavalo, e contra os seus exércitos” (Ap 19:19), foram os
perdedores.
Vamos ver como o preterismo
sairá dessa agora, pois aqui encontramos registros de uma outra batalha,
ocorrida após a queda da Babilônia (que eles dizem ser Jerusalém) em Apocalipse
18.
Uma facção do preterismo afirma
que a besta era o imperador romano Nero ou mesmo seu sucessor. Entretanto, Nero
suicidou-se dois anos antes de Jerusalém ser destruída. Por outro lado, é
preciso lembrar que Jerusalém foi destruída sob o imperador romano Vespasiano,
não Nero. Além disso, se admitem que Nero foi o anticristo, Vespasiano ou Tito,
o falso profeta, devem admitir também que eles foram “lançados
vivos no lago de fogo e enxofre” (Apocalipse 19:20).
“E a besta foi presa, e com ela o falso
profeta, que diante dela fizera os sinais, com que enganou os que receberam o
sinal da besta, e adoraram a sua imagem. Estes dois foram lançados vivos no
lago de fogo que arde com enxofre”
As atividades desses homens
aparecem em várias partes do livro de Apocalipse. Evidente que o preterismo
deve admitir que eles sejam os mesmos personagens lançados vivos dentro do lago
de fogo. O problema para essa interpretação é que esse desfecho ocorre no
capítulo 19, imediatamente após um grande confronto, onde está registrada a
derrota de um numeroso batalhão e seus generais, liderados pelo anticristo, a
besta. E para piorar bastante a situação do preterismo, essa guerra
supostamente ocorreu após a queda de Babilônia!
Quando foi que os reis da terra
e seus exércitos se aprontaram para guerrear contra ao que estava assentado em
seu cavalo e seu exército?
Apocalipse 19 registra como
estes homens diabólicos, a besta e o falso profeta, foram por fim lançados no
lago de fogo e enxofre – nenhum preterista duvida que eles estivessem presentes
na profecia antes da queda da Babilônia. Sendo assim, e seguindo a tese do
preterismo, temos que localizar o julgamento destas duas figuras reais
imediatamente após a destruição “de Jerusalém” (cap 18).
Fica sumamente impossível aos
preteristas admitir que o capítulo 18 cumpriu-se em 70 d.C e o 19 somente cumprir-se-á
no fim de nossa era, pois o texto mostra as ações maléficas desses homens
durante todo o livro profético, nos apresenta a queda da Babilônia, e por fim
registra o julgamento dos mesmos em Apocalipse 19.
Observe o leitor que este
capítulo revela que eles foram instrumentos do julgamento de Cristo que havia
voltado(?). Quem os julga e os lança no lago de fogo é o próprio Jesus na
manifestação da sua vinda, a qual os preteristas são obrigados a garantir que
já ocorreu. Quem poderia agora entender essa terrível contradição preterista?
Observem no início que os que estão envolvidos para batalhar contra aquele que
está assentado em seu cavalo são os derrotados, o que não ocorreu em 70 d.C,
pois o exército romano saiu vencedor.
Aqui está falando de outra
batalha! Quando ela ocorreu?
“E
vi a besta, e os reis da terra, e os seus exércitos reunidos, para fazerem
guerra àquele que estava assentado sobre o cavalo, e ao seu exército. E a besta
foi presa, e com ela o falso profeta, que diante dela fizera os sinais, com que
enganou os que receberam o sinal da besta, e adoraram a sua imagem. Estes dois
foram lançados vivos no lago de fogo que arde com enxofre. E os demais foram
mortos com a espada que saía da boca do que estava assentado sobre o cavalo, e
todas as aves se fartaram das suas carnes” (Apocalipse 19:19-21)
Babilônia já havia sido
destruída, estas coisas só aconteceram depois, como diz em 19:1-2:
“E DEPOIS destas coisas ouvi no céu
como que uma grande voz de uma grande multidão, que dizia: Aleluia! Salvação, e
glória, e honra, e poder pertencem ao Senhor nosso Deus; Porque verdadeiros e
justos são os seus juízos, pois julgou a grande prostituta, que havia
corrompido a terra com a sua prostituição, e das mãos dela vingou o sangue dos
seus servos”
No entanto, como poderiam
responder sobre esse combate? Onde e quando ocorreu? E para piorar bastante a
situação da escola preterista, ainda há o registro de uma outra guerra, da qual
Jerusalém sai triunfante. Está em Apocalipse 20:8-9:
“E
[Satanás] sairá a enganar as nações que estão sobre os quatro cantos da terra,
Gogue e Magogue, cujo número é como a areia do mar, para as ajuntar em batalha.
E subiram sobre a largura da terra, e cercaram o arraial dos santos e a cidade
amada; e de Deus desceu fogo, do céu, e os devorou”
Isto já aconteceu?
Essa teoria do preterismo não
corresponde aos fatos, pois a queda de Jerusalém em 70 d.C não extinguiu o
anticristo. Nem a morte da “besta” – que segundo a interpretação destes tem que
ser Nero –, e nem os milhares de judeus mortos no cerco de Jerusalém pôs fim ao
anticristo. Por quê? Porque o anticristo e muito menos o falso profeta existiam
nessa época.
Essa é a falha aberrante do
preterismo, que é doutrinariamente confuso ao extremo. Observem que o capítulo
19, imediatamente após a volta de Jesus, registra o destino do anticristo e do
falso profeta, além de afirmar sobre outra grande batalha, seguido do capítulo
20, que também alerta sobre um exército imenso avançando sobre Jerusalém e
sendo totalmente derrotado.
Só existe uma maneira de
resolver essa confusão toda!
A conclusão legítima da
interpretação textual é claríssima: Apocalipse jamais foi escrito antes da
queda de Jerusalém, sendo que os capítulos 18 e 19, como várias outras partes
do livro, ainda não tiveram cumprimento!
Leia também: O
preterismo e Zacarias 12-14
8) Os discípulos não percorreram todas as cidades
de Israel?
Mateus 10:22-23 e Mateus 10:5-7:
“E odiados de todos sereis por causa do meu
nome; mas aquele que perseverar até ao fim será salvo. Quando pois vos
perseguirem nesta cidade, fugi para outra; porque em verdade vos digo que não
acabareis de percorrer as cidades de Israel sem que venha o Filho do homem”
“Jesus enviou estes doze, e lhes ordenou,
dizendo: Não ireis pelo caminho dos gentios, nem entrareis em cidade de
samaritanos; Mas ide antes às ovelhas perdidas da casa de Israel; E, indo, pregai, dizendo: É chegado o reino
dos céus“
Conclusão preterista:
(1) Jesus iria retornar antes de
os discípulos terem passado por todas as cidades de Israel.
(2) Não levaria mais de 40 anos
para os apóstolos passarem por todas as cidades de Israel.
(3) Jesus iria retornar dentro
de um período relativamente curto de tempo (40 anos, ou em 70 d.C).
Há muitos outros pontos que
podem ser trazidos nas oportunidades que essa passagem fornece. Esse pensamento
é sobre o paradoxo dos seguidores de Cristo ter evangelizado todo o mundo
conhecido antes de 70 d.C, mesmo não tendo percorrido todas as cidades de
Israel.
É ensinado em toda a literatura
preterista que o evangelho seria pregado ao Império Romano inteiro antes de 70 d.C.
A lista dos versos é normalmente oferecida para provar que o evangelho tinha
sido pregado a todo o mundo no cumprimento da declaração de Jesus em Mateus 24:
“Este evangelho do reino será pregado em todo o
mundo (oikoumene), em testemunho a
todas as nações, e então virá o fim”.
Então, este modelo desafia a
intuição, sugerindo que os discípulos eram: a) capazes de evangelizar todo o mundo conhecido antes de 70 d.C, e
ainda: b) não foram capazes de dar
cobertura nas cidades em seu próprio quintal após 40 anos de evangelização!
O Evangelho foi pregado ao mundo
inteiro até 70 d.C e ao mesmo tempo os discípulos não conseguiram percorrer
todas as cidades de Israel? Tenha em mente que eram as cidades de Israel que
supostamente não haviam sido ainda alcançadas – mesmo 40 anos depois. Aqui o
preterismo tropeça, declarando que o evangelho foi pregado a “toda criatura”
antes de 70 d.C, enquanto o contexto diz que os discípulos não percorreram
todas as cidades de Israel pregando a Palavra. Um exemplo apenas, dentre
centenas, de como o preterismo torce a Palavra de Deus para manter suas
heresias. Eis aí um erro de interpretação grosseiro ao extremo!
9) Até que Ele venha
Na Ceia do Senhor os cristãos
primitivos foram ensinados a “anunciar a morte do
Senhor até que Ele venha” (1Co 11:26). Se em 70 d.C ocorreu a segunda
vinda do Senhor, em seguida os discípulos deveriam ter cessado a participação
da Ceia! Esta teoria exige uma reinterpretação de muitas passagens claras e
prejudica o ensino bíblico básico sobre a nossa adoração e esperança. Se
quisermos participar da Ceia do Senhor “até que Ele venha”, e ele já veio, não
há propósito na participação da Ceia hoje para nos lembrar a crucificação de
Cristo, e nem deveríamos estar ansiosos para a ressurreição no último dia (Jo
6:39,40,44,54; 12:48).
O problema é que Jesus só veio
uma vez, e a Bíblia esclarece que haverá uma segunda vez apenas no fim do mundo
– esta não será a terceira vinda.
Hebreus 9:28 – Assim também
Cristo, oferecendo-se uma vez para tirar os pecados de muitos, aparecerá
segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação.
10) Última hora depois do Apocalipse
Outro problema aqui para o
preterismo, que é apaixonado por expressões como “a hora é chegada”, “em
breve”, “o tempo está próximo” e similares. Segundo muitos teólogos católicos,
João escreveu suas pequenas epístolas após ter sido liberto do cativeiro na
ilha de Patmos, quase três décadas após a destruição de Jerusalém.
O problema é que João continuou
afirmando…
“Filhinhos,
é já a última hora; e, como ouvistes que vem o anticristo, também agora muitos
se têm feito anticristos, por onde conhecemos que é já a última hora” (1ª João 2:18).
11) Não provarão a morte
Mateus 16:28, Marcos, 9:1 e
Lucas 9: 27 dizem:
a) “Em verdade vos digo que alguns há, dos que
aqui estão, que não provarão a morte até que vejam vir o Filho do homem no seu
reino.”
b) “Dizia-lhes também: Em verdade vos digo
que, dos que aqui estão, alguns há que não provarão a morte sem que vejam
chegado o reino de Deus com poder“.
c) “E em verdade vos digo que, dos que aqui
estão, alguns há que não provarão a morte até que vejam o reino de Deus.”
Conclusão preterista: Jesus
voltaria antes que alguns daqueles dentre sua audiência imediata morresse.
Refutação:
Das duas uma: ou Jesus falava da
transfiguração, ou fazia referência a sua glória, vista e descrita por João na ilha
de Patmos.
A interpretação de que o
cumprimento dessa passagem pode fazer referência ao acontecimento da
transfiguração foi cogitado por muitos e não deve ser abandonado. Alguns
estudiosos opinam que isso pode parecer estranho, pois Jesus indica a maravilha
de “alguns” viverem para vê-lo no seu reino, quando o cumprimento ocorreria
apenas seis dias depois.
Quantos Jesus quis dizer por
alguns? Talvez apenas uma pessoa.
“Alguns” – palavra grega “tis” –
Strong # 5100
É um pronome indeterminado que
pode significar muita coisa. Quando se refere a alguém pode significar um homem
qualquer, certo homem, ou alguns homens…
Apocalipse é o registro de João
de ter “visto” Jesus no seu reino. João escreveu o Apocalipse no final de sua
vida – em cerca de 96 d.C, quase a beira da morte. João era “um certo” (“tis”),
que estava presente quando Jesus falou em Mateus 16:28, Marcos 9:1 e Lucas
9:27. Portanto, João viveu para “ver” Jesus no seu reino – isto pode ser o
cumprimento de Mateus 16:28, Marcos 9:1 e Lucas 9:27.
12) Não estão escritos no livro da vida do
Cordeiro
Apocalipse 13:8 – “E adoraram-na
todos os que habitam sobre a terra, esses cujos nomes não estão escritos no livro
da vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo”.
Segundo o preterismo, os que
habitam sobre a terra são os habitantes de Jerusalém, os judeus, o povo
escolhido. No entanto, o versículo esta dizendo que estes que habitam sobre a
terra não têm seus nomes escritos no livro da vida. Estes habitantes da terra
se comportaram como idolatras e foram punidos por isso. Não podem ser os judeus
de 70 d.C.
É um absurdo sem medida afirmar
que o povo escolhido de Deus, Israel, seu primogênito, que por fim verá a
salvação (Rom 11:26), está sendo descrito neste contexto do Apocalipse: “Esses, cujos nomes não estão escritos no livro da Vida,
serão lançados no inferno”.
Não podemos acreditar que o
contexto trata de israelitas quando declara sobre “TODOS” que habitam sobre a terra, sem exceção de nenhum, e ainda por
cima admitir que seus nomes nunca foram escritos no livro da vida!
Observem como fica o versículo
segundo a teoria do preterismo. Ajunta no meio desse TODOS, os discípulos e a
Igreja:
“E adoraram-na todos os que habitam sobre a
terra [de Jerusalém], esses [da terra de Jerusalém] cujos nomes não
estão escritos no livro da vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do
mundo”.
E para esculhambar de vez com o
preterismo, observe nessa passagem que os israelitas, o povo escolhido de Deus,
jamais teve seu nome escrito no livro da vida desde que o mundo foi criado:
“A
besta que viste foi e já não é, e há de subir do abismo, e irá à perdição; e os
que habitam na terra (cujos nomes não
estão escritos no livro da vida, desde a fundação do mundo) se
admirarão, vendo a besta que era e já não é, mas que virá” (Apocalipse
17:8)
13) Estamos no milênio
A ideia de que Satanás já foi
“amarrado” está em clara contradição com a declaração de Pedro: “O diabo, como um leão que ruge, anda ao derredor
buscando a quem possa tragar” (1Pe 5:8). O apóstolo Paulo refere-se a
Satanás como o “príncipe das potestades do ar, do
espírito que agora opera nos filhos da desobediência” (Ef 2:2).
Uma ala do preterismo admite que
estamos no milênio. Sendo assim, isso deve significar que Satanás está amarrado
e preso (Ap 20:2). Se ele está aprisionado mesmo, então as advertências de
Pedro e Paulo acima não servem mais para nossa época. Satanás não mais busca a
quem devorar, e nem mesmo opera nos filhos da desobediência. Se Satanás está
preso hoje, por que as nações ainda estão sendo enganadas?
Se já estamos no milênio, por que
ainda há guerra no mundo? Quando o leão deitou-se com o cordeiro? E quando as
nações colocaram suas armas em arados? Se os 1000 anos são apenas simbólicos,
então é o reinado de Cristo apenas simbólico? Se Deus quebrou sua aliança
eterna com Israel, como nós sabemos que Ele não vai quebrar o seu pacto de vida
eterna com a gente?
Se Deus abandonou o Israel
étnico, por que Paulo pergunta: “Será que Deus
rejeitou o seu povo?”. E por que ele responde de forma tão enfática: “Deus me livre!” (Romanos 11:1)? Por que Paulo
disse de Israel, ”tropeçaram para que caíssem?”.
E por que ele respondeu novamente: “Deus me livre!”
(Romanos 11:11)? Por que Paulo afirma que “a
cegueira em parte aconteceu a Israel, até que a plenitude dos gentios se
complete” (Romanos 11:25)? Por que ele acreditava que “todo o Israel será salvo” (Romanos 11:26) se Deus
abandonou seu povo?
A doutrina preterista está em
apuros!
14) Apostasia depois de 70 d.C
O argumento da dogmática
católica preterista afirma que a apostasia descrita em Apocalipse para a
maioria das igrejas ali apresentadas ocorreu antes da destruição de Jerusalém.
Portanto, o que se deve concluir é que as sete cartas endereçadas às sete igrejas
foram escritas antes de, no máximo, 65 d.C.
Apocalipse 3:14-22 descreve a Igreja
de Laodiceia em meio à riqueza (v. 17). Essa não pode ser a visão de uma igreja
que existia antes de 70 d.C. Em 61, um terremoto visitou a cidade de Laodiceia,
que levou quase duas décadas para ser reconstruída. Tácito escreveu: “Laodiceia foi destruída por um terremoto neste ano [61 d.C]
e reconstruída a partir de seus recursos, sem qualquer subvenção de Roma”.
Esse terremoto foi em toda a
cidade, e não se limita apenas a parte dela como supõem alguns preteristas, que
enrolados em seus argumentos precisaram limitar o terremoto em apenas uma parte
da cidade, tentando salvar quase toda a região de Laodiceia apenas para dar
significado à igreja, a qual eles dizem que era rica e abastada antes de 70 d.C.
Ora, se o terremoto aconteceu apenas numa pequena parte da cidade, afirmam,
obviamente daria tempo dela ser reconstruída antes da queda de Jerusalém e
ainda alcançar o status de rica e abastada.
Paulo escreve uma carta para a
Igreja de Colossos, a qual seria também de grande utilidade para a Igreja de Laodiceia:
Col 4:16 – E, quando esta epístola tiver sido lida
entre vós, fazei que também o seja na igreja dos laodicenses, e a que veio de Laodiceia
lede-a vós também.
Ou seja, a condição das duas igrejas
era a mesma: elas andavam em comunhão com o Senhor. Observem o que Paulo
escreve a Igreja de Colossos/Laodiceia em 62 d.C:
Colossenses 2
1 Porque
quero que saibais quão grande combate tenho por vós, e pelos que estão em Laodiceia,
e por quantos não viram o meu rosto em carne;
2 Para
que os seus corações sejam consolados, e estejam unidos em amor, e enriquecidos
da plenitude da inteligência, para conhecimento do mistério de Deus e Pai, e de
Cristo,
5 Porque,
ainda que esteja ausente quanto ao corpo, contudo, em espírito estou convosco,
regozijando-me e vendo a vossa ordem e a firmeza da vossa fé em Cristo.
Observe que Paulo diz que eles
eram fieis, quando lista algumas imoralidades (verso 5 do capítulo 3) e diz a
eles que eles tinham superado essas coisas “nas
quais, também, em outro tempo andastes, quando vivíeis nelas…” (3:7).
Como poderia uma igreja, elogiada
por Paulo na carta aos Colossenses em 62 d.C, que a descreve como um grupo
ativo, não ser nem cumprimentada pelo Senhor em Apocalipse na mesma ocasião
(3:14-22), que a chamou de “… miserável, e pobre, e cego, e nu…” (v.
17)?
Se Paulo e João escreviam na
mesma época – Colossenses e Apocalipse – como poderiam os preteristas explicar
que um deles, em Colossenses, elogia a Igreja de Laodiceia como um grupo de
cristãos em comunhão com o Senhor, mas o próprio Jesus, através de João, diz à
mesma igreja: “… vomitar-te-ei da minha boca”
(Ap 3:16)?
São as contradições do
preterismo...
15) “… ainda nos dias de Antipas…”
Apresento aqui aos leitores uma
das maiores gafes do preterismo, que na teimosia de querer manter a tese de
que Apocalipse foi escrito antes de 70 d.C,
esqueceu-se de um mártir citado numa das cartas dirigida a uma das sete igrejas
apresentadas em Apocalipse, na carta a Igreja de Pérgamo. Observem que
contradição arrepiante e totalmente destruidora para o preterismo:
Apocalipse 2:13 – Conheço as tuas
obras, e onde habitas, que é onde está o trono de Satanás; e reténs o meu nome,
e não negaste a minha fé, ainda nos dias de Antipas, minha fiel testemunha, o
qual foi morto entre vós, onde Satanás habita.
Ali acima fala de um mártir, e o
nome dele é Antipas...
O problema é que o versículo
fala da morte de Antipas!
O desastre é que Antipas morreu
depois do ano 70 d.C. Se o versículo faz referência à morte de Antipas,
certamente foi escrito após 70 d.C.
«O Santo e glorioso mártir Antipas
foi contemporâneo dos apóstolos que o tinham posto à frente da Igreja de
Pérgamo. Na época da perseguição de Domiciano (c. 83), mesmo já sendo de idade
avançada, o santo bispo foi levado à prisão pelos pagãos por negar-se a
oferecer sacrifícios aos ídolos. O Santo foi então arrastado diante do
governador que havia antes tentado persuadi-lo a renegar sua fé em Cristo,
dizendo que a adoração aos ídolos era mais antiga e, portanto, mais respeitável
do que aquela nova religião pregada por pescadores e gente humilde.
Santo
Antipas respondeu lembrando a história de Caim que, embora tenha sido
antepassado da humanidade, era, no entanto, abominável e desprezível por ter
assassinado seu irmão. Que, mesmo as crenças dos helênicos, também muito
antigas, não eram menos desprezível para os que receberam a revelação da
plenitude da Verdade nos últimos tempos. Ao ouvir estas palavras, o governador
e os pagãos encheram-se de ódio e o jogaram numa fornalha ardente.
De
lá, Santo Antipas elevou uma fervorosa oração ao Senhor, dando graças por
sofrer por amor e testemunhar assim que o amor de Deus é mais forte que a
morte. Assim, entregou sua alma nos braços do Senhor e seu corpo foi sepultado
na igreja de Pérgamo. De seu túmulo, um suave odor de bálsamo exalou durante
anos, produzindo excelentes efeitos terapêuticos para o consolo dos cristãos na
cidade e muitos peregrinos que para lá acorriam de todos os lados, para venerar
a memória do santo»
Clique aqui: Antipas,
bispo de Pérgamo. Antipas foi perseguido e morto durante o reinado de Domiciano.
Catholic
Online, St Antipas.
16) Depois da queda de Jerusalém
A Bíblia diz que o anticristo
vem acompanhado por sinais, prodígios e milagres:
“A
esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais e
prodígios de mentira“ (2Ts 2: 9)
“E
engana os que habitam na terra com sinais que lhe foi permitido que fizesse em
presença da besta, dizendo aos que habitam na terra [de Jerusalém] que fizessem
uma imagem à besta que recebera a ferida da espada e vivia“ (Ap 13:14)
Onde estão os registros desses
fatos antes de 70 d.C? Quando foi que Jerusalém fez uma imagem de alguém que
foi mortalmente ferido a espada? Quando foi que Nero, ou quem quer que tenha
sido o anticristo dos preteristas, fez sinais e prodígios para enganar e para
convencer as pessoas a segui-lo, mesmo os eleitos?
Por um lado, para reivindicar
que Nero foi o homem do pecado, os preteristas são obrigados a confessar que
Jesus já voltou, pois é o Senhor que destrói o homem do pecado pelo esplendor
da sua vinda. O problema é que Nero cometeu suicídio dois anos antes de
Jerusalém ser destruída...
Se tomarmos por base a tese
preterista, devemos concluir que o anticristo Nero foi destruído pelo Senhor em
sua vinda, e ao mesmo tempo em que Jesus o destrói, Ele destrói também seu
exército juntamente com ele – essa é a descrição bíblica da destruição do
anticristo. Basta apenas ler Apocalipse 19, um capítulo após a destruição de
Babilônia/Jerusalém. É isso mesmo, Jesus destrói “Nero e seu exército” depois
da queda de Jerusalém (Apoc 19:1, atente para as palavras “depois destas coisas…”). Ops! Qual preterista esperava por essa? A
coisa ficou feia agora, pois Nero já estava morto antes de Jerusalém ser
atacada!
Se acompanhamos os passos
cronológicos do preterismo temos que localizar a destruição do homem do pecado
após a derrocada de Jerusalém em 70 d.C, a qual o preterista afirma ter
acontecido no capítulo 18. Apocalipse 19 afirma que o anticristo e o Falso profeta
foram lançados no lago de fogo “…DEPOIS
destas coisas…” (Ap 19:1) que ocorrem no capítulo 18. Como poderia o
preterismo responder qual foi a batalha de âmbito mundial que registra a
derrota total do anticristo e seu numeroso batalhão, ocorrida logo após o
exército romano ter invadido Jerusalém e
sair vitorioso?
Apocalipse 19 afirma que Jesus
destrói o anticristo e todo o seu exército, um banho de sangue diferente de
qualquer outro:
“E vi a besta, e os reis da terra, e os
seus exércitos reunidos, para fazerem guerra àquele que estava assentado sobre
o cavalo, e ao seu exército. E a besta foi presa, e com ela o falso profeta,
que diante dela fizera os sinais, com que enganou os que receberam o sinal da
besta, e adoraram a sua imagem. Estes dois foram lançados vivos no lago de fogo
que arde com enxofre. E os demais [os reis da terra e seus
exércitos] foram
mortos…” – Apoc 19:19-21.
Isso vai ocorrer imediatamente
após a segunda vinda de Jesus, o que não pode ser um cumprimento da Escritura
em 70 d.C, pois Jesus não voltou naquela ocasião, e muito menos acabou com o
anticristo e seu exército: “E então o iníquo [o
anticristo] será revelado, a quem o Senhor Jesus matará com o sopro de sua boca
e destruirá com o resplendor da Sua vinda…“ (2Ts 2:8-9).
Quando Jesus vier, ele destrói
os exércitos do mundo e o homem de Satanás é a primeira vítima. Quando isso
aconteceu imediatamente após 70 d.C? Em 70 d.C Tito e seu exército foram os
vitoriosos. Quem foi esse homem, que juntamente com um exército mundial foi derrotado
naquela ocasião?
Onde os preteristas poderiam
encaixar em 70 d.C os acontecimentos de Apocalipse descritos acima, se o
exército romano e seu suposto anticristo foram os vencedores?
É isso que chamo de contradição
das contradições!
17) Paz e Segurança
A Bíblia menciona em 1ª Tess.
5:2-3: “Porque vós mesmos sabeis muito bem que o
dia do Senhor virá como o ladrão de noite; Pois que, quando disserem: Há paz e
segurança, então lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto
àquela que está grávida, e de modo nenhum escaparão”.
Segundo o preterismo, a passagem
deve ser entendida dessa forma:
“Porque vós mesmos sabeis muito bem que o
dia do Senhor virá como o ladrão de noite; Pois que, quando [os
habitantes de Jerusalém] disserem: Há paz e segurança, então lhes sobrevirá
repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida, e de modo
nenhum escaparão”.
Portanto, segundo eles, o
exército romano veio como um ladrão na noite, exemplificando a volta de Cristo
para julgar Jerusalém. O problema é que o versículo afirma sobre um tempo de
paz e segurança aos dias que antecedem a destruição. Isso deve significar, para
o preterista, que antes da destruição de Jerusalém havia harmonia, paz e
segurança entre os judeus e o domínio romano. Onde podemos encontrar esse
contexto de paz e segurança na Jerusalém dominada e oprimida pelo poder romano
desde antes do nascimento do Senhor?
Mas isso não é tudo; observem
aqui alguns versículos que os preteristas usam para encaixar no tempo que antecede
à destruição de Jerusalém. Observem quanta paz e segurança houve,
Lucas 21:9-17:
“E, quando ouvirdes de guerras e sedições,
não vos assusteis. Porque é necessário que isto aconteça primeiro, mas o fim
não será logo. Então lhes disse: Levantar-se-á nação contra nação, e reino
contra reino; E haverá em vários lugares
grandes terremotos, e fomes e pestilências; haverá também coisas espantosas, e
grandes sinais do céu. Mas antes de
todas estas coisas lançarão mão de vós, e vos perseguirão, entregando-vos às
sinagogas e às prisões, e conduzindo-vos à presença de reis e presidentes, por
amor do meu nome…E até pelos pais, e irmãos, e parentes, e amigos sereis
entregues; e matarão alguns de vós. E de todos sereis odiados por causa do meu
nome”.
A história atesta sobre motins
diversos, protestos, insatisfação e rumores de golpe de estado, guerra civil e
semelhantes, o tempo todo – durante mais de duas gerações, envolvendo o povo
judeu em protesto à ocupação romana, e agora aparece Jesus e piora mais a situação.
Isso não é um quadro que possa ser visto como um tempo de paz e segurança aos
anos que antecederam a total destruição da Cidade Santa.
Também temos a afirmação
preterista que em Daniel 9:27 há o registro de um tratado de paz que é feito
com Israel antes da tribulação que ocorreu em 70 d.C:
“Então, ele deve confirmar uma aliança com
muitos por uma semana, mas no meio da semana, fará cessar o sacrifício e a
oferta”
Quem fez esse tratado de paz foi
o anticristo, afirma o preterismo. O problema é encontrar registros de tudo o
que foi exposto acima, quer sejam eles bíblicos ou históricos... Não vai ser
fácil não...
18) Do dia e da hora ninguém sabe
Aqui vai mais uma do capítulo 24
do livro de Mateus, o preferido dos preteristas. São apenas dois versículos:
36 Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem
os anjos do céu, mas unicamente meu Pai.
42 Vigiai, pois, porque não sabeis a que
hora há de vir o vosso Senhor.
Observem se não seria trivial
demais afirmar que por um lado vários sinais devem levar a ação (v. 16), que
vários sinais devem indicar que o tempo da destruição de Jerusalém está muito
próximo (vs. 14, 33) e, simultaneamente, que esse “dia e hora” ninguém sabe,
nem mesmo o Filho de Deus ou os anjos. Por que, se o capítulo trata da
destruição de Jerusalém que ocorreria dentro daquela geração? Ora, se as
palavras de Jesus deveriam ser cumpridas naquela geração, então tudo ocorreria
dentro de, no máximo, 40 anos, o que significa que todos os ouvintes saberiam
com precisão o tempo do cumprimento de cada sentença dita pelo Senhor.
Esse é o ponto de todo o
contraste: é a mesma coisa que dizer que os discípulos certamente sabiam a
semana ou o mês do evento, mas não o dia específico da semana. Isto parece ser
o resultado de uma leitura não-natural do texto. O que suaviza as diferenças no
relato é a interpretação real de duas ocorrências, a previsão de dois eventos.
Se esta visão futurista para a maior parte de Mateus 24 está correta, então o
preterismo está incorreto. Por quê? Por causa de um ponto importantíssimo, que
coloca o preterismo em evidente contradição: logo depois das previsões
catastróficas, que segundos eles, todas, ocorreram antes de 70 d.C, Jesus
separou ovelhas e bodes, e os enviou cada um ao seu destino eterno respectivo
(25:31-32)
19) Carta aos Efésios
E as contradições do preterismo
não param. Os argumentos contra a tese preterista que podemos encontrar nos
relatos as sete igrejas da Ásia são imbatíveis. Observe você os detalhes sobre
a Igreja de Éfeso. Esta Igreja não foi fundada por Paulo até a última parte do
reinado de Claudius. Ele lhes escreve a partir de Roma – 62 d.C. Em vez de
repreendê-los por qualquer falta de amor, ele elogia o seu amor e fé. Assim, se
Paulo escreve a Igreja em Éfeso lá pelos idos de 62, somos obrigados a localizar
a advertência de João aos efésios, acusando-os de ter abandonado o primeiro
amor, praticamente na mesma ocasião do elogio de Paulo – essa seria a conclusão
se tomamos por base a cronologia preterista quando afirma que o exílio de João
ocorreu no inicio da década de 60 d.C.
Paulo testemunha aos efésios o
seguinte: “...noutro tempo éreis trevas, mas agora
sois luz no Senhor...” (5:8). Não faz sentido a mesma igreja ter
recebido num espaço tão curto de tempo uma palavra tão negativa do apóstolo
João em Ap 2:4: “Tenho,
porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor”. Uma igreja que havia
abandonado seu primeiro amor não poderia jamais ter sido elogiada por Paulo
sobre o amor que ela nutria por todos os santos, como também por sua fé,
motivos estes que fazem com que o apóstolo dê graças incessantes a Deus pelo
exemplo desses cristãos.
“Por
isso, ouvindo eu também a fé que entre vós há no Senhor Jesus, e o vosso amor
para com todos os santos, não cesso de dar graças a Deus por vós, lembrando-me
de vós nas minhas orações“ (Efésios 1:15-16)
Os absurdos propostos pelo
preterismo são gritantes quando examinamos a condição da Igreja de Éfeso
descrita pelo apóstolo dos gentios, que insiste em demonstrar nas suas linhas
que Deus “vos vivificou, estando vós mortos em
ofensas e pecados, em que noutro tempo andastes segundo o curso deste mundo,
segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos
da desobediência” (Ef 2:1-2).
Senhores preteristas, Paulo
declara que a igreja de Éfeso tinha ardente caridade para com “todos os santos” (cf. Ef 3.18). Paulo chegou até
a convidá-los a participarem da “largura, e a
altura e a profundidade do amor de Deus… que excede todo o entendimento”
(Ef 3:18-19). Portanto, João jamais poderia ter escrito, na mesma ocasião da
escrita de Paulo, que a luz que havia ali estava para ser apagada.
O contraste é tão grande que até
os mais desavisados e ignorantes percebem. Uma congregação que no tempo
presente da escrita do apóstolo Paulo foi reconhecida como luz no Senhor,
transbordante de amor para com os santos, sendo firme na fé e vivificada, não
pode ser acusada de ter abandonado seu primeiro amor por outro apóstolo,
praticamente na mesma época. Como poderiam ter abandonado este amor em tão
pouco tempo, se houve mesmo algum tempo? Ora, a verdade é que esse afastamento
do primeiro amor se deu num tempo anterior tão distante que Jesus pede a Igreja
que se lembre de onde havia caído.
Apocalipse 2:5:
“… pratica as primeiras obras…”.
Essa advertência associada ao inicio
do versículo, de que deveriam lembrar-se de onde caíram, como e quando caíram,
deixa explícito que essa queda ocorreu num passado bem distante. Esse tempo
distante se calculamos tendo por base as datas do preterismo, que coloca João
em Patmos por volta de 62 d.C, obriga-nos a voltar, pelo menos, em 40 d.C para
localizar a queda da igreja. Isso é impossível, pois nessa época não havia igreja
em Éfeso.
Assim, surge o questionamento: o
que seria mais coerente concluir se tentamos cobrir esse espaço de tempo enorme
exigido pelo contexto explicito, revelado na exortação de Jesus que a queda da
igreja se deu num tempo anterior muito distante? A advertência só faz sentido
se localizamos a escrita para anos depois de 70 d.C. Em outras palavras, se os
registros foram feitos quase no final do primeiro século, e se voltamos no
tempo para acompanhar a igreja no rastro de sua queda, podemos achar uma
congregação que perdeu seu primeiro amor no inicio da década de 80 d.C, pelo
menos.
Quando Paulo escreveu para essa igreja
não encontrou nada a criticar. Entretanto, se João escreveu a Éfeso na mesma
época, então dentro de um curto espaço de tempo a igreja tinha deixado seu
primeiro amor e estava em perigo de ter sua luz apagada. Isso é uma tremenda
contradição; não é possível admitir que uma Igreja elogiada por ser “… Luz no Senhor…“ pode, ao mesmo
tempo, ser ameaçada de ter seu candeeiro removido.
Em suas admoestações a Timóteo e
na sua carta aos Efésios não há nenhum indício de o mesmo problema estar em
destaque na palavra do Senhor a Éfeso em Apocalipse 2:1-7 – perder seu primeiro
amor. As mensagens de Paulo avisam do engano chegando e a necessidade de
manter-se firme contra as astutas ciladas do diabo e na doutrina entregue pelo
apóstolo. Apocalipse 2:1-7 repreende os efésios pela frieza diante do Senhor
como resultado da ortodoxia doutrinal sem amor. É difícil acreditar que as duas
situações podem ter ocorrido na mesma ocasião, como deve ser o caso de
acreditar que Apocalipse foi escrito antes de 70 d.C. É muito mais fácil crer
que João escreveu Apocalipse quase uma geração mais tarde.
20) Na Judeia ou no mundo todo?
O preterista garante que
Apocalipse é um manual sobre a guerra dos romanos contra os judeus em 70 d.C.
Tudo que pode ser aplicado profeticamente tem que encaixar, ou em Roma ou em
Jerusalém.
Apocalipse diz:
“E o
número dos exércitos dos cavaleiros era de duzentos milhões; e ouvi o número
deles“ (Ap 9:16)
De onde emergiu um exercito tão
numeroso na época da invasão de Jerusalém? Duzentos milhões de cavaleiros
romanos(?) para lutar contra Jerusalém enquanto a população do mundo todo não
alcançava a cifra de cento e oitenta milhões de habitantes só mesmo na cabeça
de um preterista!
Há ainda mais um problema enorme
para ser lançado no caminho da escola preterista: Por que coisas deveriam
acontecer no mundo se a guerra foi somente entre judeus e romanos?
“E
haverá sinais no sol e na lua e nas estrelas; e na terra angústia das nações...
Homens desmaiando de terror, na expectação das coisas que sobrevirão ao
mundo…” (Lc 21:25-26)
Não se sabe por que, mas antes
da destruição de Jerusalém haveria “…na
terra angústia das nações…”. O preterista se encolhe todo num canto porque
não tem como responder: por que nações ficariam angustiadas se a guerra era
entre Jerusalém e Roma apenas? Como eles poderiam responder por que homens
desmaiaram de terror pelas coisas que sobrevieram ao mundo antes de 70 d.C se a
guerra foi localizada na Judeia?
Será que todas as tribos da
terra tiveram uma razão para se lamentar no período compreendido entre 66 e 70
d.C diante dos sinais nos céus?
Esse é o prejuízo para quem é
preterista!
Alguém declarou: “Basta provar que o livro de Apocalipse foi escrito
depois da destruição de Jerusalém que o preterismo desmorona”. A
importância da data do livro de Apocalipse é especialmente crucial para a
teoria dos preteristas. Eles jamais abandonaram a tese de que João foi exilado
em Patmos no inicio da década de 60 d.C, e que ali, antes da destruição de
Jerusalém, ele recebeu e registrou as visões do Apocalipse.
Como disse na primeira parte, a
escola preterista, insistente e confusa, argumenta que o livro de Apocalipse é
um manual da guerra entre Jerusalém e Roma, e que em sua maior parte – as
profecias – apontam para fatos ocorridos antes e durante a destruição da cidade
pelas tropas do general Tito em 70 d.C. Para ser mais exato, devemos entender o
preterismo como um sistema de interpretação profética que compreende
praticamente todas as profecias bíblicas cumpridas. A segunda vinda de Cristo e
todos os eventos presentes, a ressurreição dos santos e etc, são todos
entendidos como passados. Cristo veio, o reino veio, e a ressurreição ocorreu,
tudo de uma maneira espiritual. A maioria das profecias, alegam, tiveram
cumprimento simbólico.
Em geral, se as profecias
detalhadas daqueles dias – ou dos últimos dias(?) – são simbólicas, para qual
realidade elas apontam? A João foi mostrado sobre as “coisas
que devem em breve acontecer“, mas
que coisas foram estas? Se é simbólico, então nada acontece. Como
entender esse tipo de contradição? Se elas apontaram para nada que pudesse ser
visto ou observado, então por que envolver tudo em profecias, e por que com
tantos detalhes? Toda a revelação é despojada de seu significado e relevância,
se nós nunca tomarmos uma profecia apontando para eventos reais e observáveis.
No entanto, para o preterismo isso não importa.
Por essas e outras que o
preterismo está abarrotado de contradições... e elas são muitas...
21) É Simbólico ou Literal?
O preterismo interpreta a maior
parte das palavras de Jesus em Mateus 24 e referencias similares de forma
profundamente literal e local. Porém, a partir de certo ponto as coisas começam
a ser interpretadas simbolicamente e espiritualmente. A tribulação é literal,
ocorreu em Jerusalém, já alguns elementos da natureza, como o movimento no sol,
lua e estrelas que caem do céu são simbólicos, dizem eles. Também fazem da volta
de Jesus descrita em Mateus 24:30-31 algo simbólico, mas com os efeitos de vinda definitiva, ou seja, aquela
descrita em várias partes do Novo Testamento é a vinda em 70 d.C. Para muitos
deles Jesus já voltou!
Jesus não disse que o seu
retorno seria espiritual. Além disso, o verso 31 de Mateus 24 diz que na sua
vinda ele enviará os seus anjos e estes reunirão os seus escolhidos: “E ele enviará os seus anjos, com grande clamor de
trombeta, os quais reunirão os seus escolhidos, dos quatro ventos, de uma a
outra extremidade dos céus“. Isso não ocorreu antes da destruição de
Jerusalém. Nem podia, pois não faz sentido anjos saírem pelos quatro cantos da
terra recolhendo os salvos enquanto Jerusalém era destruída pelo exército do
general Tito.
Os preteristas possivelmente
lamentam que esses versículos – descrevendo a vinda do Senhor – está antes da
constituição deles estampada em Mateus 24:34, que diz: “Em
verdade vos digo que não passará esta geração sem que todas estas coisas
aconteçam”. Sendo obrigados a dar satisfações de que “todas essas
coisas” antes do verso 34 – a vinda do Senhor também – ocorreram (naquela geração),
então eles transformaram essa vinda de Jesus em vinda simbólica. Ninguém viu
(Atos 1:11).
Esse é um exemplo desastroso
para os preteristas dentro de seu capítulo favorito, mas existem dezenas deles
em outros contextos das Escrituras. Por exemplo, Hebreus 9:27 diz que “Ele (Jesus) veio uma vez e virá segunda vez aos que o
aguardam para a Salvação”. O texto é universal – não fala de judeus
rebeldes, vítimas da assolação que veio sobre Jerusalém, mas fala daqueles que
“aguardam a salvação”. Esse contexto não encaixa de forma alguma na Jerusalém
de 70 d.C. Se ele veio uma vez e virá a segunda
vez como registrado em Hebreus, significa que ele não veio em 70 d.C nem se
pudesse ser interpretado de forma simbólica. Além disso, não são três vindas,
mas duas apenas.
Outro detalhe que devemos
observar: por que alguns discípulos pregaram o Evangelho depois de 70 d.C se
Jesus já havia voltado alguns anos antes? Se os apóstolos sabiam disso por que
Tomé foi martirizado anunciando o Evangelho na Índia depois de 70 d.C? Por que
Filipe foi para o leste da Turquia pregar o Evangelho depois de 70 d.C, e ali
foi executado se Jesus já havia voltado?
Um caso a se pensar,
preteristas…
22) Falsos Cristos e falsos profetas
“Porque
muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos”
(Mateus 24:5)
Os preteristas assumem que esses
falsos profetas foram os que proliferaram a igreja antes da destruição de
Jerusalém. No entanto, naquela época (até 70 d.C) Cristo ainda estava por ser
anunciado ao mundo. Como viriam falsos Cristos em seu nome se seu nome nem
houvera sido ainda conhecido e anunciado? Era o inicio das boas novas!
Observem que deveria haver tempo
de Cristo ser anunciado e após isso se levantarem muitos falsos mestres e, o impossível: enganariam a muitos!
É muita coisa para acontecer num
tempo muito curto!
23) O diabo está preso
Alguns preteristas chegaram ao
absurdo de afirmar que o diabo já foi preso quando Jesus triunfou na cruz,
motivo pelo qual já experimentamos a época milenar, garantem eles. Dizem que o
anjo que o prendeu foi o próprio Cristo –
Ap 20:1. Mas, se o diabo tivesse mesmo sido aprisionado quando Jesus foi
crucificado, de que maneira teria conseguido “encher
o coração de Ananias para que este mentisse ao Espírito Santo” (At 5:3)?
Por que Paulo afirmou que “o deus deste século cegou
o entendimento dos incrédulos” conforme atesta em 2ª Coríntios 4:4 se
ele estava preso? E por que, ainda, disse que “não
ignorava os ardis de Satanás” (2Co 2:11)?
O diabo está solto, preteristas,
e anda ao derredor buscando alguém para devorar – 1Pe 5:8.
24) Em uma hora
A profecia em Apocalipse indica
uma queda imediata do poder reinante (Ap 18:10). Se o poder que estava em
declínio foi Jerusalém, então a descrição simplesmente não corresponde com a
história da queda da cidade. A queda não ocorreu em uma hora, mas as guerras
judaicas foram longas, arrastando-se ao longo de anos. O próprio Jesus fala de
sinais, ele alerta e profetiza quase uma geração antes. Além disso, a sentença
sobre a “vinda” de Cristo em Apocalipse, que é dito ser “como um ladrão” (Ap 16:15), não pode ser usada como uma
analogia com relação à queda de Jerusalém porque a queda de Jerusalém não foi
como um ladrão!
Foi cheia de avisos!!!
Vários sinais foram preditos!!!
A “vinda” em juízo, então, não
pode ser acerca da queda de Jerusalém. João fala de Roma, que é a única
alternativa razoável para se traduzir “em uma hora”, por “pega de surpresa”,
“de repente”, deixando subtendido um julgamento inesperado. Basta lembrar o
julgamento relâmpago que veio sobre Babilônia no governo de Belsazar.
25) Carta para uma igreja que não existe!
Quem pensaria escrever uma carta
para um marciano? Um louco! Quem se atreveria a escrever uma carta para a mãe
que já faleceu? Outro louco! E quem acredita que um apóstolo poderia ter
escrito uma carta para uma igreja que não existia? Os preteristas!
Esmirna aparece em um livro da
Bíblia: foi a cidade onde ficava uma das sete igrejas mencionadas em
Apocalipse.
Apocalipse 2:8-10
8 E
ao anjo da igreja que está em Esmirna, escreve: Isto diz o primeiro e o último,
que foi morto, e reviveu:
9 Conheço
as tuas obras, e tribulação, e pobreza (mas tu és rico), e a blasfêmia dos que
se dizem judeus, e não o são, mas são a sinagoga de Satanás.
10 Nada
temas das coisas que hás de padecer. Eis que o diabo lançará alguns de vós na
prisão, para que sejais tentados; e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel
até a morte, e dar-te-ei a coroa da vida.
Quem esteve por um tempo como
bispo dessa Igreja já antes do fim do primeiro século foi Policarpo, discípulo
do apóstolo João. Isso mesmo, falo do João que escreveu o Apocalipse. Policarpo
esclarece que a sua igreja nem sequer existia nos dias do apóstolo Paulo. É
interessante notar que Esmirna nunca é mencionada no livro de Atos ou em
qualquer outra epístola do Novo Testamento.
Ele escreve aos Filipenses:
“Mas
eu nem vi nem ouvi nada semelhante entre vocês, no meio daqueles com quem Paulo
trabalhou, e que estão louvados no início de sua epístola. Com efeito, ele se
gloria de vocês diante de todas as Igrejas que sozinhas conheciam o Senhor; mas
nós [de Esmirna] não o conhecíamos” (Policarpo – Epístola aos
Filipenses, XI)
Isso é muitíssimo comprometedor
para o preterismo: “… nós, de Esmirna,
não conhecíamos o apóstolo Paulo”.
Vejam bem o que Policarpo está
afirmando: a Igreja de Esmirna não conheceu Paulo! Agora, o que torna pior a
sentença é o que alguns estudiosos das Escrituras afirmam que os de Esmirna não
conheciam o Senhor através de Paulo. Preste atenção nas palavras de Policarpo
outra vez: “…Com efeito, ele [Paulo] se gloria de
vocês diante de todas as igrejas que sozinhas conheciam o Senhor; mas nós [de
Esmirna] não o conhecíamos”. Se esse for o caso, então a situação
preterista piora de forma assustadora. No entanto, para ser complacente com o
preterismo eu vou trabalhar apenas com a tese de que eles não conheciam Paulo.
“Nós
não o conhecíamos”, é o que diz Policarpo aos filipenses sobre a pessoa
de Paulo. Parece que ninguém em Esmirna conheceu Paulo. Nem os mais velhos, que
supostamente poderiam ser os primeiros membros da igreja antes de Policarpo se
houvesse existido uma. Portanto, dizer “nós não o
conhecíamos“, ou mesmo “nós não tivemos
oportunidade de conhecer Paulo”, significa dizer: “Nossa igreja não existia nos tempos de Paulo“.
Somente pelo fato de Policarpo
dizer que a Igreja de Esmirna não conheceu o apóstolo dos gentios, já demonstra
que ela – mesmo que existisse antes de Policarpo – não foi instituída no tempo
de Paulo. Observe outro trecho da carta aos filipenses redigida por Policarpo.
Aqui ele faz menção aos de Filipos, àqueles que ainda estavam vivos na época
desta epístola:
“Pois
nem eu, nem ninguém como eu, pode chegar a sabedoria do abençoado e glorificado
Paulo. Ele, estando entre vocês, comunicou com exatidão e força a palavra da
verdade na presença daqueles que estão vivos ainda” (Cap III)
Percebam que havia pessoas da igreja
dos filipenses que ainda estavam vivas! Esse pequeno detalhe é por demais
precioso, pois revela um tempo relativamente longo – faz referência às pessoas
que viviam no momento da carta de Policarpo e que pertenciam ao passado de
Paulo. Isso exige um longo período de tempo até Policarpo e um longo tempo de
volta: de Policarpo até Paulo. Os crentes de Esmirna não conheceram Paulo – e
muito menos Policarpo o conheceu.
Ele não podia, pois tinha pouco
mais de um ano quando Jerusalém foi destruída – ele nem era nascido quando
Paulo foi martirizado. E, considerando que ele foi martirizado em fins de 67 d.C,
deve significar que não havia ali congregação nenhuma nessa época – se houvesse
uma igreja em Esmirna na década de 60 d.C, quem deveria ter lhes dirigido uma
carta era Paulo e não João, pois Esmirna ficava a apenas 30 milhas de Éfeso,
cidade onde Paulo ministrou por quase três anos. E há um detalhe por demais
curioso quando ele escreve aos efésios:
“Paulo,
apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus, aos santos que estão em Éfeso,
e fiéis em Cristo Jesus” (Ef 1:1). Por que Paulo não fez menção aos de
Esmirna, igreja que ficava tão perto? Observe que ele cita os laodicenses
quando escreve aos colossenses: “Saudai aos irmãos
que estão em Laodiceia e a Ninfa e à igreja que está em sua casa” (Cl
4:15). Veja também o verso 16: “E, quando esta
epístola tiver sido lida entre vós, fazei que também o seja na igreja dos
laodicenses, e a que veio de Laodiceia lede-a vós também”.
Além de não saudar a Igreja de
Esmirna através dos efésios, não lhes escreveu nenhuma carta, nem antes e nem
depois de sua prisão em Roma. O que salta diante dos olhos é que a Igreja de
Policarpo não existia em 62 d.C. Isso pode ser a legítima expressão da verdade
amigo leitor. Note que quando o apóstolo Paulo esteve preso em Roma, ele faz
menção – na mesma carta – de algumas igrejas que foram fundadas na Ásia nos
dando inclusive os nomes das cidades próximas a Esmirna: Colossos, Hierapolis e
Laodiceia (Cl 4:13). Aqui também não há menção de Esmirna. Veja a passagem:
“Pois
eu lhe dou testemunho de que tem grande zelo por vós, e pelos que estão em Laodiceia,
e pelos que estão em Hierápolis” (Cl 4:13)
A carta é aos colossenses e cita
duas outras cidades próximas de Esmirna, Hierápolis e Laodiceia, sem falar
Colossos, mas não cita Esmirna, que ficava apenas trinta milhas de Éfeso.
O que temos aqui é uma fortíssima
evidência para nosso argumento, que somada às pistas deixadas por Policarpo
podemos concluir com certeza que não havia sequer uma igreja na cidade de
Esmirna quando os preteristas garantem que João os escreveu (62-63 d.C). Isso
deve significar que o livro de Apocalipse foi escrito depois da destruição de
Jerusalém.
26) João em
Éfeso, quando?
“De Éfeso para Patmos” é o
legado deixado pela tradição sobre o exílio de João. E os preteristas
aproveitaram a situação para desenvolver vários argumentos com base nessa
pequena afirmação para proteger suas heresias. Porém, vamos ver se há alguma
verdade nisso...
O preterismo garante que João
escreveu o Apocalipse de Patmos entre 63 e 65 d.C. Se esta data está correta,
João deve ter chegado à Ásia, pelo menos entre 60-62, se não antes, e ainda ter
tido tempo suficiente para ganhar o respeito dos cristãos nas diferentes igrejas
em toda a província e tornar-se uma força dominante ao ponto de precisar do
exílio para acabar com sua influencia. Esta reconstrução da cronologia cria
alguns obstáculos sérios para a datação preterista do livro de Apocalipse.
Em primeiro lugar, isso
significaria que os ministérios de João e Paulo para as igrejas da Ásia foram
sobrepostos. Isso sugere que João e Paulo ministraram juntos em algumas igrejas
da Ásia antes de Paulo ser enviado preso para Roma. O problema é que João ficou
escondido nas sombras. Ele ficou tanto nas sombras que nem foi mencionado como
companheiro de Paulo e muito menos como ministrante nas igrejas enquanto Paulo
estava em Roma.
Segundo, a cronologia preterista
reúne João e Timóteo em Éfeso enquanto Paulo esteve preso em Roma escrevendo uma
carta para esta igreja, que ele ainda ministrava. Ou seja, se João chegou a
Éfeso tão cedo quanto 60-62 d.C – nos termos da cronologia preterista – ele
teria estado lá quando Paulo escreveu efésios, mas Paulo não faz menção de João
nessa epístola também.
Terceiro, segundo os preteristas,
João precisa estar em Patmos até 63 d.C para escrever o livro de Apocalipse.
Isso levanta algumas dificuldades para os intérpretes preteristas. Por que
Paulo deixa Timóteo encarregado da Igreja em Éfeso e não fez qualquer
referência à presença e expulsão recente – o exílio – de João e sua influência
sobre a igreja?
Mas não para aqui os problemas.
Temos outra pista que nos leva a questionar a presença de João em Éfeso até a
chegada de Paulo. É público e notório que o apóstolo João foi morar em Éfeso
levando com ele sua “mãe” Maria – pelo menos é o que prega o catolicismo.
Porém, curioso é notar o que aconteceu em Éfeso com a chegada de Paulo em 52 d.C
– pelo menos 18 anos após a visita que João e Pedro fizeram aos crentes de
Samaria, ocasião em que o Espírito Santo foi derramado através deles (Atos 8).
Veja a situação que Paulo encontra em Éfeso. O registro está em Atos 19:
1 E sucedeu que, enquanto Apolo estava em
Corinto, Paulo, tendo passado por todas as regiões superiores, chegou a Éfeso;
e achando ali alguns discípulos,
2 Disse-lhes: Recebestes vós já o Espírito
Santo quando crestes? E eles disseram-lhe: Nós nem ainda ouvimos que haja
Espírito Santo.
3 Perguntou-lhes, então: Em que sois
batizados então? E eles disseram: No batismo de João.
4 Mas Paulo disse: Certamente João batizou
com o batismo do arrependimento, dizendo ao povo que cresse no que após ele
havia de vir, isto é, em Jesus Cristo.
5 E
os que ouviram foram batizados em nome do Senhor Jesus.
6 E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre
eles o Espírito Santo; e falavam línguas, e profetizavam.
7 E estes eram, ao todo, uns doze homens.
Doze discípulos apenas foram os
que Paulo encontrou em Éfeso em 53 d.C, 20 anos após o pentecostes. Estes,
muito provavelmente, foram convertidos pelo ministério de Apolo que conhecia
apenas o batismo de João. Veja Atos 18:24-25: “E
chegou a Éfeso um certo judeu chamado Apolo, natural de Alexandria, homem
eloqüente e poderoso nas Escrituras. Este era instruído no caminho do Senhor e,
fervoroso de espírito, falava e ensinava diligentemente as coisas do Senhor,
conhecendo somente o batismo de João”.
Porém, o mais interessante são
as informações que Lucas nos deixa sobre Paulo e Apolo. Ele faz questão de
registrar que “enquanto Apolo estava em Corinto…
Paulo chegou a Éfeso” (At 19:1). Isso é curioso, e nos faz questionar
por que não há informações semelhantes sobre João, para onde foi, onde estava,
quando voltou e foi outra vez, principalmente com relação a Éfeso. Não se sabe
por que não há menção de um importante ícone da Igreja, coluna com Tiago e
Pedro – totalmente sem informação alguma sobre seu ministério na cidade de
Éfeso.
Um motim é iniciado e nós
acabamos descobrindo quem são os companheiros de Paulo em Éfeso: Gaio e
Aristarco (At 19:29), e mais alguns são mencionados nesse episódio, “dos principais da Ásia, que eram seus amigos, lhe
rogaram que não se apresentasse no teatro” (v. 31) para não apanhar
também. Onde está João?
E mais interessante ainda é que
Paulo encontra discípulos em Éfeso que nunca tinham ouvido falar do Espírito
Santo! Como pode ser isso possível se João, em Samaria, pelo menos 18 anos
antes, impôs as mãos sobre alguns novos convertidos ali e eles foram batizados
no Espírito Santo? E agora me aparecem alguns crentes em Éfeso que nunca
ouviram falar no Espírito Santo. Não havia conhecimento do Espírito Santo e nem
haviam convertidos pelo ministério de João. Aliás, não havia ninguém que
soubesse nem do Senhor Jesus quanto mais do Espírito Santo. A questão é saber
onde estavam os que tinham já “ouvido falar” do Espírito Santo antes da chegada
de Apolo e Paulo.
Mas não é apenas isso; quando
Paulo estava para se despedir da Igreja em Éfeso ele manda chamar os anciãos
para lhes dar uma palavra antes de partir (At 20:17-38). Onde estava João que
não foi citado no contexto? Outro detalhe na carta aos efésios de Apocalipse é
que João fala de falsos apóstolos – quem eram eles se Paulo não os menciona? Por
quê? Não seria porque Paulo escreve aos efésios em 62 d.C e João quase no fim
do primeiro século?
E não adianta dizer, digníssima
apologética preterista, que tudo isso são conceitos e opiniões oriundos de
lógica humana, não são. São desenhos – é necessário desenhar para que vocês
entendam. Além de desenhar tem também que explicar o desenho. E garanto que
ainda tem muita coisa para desenhar para essa geração facebook – uma geração
que precisa de alguém para comprar o remédio, precisa de alguém para ler a bula
e ainda dar o medicamento na boca.
Parece que João nunca esteve em
Éfeso até a visita de Paulo. Ninguém havia pregado ali como Paulo. Um sinal
disso foi a reação de Demétrius protestando pelo fato de que a religião dele
poderia desaparecer. Paulo ficou dois anos e três meses pregando o evangelho em
Éfeso (19:8,10). Aqui está a fonte de ansiedade para Demétrius. Ele vê seus
lucros e os de seus colegas rapidamente desaparecendo por causa do sucesso na
pregação do evangelho de Paulo. Em pouco tempo ninguém vai querer mais réplicas
do glamoroso templo de Artemis. Onde estava João? Quando João pregou ali antes
de Paulo se essa idolatria corria solta quando Paulo chegou?
Os católicos tiveram o mesmo
problema com Pedro em Roma: Paulo chega lá em 61 ou 62 d.C e descobre que
muitos judeus ali nada sabiam acerca “dessa seita”.
É verdade senhoras e senhores, os judeus ministrados por Pedro(?) em Roma
chamaram a Igreja de seita (At 28:22). Roma sem Pedro e Éfeso sem João! Se João
foi a Éfeso isso pode ter ocorrido após a morte de Paulo, nada mais!
Parece que a datação proposta
pelos preteristas para o livro de Apocalipse não dá conta de sua sobreposição
necessária entre os ministérios de João e Paulo em Éfeso, mas a data de 95 d.C
facilmente explica por que Paulo nunca menciona João em Éfeso ou em 1ª e 2ª Timóteo.
“De Éfeso direto para Patmos”,
diz a tradição, somente a tradição.
27) A Igreja de Laodiceia
A Igreja de Laodiceia é a única
das sete igrejas, com a possível exceção de Sardes, que não têm absolutamente
nada para elogiar. No entanto, em sua carta aos Colossenses, escrita em 62 d.C,
Paulo indicou que a igreja era um grupo ativo (Cl 4:13). Ele mencionou a igreja
em Laodiceia três vezes em sua epístola de Colossos (2:2; 4:13,16) e o que fez
foi elogiá-los como um grupo de cristãos em comunhão com o Senhor. Se a carta
escrita à mesma igreja por João em Apocalipse pode ser localizada na mesma
época (os preteristas afirmam que sim), então fica impossível conciliar a
apostasia descrita ali com a ordem e comunhão registradas por Paulo. A condição
da igreja era tão grave que o Senhor ameaçou vomitá-los para fora de sua boca
(Ap 3:16).
Mais uma vez, seria necessário
um longo período de tempo para que esta condição repugnante pudesse se
desenvolver. Tão repugnante que o Senhor chama a igreja de “miserável, pobre, cego e nú”. A forte repulsa do
Senhor, no estado da igreja de Laodiceia, certamente torna-se mais inteligível
após um intervalo considerável de tempo para a apostasia.
Laodiceia também é descrita em
Apocalipse como florescente economicamente. Jesus cita a igreja dessa forma: “Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta”.
No entanto, a cidade sofreu uma devastação catastrófica no terremoto que a
sacudiu em 61 d.C. Tácito, o historiador romano, descreve:
“No
mesmo ano, Laodiceia, uma das famosas cidades asiáticas, foi colocada em ruínas
por um terremoto, mas se recuperou com recursos próprios, sem a ajuda de nós
mesmos” (Annais, 14:27).
Quando Apocalipse foi escrito,
os esforços de reconstrução em Laodiceia estavam completos, pois a igreja de Laodiceia
é descrita como rica e abastada, de nada
tendo falta. Essa não pode ser a descrição de uma igreja que vivia
entre ruínas. Isso nos fornece informação para estabelecermos uma data
posterior a 70 d.C para a escrita do Apocalipse.
O preterismo alega que as
riquezas mencionadas em Apocalipse 3:17 são espirituais, não riquezas
materiais. Porém, no seguinte contexto em 3:18, Jesus faz alusão a indústria de
Laodiceia que contribuiu para a sua riqueza material: ouro (Laodiceia era um
centro bancário), colírio (Laodiceia comercializou e lucrou muito por
fabricar uma pomada usada para tratar
doenças oftálmicas) e roupa branca (Laodiceia era um centro de produção de
vestuário). Essas alusões locais às fontes de riqueza material em Laodiceia
indicam que a referência à riqueza da igreja era principalmente por sua riqueza
material, que por sua vez criou um senso de auto-suficiência e complacência
espiritual. A afluência material e a atitude auto-suficiente correspondente da
cultura tinham se infiltrado na igreja.
A evidência arqueológica em Laodiceia
aponta para uma reconstrução em quase vinte e cinco anos. A extensão dos danos
causados em Laodiceia com o terremoto de 61 d.C e o período de tempo que levou
para reconstruir a cidade são provas convincentes de que a datação da escrita
do livro de Apocalipse só pode ser estabelecida para depois da destruição de
Jerusalém.
A maioria das principais ruínas
que sobrevivem hoje em Laodiceia são dos edifícios construídos durante o tempo
do terremoto. O grande edifício público destruído no terremoto foi reconstruído
em detrimento dos cidadãos e não foi terminado até cerca de 90 d.C. A data de
conclusão do estádio pode ser precisamente datada para a última parte de 79 d.C,
e a inscrição em vários outros edifícios são datados do mesmo período. A grande
porta tripla (Syrian Gate) e as torres não foram concluídas até 88-90 d.C.
Desde que a reconstrução de Laodiceia
após o terremoto ocupou pouco mais de duas décadas, é altamente problemático reclamar
para Igreja o status de rica, de nada tendo falta dois anos
após o terremoto (63-64 d.C), como quer o preterismo. Durante esses anos, a
cidade estava nas fases iniciais de um programa de reconstrução que iria durar
entre 15-25 anos. Se o Apocalipse foi escrito em 95 d.C a descrição de Laodiceia
em Apocalipse 3:14-22 caberia muito bem.
Por este tempo a cidade foi totalmente reconstruída com recursos próprios,
aproveitando a prosperidade e prestígio e aquecendo-se no orgulho das suas
grandes realizações – e a igreja foi junto.
Fonte: The End Times Controversy, 148-49 – Harvest House Publishers, 2003.
28) O testemunho de Irineu
À medida que as discussões sobre
a datação do livro de Apocalipse vão se avolumando, é muito natural que alguns
preciosos argumentos de defesa sejam esquecidos. Argumentos importantes, que
insistentemente são considerados como refutados pelo preterismo e, muitas
vezes, deixados de lado como fracos e obsoletos, ainda podem ser considerados
valiosíssimos, pelo fato, dizendo honestamente, de jamais terem sido refutados.
Um desses antigos, legítimos e irrefutáveis testemunhos sobre a datação do livro
de Apocalipse, ainda fala bem alto.
O livro de Apocalipse foi o
único livro do Novo Testamento que foi datado de forma relativamente precisa
por um dos primeiros Pais da Igreja. Irineu de Lugdunun (Lyon), por volta de
180, afirmava que João teria tido suas visões “não
muito tempo atrás, mas quase na nossa geração, pelo fim do reinado de
Domiciano” (Irineu em Adversus
Haereses – 5.30.3). A citação de Irineu nos remete para 95-96 d.C.
Não parece haver nenhuma
confusão por parte de Irineu. Ele não expressa qualquer dúvida quanto ao tempo
da visão apocalíptica, nem quanto ao nome do imperador, especialmente quando
percebemos que nenhum Pai da Igreja nos tempos antigos questionou tais
afirmações por centenas de anos. Além disso, Irineu veio de Esmirna e fez parte
do ministério de Policarpo, que, por sua vez, foi ensinado pelo apóstolo João.
Isso não é pouca coisa: Irineu foi discípulo de alguém que foi discípulo do
autor de Apocalipse!
A afirmação de Irineu sobre o
tempo da escrita do Apocalipse é por demais legítima. Irineu é uma testemunha
valiosa, ele sabia o que ele estava falando. O evento que ele fez referência
havia ocorrido apenas cerca de 80 anos antes. Oitenta anos atrás, no nosso
tempo, seria o ano de 1936. Uma visão comparativa de tempo nos levaria de volta
para vários eventos. Vou citar apenas três:
1 – As Olimpíadas de Berlim na
Alemanha, uma das Olimpíadas mais
marcantes de todos os tempos.
2 – Em 17 de Julho de 1936 é
iniciada a Guerra Civil em Espanha.
3 – E para não deixar de fora o
Brasil, lembramos que o comediante Renato Aragão nasceu em 13 de janeiro de
1935, um ano antes de nossa data aqui. E ele ainda vive com os seus 81 anos.
O que estou tentando mostrar a
você amigo leitor é o seguinte: Irineu registrou fatos ocorridos oitenta anos
antes! Isso também deve significar que ele escreveu numa época em que muitas
pessoas dos tempos de João possivelmente ainda podiam ser encontradas vivas.
Irineu não cometeu nenhum engano quando localizou o tempo das visões de João.
Uma série de escritores antigos
também confirmam a data posterior (96 d.C) para o livro de Apocalipse. Nem
todos eles lançaram mão apenas de Irineu, uma vez que havia, obviamente, outras fontes antigas. Houve Hipólito
de Roma (170-235 d.C), Jerônimo (340-420 d.C), seu amigo Orosius, e Eusébio
(260-340 d.C), que teve inúmeras histórias e fontes à sua disposição, incluindo
os escritos do antigo historiador da igreja Vitorino
(c. 303 d.C), Sulpício Severo e muitos outros.
Todos eles atestaram a data
posterior. Nós não temos nenhuma razão para acreditar que esses escritores
antigos propositadamente nos deram uma data incorreta; eles apenas documentavam
a história e, obviamente não tentavam refutar nada e nem ninguém. Só tiveram
seus escritos postos em dúvida 1600 anos após, quando veio a existir o
preterismo.
29) Reis de Roma
O livro de Apocalipse fala da
Grande Cidade que dominava sobre os reis da terra nos tempos da Igreja primitiva.
Segundo a escola preterista essa cidade era nada mais nada menos que Jerusalém,
que eles denominam de Grande Babilônia, julgada e destruída por Deus em 70 d.C,
o que eles entendem que está registrado em Apocalipse 18. Porém, como
poderíamos associar Jerusalém a Babilônia? Qual seria a Grande Babilônia na
época de Ninrode? Com certeza não era Jerusalém. E nos tempos de Nabucodonosor?
Só podia mesmo ser Babilônia, evidente, e não Jerusalém, Nínive, Tiro ou
qualquer outra cidade.
O rei Nabucodonosor responde e
diz que era a própria Babilônia:
“Falou
o rei, dizendo: Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei para a casa
real, com a força do meu poder, e para glória da minha magnificência?”
(Daniel 4:30)
Então, qual seria a Grande
Babilônia nos tempos de Roma? Nos tempos de Roma só podia ter sido Roma e não
Jerusalém. Roma foi denominada de Babilônia por causa de sua perseguição aos
cristãos, sua pecaminosidade perversa e sua idolatria. Além disso, somente uma
cidade nos tempos de João era conhecida como a “cidade das sete colinas”.
Veja a semelhança neste contexto
de Apocalipse, que esclarece que a Grande Cidade ficava sobre sete montes, que
são também sete reis:
“Aqui
o sentido, que tem sabedoria. As sete cabeças são sete montes, sobre os quais a
mulher está assentada. E são também sete reis; cinco já caíram, e um existe;
outro ainda não é vindo; e, quando vier, convém que dure um pouco de tempo”
(Apocalipse 17:9-10)
O último versículo do capítulo
17 termina dizendo: “A mulher que viste é a Grande
Cidade que reina sobre os reis da terra”.
Observem agora a contradição
extraordinária envolvendo os preteristas, que insistem na tese de que a cidade
é Jerusalém: a lista dos reis apresentados pela teologia preterista mostra reis
romanos – a Grande Cidade está assentada sobre esses sete reis – seu poder vem
deles. Não pode ser Jerusalém – OS REIS SÃO DE ROMA! Esses imperadores reinaram
antes da escrita do Apocalipse até um tempo posterior ao livro.
Eis a lista apresentada pelos
próprios preteristas:
• Otávio Augusto
• Tibério
• Calígula
• Cláudio
• Nero
• Galba
• Otão
• Vitélio
• Vespasiano
• Tito
• Domiciano
Para que o argumento preterista
pudesse ser ajustado ao Apocalipse três reis precisaram ser eliminados, pois a
profecia central do texto fala em sete reis, apesar de ter um oitavo em outro
contexto, mas que mesmo assim é dos sete. A cronologia desses reis não importa
nesse momento, pois o que está sendo apresentado aqui é o argumento de defesa
preterista que se protege atrás de reis romanos, mas ao mesmo tempo diz que a
[mulher] cidade é Jerusalém.
Leia os versículos novamente,
mas agora unidos em um só:
“Aqui está a mente que tem sabedoria. As
sete cabeças são sete montes, sobre os quais a mulher está assentada. E são também sete reis;
cinco já caíram, e um existe; outro ainda não é vindo; e, quando vier, convém que
dure um pouco de tempo… A mulher que viste é a Grande Cidade que reina
sobre os reis da terra”, Apoc 17:9,10-17.
Há algo aqui incrível! Veja: “…As sete cabeças são sete montes, sobre os quais a
mulher está assentada. E são também sete reis… A mulher que viste é a Grande
Cidade que reina sobre os reis da terra”.
Agora observe como fica a
posição do verso acima na interpretação preterista:
“…As
sete cabeças são sete montes, sobre os quais a mulher (Jerusalém) está
assentada. E são também sete reis (Romanos)
(…) A mulher que viste é a Grande Cidade (de Jerusalém) que
reina sobre os reis da terra”.
Segundo os preteristas os reis
são romanos, mas a mulher é Jerusalém.
Ou seja, sai Roma, o império reinante por excelência, e entra Jerusalém
como a Grande Cidade que REINAVA sobre os reis da terra quando Apocalipse foi
escrito. Os preteristas precisam de muita inteligência e torcer demasiadamente
pela insanidade dos leitores.
Observem o início do versículo
nove: “Aqui está a mente que tem sabedoria”.
João nos dá agora o «sentido espiritual», em símbolos enigmáticos. Preferiu não
dizer abertamente: «Essa é Roma». Não queria ofender as autoridades romanas,
que poderiam intensificar a perseguição; e, por essa razão, falou em código.
João explica claramente qual o meio ambiente geográfico de Roma, a «cidade das
sete colinas». Isso, naturalmente, é prova absoluta, se precisássemos de
qualquer prova, de que a «Babilônia» do quinto versículo é, na realidade, um
nome em código para «Roma». Neste capítulo, a «mulher» é identificada com Roma,
e, portanto, é uma cidade. Mas logo em seguida isso se amplia para abarcar os
«sete reis» ou imperadores romanos; pelo que, indiretamente, está em foco o
império romano inteiro. A natureza do simbolismo agora permite que João
identifique as cabeças da besta com a capital do império.
Os intérpretes que negam a
identificação com «Roma», neste ponto, supõem que não há qualquer alusão
«local», e que estão em foco, simbolicamente, os princípios de grandiosidade e
de ambição mundanas. Esses intérpretes salientam que outras cidades existem
edificadas sobre sete colinas, como Constantinopla, Bruxelas e Jerusalém. Mas
tudo isso deve ser rejeitado por qualquer estudioso sério, não merecendo nossa
atenção. O Apocalipse foi escrito a fim de consolar e fortalecer aos mártires
em potencial, que até mesmo então sofriam sob o império romano em particular,
por causa do imperador romano, Domiciano. Portanto, somente Roma pode estar em
foco. Temos aqui uma alusão geográfica literal. Portanto, não há aqui
referência às «ordens políticas do mundo», como se seu assentar-se sobre «sete
montes» indicasse apenas um domínio «total». Nada tão nebuloso poderia estar em
foco, em um livro que atacava, especificamente, a cidade e o império de Roma
(cf. Russel Normam Champlim, Comentário
de Apocalipse, p. 600).
A alusão aqui na escrita é Roma,
tão somente Roma. Não estou avançando para o tempo do fim, mas dando atenção ao
momento registrado por João. Os apologistas católicos preteristas e afiliados
parecem não ter percebido que estão apresentando os reis da Grande Cidade.
Outra vez: se a escola
preterista deseja interpretar esses reis de Apocalipse como sendo reis romanos,
então devem arcar com as consequências, pois eles são reis que comandam a
Grande Cidade: SÃO REIS DE ROMA, a cidade que reinava sobre os reis de toda a
terra quando João escreveu o livro de Apocalipse. Roma, a cidade das sete
colinas. As moedas dos tempos de Vespasiano pintavam Roma como uma mulher
assentada sobre sete colinas:
Esta moeda faz parte da coleção
do museu britânico, cunhada em 71 d.C, durante o reinado de Vespasiano (69-79
d.C), que declarava-se como pontífice máximo (título que depois foi adotado
pelo papa). Ela descreve a cidade de Roma como uma deusa sentada em sete
montes.
30) A Cidade REINA
A cidade REINA sobre os reis da
terra na ocasião da escrita do Apocalipse. Não sei como os preteristas poderiam
sair ilesos diante de Apocalipse 17:18. O anjo diz a João: “E a mulher que viste é a grande cidade que reina sobre
os reis da terra”. Jerusalém não foi por qualquer meio um poder reinante
na ocasião em que foi escrito o livro de Apocalipse. Jerusalém era uma
subsidiária de Roma, e Roma a controlava.
Foi pela graça do estado romano
que Jerusalém ainda durou tanto tempo, permitindo que os Herodes funcionassem
como reis sobre a terra dos judeus. Roma foi a cidade reinante, basta ver a
extensão do poder romano dentro da Judeia lendo Lucas 2:1, que diz: “E aconteceu naqueles dias que saiu um decreto da parte
de César Augusto, para que todo o mundo se alistasse”.
Observe algumas outras traduções
e veja como o problema preterista torna-se extremamente delicado.
João Ferreira de Almeida Revista
e Atualizada:
“Naqueles
dias, foi publicado um decreto de César Augusto, convocando toda a população do
império para recensear-se”
Nova Tradução na Linguagem de
Hoje:
“Naquele
tempo o imperador Augusto mandou uma ordem para todos os povos do Império.
Todas as pessoas deviam se registrar a fim de ser feita uma contagem da
população”
João Ferreira de Almeida
Atualizada:
“Naqueles
dias saiu um decreto da parte de César Augusto, para que todo o mundo fosse
recenseado”
Nova Versão Internacional:
“Naqueles
dias César Augusto publicou um decreto ordenando o recenseamento de todo o
império romano”
O censo foi feito em terra
judaica, mas que era território romano. A NVI deixa claro o sentido real da
situação: Roma reinava e não Jerusalém. Deveria bastar para os preteristas a
declaração dos líderes da nação judaica na ocasião do julgamento de Jesus
quando Ele estava em pé diante deles sob custódia de Pilatos – Jerusalém
gritou: “Não temos outro rei senão César!”.
Se o rei é César, a cidade que reina tem que ser Roma.
Não há como escapar: se o livro
foi escrito imediatamente antes da destruição de Jerusalém, evidente que a cidade
não reinava sobre os reis da terra, pois como vimos, ela estava subjugada e
aprisionada por Roma. E se o livro foi escrito depois da destruição de
Jerusalém, então a situação piora bastante, pois não tinha jeito dela reinar
sobre os reis da terra de forma alguma.
Repetindo para não deixar
dúvidas: Não faz sentido dizer que
Jerusalém tinha “domínio sobre os reis da terra”, quando a cidade estava sob
ocupação romana durante os últimos cem anos e estava prestes a ser destruída
por Roma.
João, por algum motivo, não
identificou abertamente Roma porque isso teria convidado mais perseguições dos
romanos. Ele codificou a cidade com a palavra Babilônia, que a Igreja primitiva
compreendeu ser Roma, a grande cidade do seu tempo. Assim, toda vez que o nome
Babilônia é mencionado no Apocalipse, é seguido por “a grande”. Veja outra vez
onde João identificou a “grande cidade” – que nos seus dias era Roma:
“E a
mulher que viste é a grande cidade que reina sobre os reis da terra” (Apocalipse
17:18)
De acordo com Apocalipse 17, a
grande Babilônia é vista reinando sobre reis e assentada sobre muitas águas,
que significa povos, línguas e nações, deixando explícito que seu governo era
sobre o mundo quase todo. Todos estes argumentos representam boas razões para
concluir que João fez referência a Roma, pois não sabemos de nenhuma outra
cidade que exerceu tanto poder sobre os povos antes de Cristo, na época de
Cristo e por volta do primeiro século até sua queda séculos depois.
Não se espera que Jerusalém, que
foi destruída pelos romanos em 70 d.C, pudesse ser a mesma metrópole vista em
Apocalipse, pois o texto diz que a mulher, a grande cidade, reina (está
reinando) sobre os reis da terra. Os judeus e Israel certamente não reinavam
sobre os reis da terra nesse tempo. Roma e os reis da terra não estavam
sujeitos aos judeus e a cidade santa. Muito pelo contrário, os judeus e sua
cidade foram alvos de Roma e seu imperador, o rei da terra habitada.
Portanto, a cidade que reinava
sobre os reis da terra, chamada de Sodoma e Egito, não tipifica Jerusalém, mas
sim Roma. Jerusalém tornou-se território romano – as mais altas autoridades
religiosas de Jerusalém, e todos os judeus em Jerusalém, como citei
anteriormente, chegaram a admitir que César fosse o seu rei (João 19:15). Roma
governava com mão de ferro sobre os judeus, por isso Jerusalém desaparece da
profecia, dando lugar a Roma que fez da cidade santa uma de suas províncias:
“Judeia
(Iudaea) foi o nome dado à província
do Império Romano, que se estabeleceu no território do Oriente Médio habitado e
governado anteriormente pelos judeus… Em 63 a.C., o general Pompeu conquista a
Judeia e anexa o território ao domínio romano… A administração do território é
entregue a governadores romanos da ordem equestre, chamados de prefeitos. Mais
tarde, serão também chamados de procuradores… Após a grande revolta de 68-70,
desapareceu qualquer resquício de autonomia, passando todos esses territórios a
constituírem a província romana da Judeia, desvinculada da província da Síria,
e administrada por procuradores imperiais” (Judeia,
província romana).
Mais detalhes no meu artigo: “Onde
nosso Senhor foi crucificado”
31) A Geração da volta de Jesus
Qualquer interpretação de que
“esta geração” é a geração dos discípulos implica dizer que os próprios
discípulos poderiam prever o tempo para qualquer momento num futuro próximo,
podendo usar os eventos de Mateus 24:4-28 para calcular e esperar o retorno de
Jesus dentro de uma geração – quarenta anos – que permitiria um período para se
preparar o que parece ser contrário a todo o propósito e ênfase do discurso do
Senhor.
Em outras palavras, os
discípulos são informados de que os desastres e perseguições de 24:4-14 não são
sinais do fim (24:6). Além disso, como poderia o preterista explicar a
contradição embutida nesse contexto se a grande tribulação é seguida
imediatamente pela volta de Jesus (24:29)?
Como poderia o Senhor, por um
lado afirmar que sua própria geração contemporânea veria o cumprimento de toda
a sua profecia e, por outro lado, apenas dois versos depois afirmar que nenhum
homem, nem ele mesmo, poderiam saber o tempo de Sua volta que deveria ocorrer
imediatamente LOGO APÓS as tribulações citadas em todo o contexto, desde o
verso quatro, que para o preterista aconteceu no ano 70 d.C?
Ou seja: por que ele não disse
que sua vinda ocorreria em 40 anos? Preteristas, por gentileza, vejam o que
realmente está acontecendo aqui: se o Senhor disse sobre a vinda dele que “do
dia e hora ninguém sabe”, como poderiam vocês afirmarem que essa vinda predita
foi a vinda do Senhor em julgamento sobre a Jerusalém de 70 d.C?
Vejam novamente o que Jesus diz:
“Quanto ao dia e à hora ninguém sabe, nem os anjos
dos céus, nem o Filho, senão somente o Pai”.
Portanto, se Jesus dissesse que
sua vinda se daria imediatamente após a derrubada de Jerusalém, estaria dizendo
com isto que tal evento também ocorreria naquela geração, contradizendo o que
ele próprio disse sobre não saber o dia nem a hora em que se daria o dia de Sua
volta. Insisto no questionamento, senhores preteristas: como ele poderia dizer
que o dia e a hora ninguém sabe e dizer ao mesmo tempo que viria logo depois da
tribulação daqueles dias, que para vossa escola de ensino é a tribulação de 70 d.C?
“E,
logo depois da tribulação daqueles dias… aparecerá no céu o sinal do Filho do
homem; e todas as tribos da terra [de
Jerusalém] se lamentarão, e verão o Filho do
homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória” (Mateus
24:29-30)
Vou me sentar para aguardar a
resposta...
32) Jesus veio e João ficou?
O preterista interpreta Mateus
24:30 dessa maneira: “Então aparecerá no céu o sinal
do Filho do homem; e todas as tribos da terra [de Jerusalém] se lamentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as
nuvens do céu, com poder e grande glória”.
O verso seguinte diz:
“E
ele enviará os seus anjos com rijo clamor de trombeta, os quais ajuntarão os
seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus”
João foi inegavelmente o último
apóstolo a morrer, mas ele, acompanhado de muitas outras pessoas deveria ter
sido “arrebatado juntamente com eles nas nuvens
para encontrar o Senhor nos ares” (1ª Tessalonicenses 4:17). Porém, se
todas essas coisas tiveram cumprimento em 70 d.C, significa que Jesus veio e
João ficou. Pobre João…
33) Nero, o anticristo dos preteristas
Segundo a teologia preterista a
grande tribulação já ocorreu em 70 d.C. Se assim foi, então a besta, que é o
anticristo, e o falso profeta passaram por este mundo e já foram lançados no
lago de fogo e enxofre. Isso mesmo, e não estou brincando não, está escrito bem
aqui:
Apocalipse 19:20 – E a besta foi
presa, e com ela o falso profeta… Estes dois foram lançados vivos no lago de
fogo que arde com enxofre.
Os dois foram lançados vivos no
lago de fogo logo após a queda de Jerusalém, que segundo os preteristas ocorreu
um capítulo antes. Os preteristas acreditam que o livro do Apocalipse é um
relato profético sobre as coisas que já foram cumpridas, e buscam por toda
parte, em registros históricos do primeiro século (principalmente em Josefo), e
em tudo que podem na tentativa de encontrar detalhes que possam provar o
cumprimento das profecias contidas neste livro.
Já disseram por aí que o
anticristo, também conhecido como “a besta”, era na verdade o imperador romano
Nero. No entanto, o imperador romano Nero não foi o anticristo como muitos
preteristas alegam. Não vou expor as fontes por falta de tempo e espaço, mas se
alguém quiser mesmo comprovar não será difícil reunir aqui uma centena delas.
Vamos ver se o anticristo foi
mesmo o imperador Nero; poderiam estas passagens sobre o anticristo, a besta, o
iníquo (2 Tess. 2:9), ser uma referência, não para um governante dos últimos
dias proféticos, mas uma referência ao imperador romano Nero?
2ª Tessalonicenses 2:8 diz:
“E
então o iníquo [que é um dos títulos atribuídos ao anticristo] será revelado, a
quem o Senhor Jesus matará com o sopro da sua boca e o destruirá com o
resplendor da Sua vinda” (NVI)
Jesus vai matar Nero na sua
vinda! Jesus já veio? Como a Bíblia diz, o iníquo, o anticristo, será destruído
por Cristo. Quando isso vai acontecer? Observe o versículo novamente:
“E
então o iníquo será revelado, a quem o Senhor Jesus matará com o sopro da sua
boca e o destruirá com o resplendor da Sua vinda”
A Bíblia ensina que esse iníquo,
o anticristo, será levado a termo pelo próprio Senhor em sua “vinda”. Bem, este
versículo apresenta alguns problemas sérios para os preteristas.
Como assim?
Isso não ocorreu com Nero!
Para quem está familiarizado com
a história do primeiro século, sabe que Nero se suicidou aos 31 anos de idade,
cortando sua própria garganta (Fonte: Uma
adaga em sua garganta, Suetônio – c. 69 – c. 140, A Vida dos Doze Césares).
Longe de ser consumido pelo
sopro de Cristo na sua vinda, Nero tirou a própria vida.
Isso não é tudo.....
Nero cometeu suicídio dois anos
antes da destruição de Jerusalém!
Os preteristas (os parciais
incluídos) acreditam que a profecia de Jesus sobre sua vinda em Mateus 24 foi
cumprida em 70 d.C, espiritualmente. Mas Nero comete suicídio em junho de 68 d.C,
dois anos antes do ano 70 d.C, ano em que Jesus veio(?). A verdade é que o
suicídio de Nero, dois anos antes da destruição de Jerusalém, está longe de ser
um cumprimento do que 2ª Tessalonicenses 2:8 diz que vai acontecer com o
anticristo.
Existem alguns outros problemas
insuperáveis quando se trata do ensino aberrante de que Nero era o anticristo.
Daniel 9:27 diz que o príncipe
que há de vir, uma referência do Antigo Testamento para o futuro líder mundial,
faria um pacto de sete anos relativos a Israel. Nero nunca fez nenhuma aliança
desse tipo; segundo muitos interpretes das Escrituras, II Tessalonicenses 2:4
diz que esse futuro líder mundial vai ter “seu
assento no templo de Deus, apresentando-se como sendo Deus”. Isso nunca
aconteceu. Nero jamais esteve em Jerusalém!
2ª Tessalonicenses 2:3-4:
“Ninguém
de maneira alguma vos engane; porque não será assim [a Vinda de Jesus] sem que
antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição,
O qual se opõe, e se levanta contra tudo o que se chama Deus, ou se adora; de
sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus”
Paulo está afirmando aqui que
esse homem do pecado tem que se levantar antes da vinda do Senhor, o que fica
impossível concluir como sendo um personagem que viveu vinte séculos atrás e
que não foi destruído pelo próprio Cristo, pois a profecia diz que esse
indivíduo será “destruído com o resplendor da Sua
vinda” (2Ts 2:8). Ainda não ocorreu – Jesus não veio!
34) “Bendito o que vem em nome do Senhor“
“Porque
eu vos digo que desde agora me não vereis mais, até que digais: Bendito o que
vem em nome do Senhor” (Mateus 23:39)
Se os preteristas concordam que
essa vinda de Jesus ocorreu na destruição de Jerusalém, então se preparem para
provar com evidências concretas a profecia citada acima. Que revirem a história,
a Bíblia, documentos extra-bíblicos; que busquem onde achar melhor. Certamente
os judeus não clamaram dessa forma enquanto Tito e seu exército estavam
destruindo seu templo e a cidade, e levando suas mulheres e filhos para a
escravidão!
Como Jesus, o apóstolo Paulo
também previu um dia em que toda a nação de Israel se arrependerá:
Romanos 11:26 – “E assim será
salvo todo o Israel, como está escrito: De Sião, o Libertador virá, e desviará
de Israel a impiedade“
Assim fez o profeta Zacarias:
Zacarias 12:10 – “Mas sobre a
casa de Davi, e sobre os habitantes de Jerusalém, derramarei o Espírito de
graça e de súplicas; e olharão para mim, a quem traspassaram; e pranteá-lo-ão
sobre ele, como quem pranteia pelo filho unigênito; e chorarão amargamente por
ele, como se chora amargamente pelo primogênito”
Jesus, Paulo e Zacarias,
portanto, não devem ter tido 70 d.C em mente, mas sim um dia em que Jesus será
finalmente reconhecido como o Messias pelos judeus. E esse dia será o dia da
sua vinda: “Bendito aquele que VEM em nome do
Senhor”, o que ainda não ocorreu.
35) “Sereis odiados de todas as nações”
O preterista declara que há uma
indicação no contexto do discurso do monte das Oliveiras demonstrando
claramente que Jesus estava se referindo à geração dos apóstolos quando
declarou: “Em verdade vos digo que essa geração não
passará sem que todas essas coisas aconteçam” (Mt 24:34). O preterista
também considera que em Marcos 13:13, nas palavras “e
sereis odiados de todos os homens por causa do meu nome; mas aquele que
perseverar até o fim, esse será salvo”,
há uma referência aos apóstolos. Ou
seja, esta geração, portanto, deve incluir os apóstolos e os contemporâneos dos
apóstolos, mais ninguém.
Porém, não devemos também
esquecer que o discurso de Mateus 24 foi provavelmente falado em particular
para apenas quatro discípulos. Veja Marcos 13:3: “E,
estando ele assentado sobre o monte das Oliveiras, diante do templo, Pedro,
Tiago, João e André perguntaram-lhe em particular…”. Para quem
foi o discurso, apenas para eles? Observe o que Jesus falou para os quatro: “Então vos hão de entregar para serdes atormentados, e
matar-vos-ão; e sereis odiados de todas as nações por causa do meu nome”
(Mateus 24: 9).
Se o preterista estiver certo,
esses quatro homens suportariam o grande infortúnio de serem odiados por todas
as nações!
Mesmo se Jesus respondeu a esta
pergunta privada para que todos os doze de seus discípulos pudessem ouvi-la, a
ideia ainda é extremamente difícil de imaginar. Em 70 d.C, o evangelho ainda
não havia se espalhado por todas as nações, incluindo as nações indianas das
Américas e as nações orientais; como então todas as nações poderiam ter odiado
os discípulos? Esta conclusão dificilmente crível, que decorre da afirmação do
preterista, deixa claro que pela palavra “vos” Jesus tinha todos os Seus
seguidores ao longo da história em mente, não apenas os doze discípulos ou a
geração do seu tempo.
36) Roma ou Jerusalém?
O preterismo acusa Jerusalém de
ser a Grande Meretriz que aparece em Apocalipse 17. Consequentemente, Jerusalém
passa a ser o alvo do julgamento de Deus. Porém, será mesmo isso verdade? Faça
sua própria análise, caro leitor...
37) “Admira-me que tão depressa…”
Um recurso preterista para
tentar explicar uma rápida apostasia para CINCO daquelas igrejas descritas em
Apocalipse é usar Gálatas 1:6, que diz: “Admira-me
que estejais passando tão depressa daquele que vos chamou na graça de
Cristo para outro evangelho”. A deficiência da Igreja da Galácia não
pode ser comparada à apostasia apresentada pelas igrejas do Apocalipse. Os gálatas
estavam voltando aos rudimentos da lei (Gl 4:6).
A linguagem de Paulo aos gálatas
é bem mais branda e familiar; ele lembra Abraão e sua fé, fala de Sara, faz
menção da Jerusalém celestial como mãe, passa por Jesus atestando que ele foi “nascido de mulher, nascido sob a lei” (Gl 4:4);
diz aos Gálatas que “Deus enviou aos vossos
corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai” (v.5)
lembrando-lhes que eles “eram filhos e herdeiros de Deus por Cristo” (v.7).
Ele diz ainda que eles conheciam a Deus (v.8), e chama a deficiência da igreja
de rudimentos fracos e pobres. Eles “guardavam
dias, e meses, e tempos, e anos” (v.10). O tom de Paulo é completamente
diferente do tom de Jesus através da pena de João. Por outro lado, Paulo esta
perplexo com a “queda” deles, que aconteceu num tempo muito curto:
“Admira-me
que estejais passando tão depressa daquele que vos chamou na graça de Cristo
para outro evangelho” (Gálatas 1:6)
Atente para a expressão ME
ADMIRA que tão depressa – isso indica uma anormalidade.
Uma igreja apenas se desvia para
outro evangelho e o apóstolo está admirado com a rapidez dessa “apostasia”. E
cinco igrejas? Todas as sete igrejas, exceto Esmirna e Filadélfia, haviam se
degenerado consideravelmente e isso não ocorreu “tão depressa”. A natureza cumulativa do erro aponta fortemente na
direção de um intervalo de tempo consideravelmente longo. Essa é mais uma
evidência de que o livro de Apocalipse foi escrito depois da destruição de
Jerusalém!
38) A Igreja de Tiatira
É importante lembrar o contato
de Paulo com pessoas dessa cidade anunciando-lhes o evangelho e batizando toda
família, como vemos em Atos 16:14-15. Isso ocorreu perto do ano 58 – estava se
formando ali uma igreja, provavelmente um pequeno grupo que reunia-se numa casa
de família. No entanto, se atentamos para a cronologia preterista, devemos
acreditar que alguns poucos anos depois (62-63) João escreve uma carta para
essa igreja que, inexplicavelmente, já mostrava sinais de corrupção:
“Tenho
contra ti que toleras Jezabel, mulher que se diz profetisa, ensinar e enganar os
meus servos, para que se prostituam e comam dos sacrifícios da idolatria. E
dei-lhe tempo para que se arrependesse da sua prostituição; e não se
arrependeu. Eis que a porei numa cama, e sobre os que adulteram com ela virá
grande tribulação, se não se arrependerem das suas obras. E ferirei de morte a
seus filhos, e todas as igrejas saberão que eu sou aquele que sonda os rins e
os corações. E darei a cada um de vós segundo as vossas obras” (Apocalipse
2:20-23)
Jezabel não havia apenas subido
a um lugar de influência em Tiatira, mas também já havia sido dado a ela tempo
de se arrepender. Ou seja, Jezabel entrou na igreja, foi aceita, enganou
muitos, foi descoberta, lhe deram tempo para que se arrependesse, mas ela não
se arrependeu. Temos que pegar tudo isso e encolher colocando dentro de, no
máximo, quatro anos. Não seria possível um desvio dessa magnitude numa igreja
recém fundada.
Como foi visto em outro tópico,
entendemos que, se seguimos a datação preterista para o aprisionamento do apóstolo
João, devemos concluir que as cartas redigidas por ele às sete igrejas foram
escritas entre 62 e 64, o que deixa um espaço curtíssimo demais para a
sequência negativa que encaixa a condição de uma igreja que foi fundada quase
no ano 60 de nossa era. Em outras palavras, temos apenas pouquíssimos anos de
vida da igreja para que nela se manifestassem pontos negativos pervertidos ao
extremo.
A falsa profetiza Jezabel
conseguiu infiltrar-se na congregação, ser aceita, tolerada e levar todos ao
engano:
“Tenho contra ti que toleras Jezabel,
mulher que se diz profetisa, ensinar e enganar os meus servos, para que se
prostituam e comam dos sacrifícios da idolatria…”
Obviamente isso não aconteceu da
noite para o dia. Se a igreja foi fundada perto de 60 d.C, e João escreveu-lhes
e enviou esta pequena carta até 63 d.C, devemos concluir que Jezabel trabalhou
rapidíssimo. Mas isso não é tudo, pois dentro desse tempo estreito ao extremo,
devemos também encaixar o tempo que foi dado a ela para que se arrependesse:
“… E dei-lhe tempo para que se arrependesse
da sua prostituição…”
Mais impossível seria explicar
que dentro desse curto espaço ainda ocorreu o tempo de espera para que ela
respondesse a advertência, o que fez de forma negativa, não se arrependendo:
“… e não se arrependeu…”
Isso nos leva a concluir que
toda essa ação maléfica dentro da igreja levou um tempo consideravelmente longo
para ocorrer, do seu início até o alerta que o Senhor Jesus envia através da
carta de João. Portanto, temos aqui mais uma referência nas cartas as sete igrejas
como prova contra a tese de que Apocalipse tenha sido escrito antes de 70 d.C.
Se Apocalipse não foi escrito antes da destruição de Jerusalém, todo o
argumento católico preterista vira farelo.
39) Os que vieram da grande tribulação
Se for reunir aqui as afirmações
dos preteristas sobre quando ocorreu a grande tribulação eu poderia me ocupar
durante horas. Eles simplesmente ensinam que a grande tribulação teve lugar na
destruição de Jerusalém em 70 d.C. Veja o que afirma um destes apologistas:
Há mártires em Apocalipse 7:14.
Se Apocalipse é um livro que trata da guerra entre judeus e romanos, como
afirma o preterismo, então esses mártires foram
assassinados pelo exército romano na invasão da cidade. Mas não podemos
parar aqui, pois mais cristãos são vistos sendo perseguidos em Apocalipse 12:17
e 13:7, os quais “o dragão e a besta fazem guerra”
(12-17), que são “aqueles que guardam os
mandamentos de Deus e o testemunho de Jesus Cristo”, os quais – os preteristas são obrigados a admitir
– são vitimas do exército romano em 70 d.C.
Ao lermos o contexto imediato de
Apocalipse 7:13-14, vemos que os tais santos são os
“mortos por amor da palavra de Deus e por amor do testemunho que deram” (6:9-11).
E com um detalhe assombroso. Veja de onde muitos deles vêm: “Estes são os que vieram da grande tribulação” (Ap
7:14). Eles não podem ser vitimas do exército romano, pois a história registra
que os cristãos fugiram de Jerusalém muitos anos antes de sua destruição, e que
o castigo impetrado foi contra os judeus rebeldes. A igreja primitiva de
Jerusalém fez seu êxodo para a cidade de Pella como registrado por Eusébio em
sua História Eclesiástica 3.5.3:
“E
não apenas eles. Também o povo da igreja de Jerusalém, por seguir um oráculo
enviado por revelação aos notáveis do lugar, receberam a ordem de mudar de
cidade antes da guerra e habitar certa cidade da Peréia chamada Pella. Tendo os
que creram em Cristo emigraram até lá desde
Jerusalém, a partir deste momento, como se todos os homens santos tivessem
abandonado por completo a própria
metrópole real dos judeus e toda a região da Judeia, a justiça divina alcançou
os judeus pelas iniqüidades que cometeram contra Cristo e seus apóstolos, e
apagou dentre os homens toda aquela geração de ímpios“
Não podemos ignorar também que a
Bíblia registra um êxodo anterior – parcial – para fora de Jerusalém pela igreja
por causa da perseguição impetrada contra os cristãos: “E
também Saulo consentiu na morte dele. E fez-se naquele dia uma grande
perseguição contra a igreja que estava em Jerusalém; e todos foram dispersos
pelas terras da Judeia e de Samaria, exceto os apóstolos” (At 8:1). Logo,
estes mártires descritos como vindos da grande tribulação não podem ser
oriundos da Igreja primitiva. A grande tribulação não diz respeito à destruição
de Jerusalém.
40) O grande dia da ira do Cordeiro
Falo sério, não pense que estou
blefando: os preteristas garantem que o grande dia da ira do cordeiro já
ocorreu na grande tribulação que se abateu sobre Jerusalém em 70 d.C. Por esse
motivo eu gostaria de terminar essa seção com algo que já foi apresentado anteriormente.
É de muita relevância, pois demonstra como o preterismo é extremamente
contraditório. Falo de Apocalipse 6:15-17. E, para ser honesto contigo amigo
leitor, nem posso imaginar como os preteristas interpretam a passagem
aplicando-a em qualquer evento que tenha ocorrido antes da destruição de
Jerusalém. Observe que o contexto necessita ter uma interpretação literal:
“E
os reis da terra, e os grandes, e os ricos, e os tribunos, e os poderosos, e
todo o servo, e todo o livre, se esconderam nas cavernas e nas rochas das
montanhas; e diziam aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós, e escondei-nos do
rosto daquele que está assentado sobre o trono, e da ira do Cordeiro; porque é
vindo o grande dia da sua ira; e quem poderá subsistir”
Onde, no primeiro século durante
o cerco de Jerusalém se vê “reis da terra”, “grandes
homens, homens ricos, chefes militares e todo escravo e todo livre”, se
escondendo nas cavernas e nas rochas das montanhas, gritando: “Esconde-nos da ira do Cordeiro” (Ap 6:16)?
A ira do exército romano não é a
ira do Cordeiro, nem foi visto em uma escala descrita nas profecias do tempo do
fim. O “dia do Senhor” é inaugurado com sinais catastróficos em todo o mundo.
Isso não aconteceu no primeiro século.
As contradições do preterismo
ainda não terminaram. Elas são muitas...
Por: Alon Franco.
- Siga-me no Facebook para estar por dentro das atualizações!
- Baixe e leia os meus livros clicando aqui.
- Acesse meu canal no YouTube clicando aqui.
ATENÇÃO: Sua colaboração é importante! Por isso, se você curtiu o artigo, nos ajude divulgando aos seus amigos e compartilhando em suas redes sociais (basta clicar nos ícones abaixo), e sinta-se à vontade para deixar um comentário no post :)
64 comentários:
Fique à vontade para deixar seu comentário, sua participação é importante e será publicada e respondida após passar pela moderação. Todas as dúvidas e observações educadas são bem-vindas, mesmo que não estejam relacionadas ao tema do artigo, mas comentários que faltem com o respeito não serão publicados.
*Comentários apenas com links não serão publicados, em vez disso procure resumir o conteúdo dos mesmos.
*Identifique-se através da sua conta Google de um modo que seja possível distingui-lo dos demais, evitando o uso do anonimato.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Lucas, o que dizer desse vídeo. Pelo menos dessa vez o sujeito foi civilizado:
ResponderExcluirhttps://youtu.be/Zty11jmh-no
Só de olhar pra cara desse sujeito me dá nojo, não dá pra continuar assistindo tanta escrotidão. TODOS os argumentos católicos sobre o cânon que já vi na minha vida já foram completamente demolidos nestes vários artigos que já publiquei sobre o tema:
Excluirhttp://apologiacrista.com/desmascarando-os-livros-apocrifos-p12
http://apologiacrista.com/desmascarando-os-livros-apocrifos-p2
http://heresiascatolicas.blogspot.com.br/2017/03/respostas-rapidas-mitos-catolicos.html
http://apologiacrista.com/dialogo-entre-evangelico-e-catolico-sobre-o-canon
http://heresiascatolicas.blogspot.com.br/2013/06/os-judeus-e-o-canon-veterotestamentario.html
http://heresiascatolicas.blogspot.com.br/2014/02/o-canon-biblico-dos-judeus.html
http://heresiascatolicas.blogspot.com.br/2013/06/heresias-lendas-mitos-e-absurdos-nos.html
http://heresiascatolicas.blogspot.com.br/2015/02/o-demonio-do-amor.html
http://heresiascatolicas.blogspot.com.br/2012/08/os-livros-apocrifos-admitem-que-sao.html
http://apologiacrista.com/refutando-o-catolicismo
http://heresiascatolicas.blogspot.com.br/2015/10/lutero-retirou-sete-livros-da-biblia.html
http://heresiascatolicas.blogspot.com.br/2015/10/a-lenda-do-canon-alexandrino.html
Se você acha que existe um argumento específico, que você considera pertinente, e que não discuti nos artigos acima, sinta-se livre para resumir isso.
Anônimo, coloque o título do video junto com o link!
ExcluirCivilizado nada...nos primeiros minutos do vídeo ele da língua em sinal de deboche...esse gordo é muito patético, tenta desmerecer qq um que não seja católico como se ele fosse o santao. Conde LoPeppa de Vilanueva!
ExcluirAté hoje me pergunto se é masoquismo ou ignorância assistir - ou melhor, perder tempo - com esses vídeos. :(
ExcluirAvalie: https://youtu.be/MRKL3tgWp-g
ExcluirEu acho que você poderia respondê-lo. Ele não é uma pessoa burra. Ele tem uma certa leitura; porém, o problema dele está na forma como
Excluirse comporta. É isso que eu acho.
Respeito sua opinião, mas discordo completamente. Ele é burro sim. Burro e desonesto. Consegue ser mais burro do que esses blogueiros católicos toscos por aí (Fernando Nascimento, Rafael, Macabeus e etc). Já admitiu que não lê nem os livros que usa de enfeite de cenário atrás dele e que os tem "somente para consulta". O fato de ter um número relativamente expressivo de seguidores que dão moral a ele e o consideram "intelectual" só é um reflexo do quão atrasado, ignorante e estúpido este país ainda é. Em qualquer país minimamente sério um cidadão desses não teria nenhum holofote, mas aqui somos mestres em dar ibope pra gente sem cultura, formação ou educação, e pra basicamente qualquer charlatão que falsifica um conhecimento que não tem. Tudo o que diz são repetições tacanhas de sofismas católicos inventados muito antes dele, e clichês antiprotestantes com o acréscimo de palavrões. É totalmente nulo de conteúdo sério e nunca cita fontes para nada que diz. Não é à toa que o sujeito não tem nenhuma formação nem em história e nem em teologia, nota-se que é inteiramente incapaz de redigir um texto acadêmico ou de ser levado a sério academicamente. É apenas um remanescente de um fanatismo grosseiro de um passado distante, mas recorrente em pleno século XXI, que não merece resposta e nem atenção.
ExcluirEntendo a sua posição, Lucas. Sobre a formação acadêmica dele, parece que ele é formado em direito (não exerce a profissão) e possuí especialização em história.
ExcluirDizem que ele ficou em último lugar (literalmente) em um concurso que prestou, se não me engano foi o Elisson ou o Thiago Dutra que postaram sobre isso (com provas) há um tempo atrás. Na única vez que ele fez um vídeo falando sobre o que fez nesses 40 anos disse que era "caminhoneiro", o que eu acho estranho, já que caminhoneiro nenhum tem tempo pra postar videozinho no youtube todo dia (e no mesmo lugar). Todo mundo sabe que ele é bancado pela vovó e pela mamãe, o que não seria algo ruim se ele não tivesse mais de 40 anos.
ExcluirVerdade.
ExcluirEXCELENTE ARTIGO ! MINHA ORAÇÃO E VONTADE É QUE NA PRÓXIMA DÉCADA DEUS LEVANTE MAIS UMAS 50 PESSOAS COMO VCS PARA A DEFESA DO REINO DE DEUS! LUCAS VOCÊ TEM ALGO SOBRE AS FÁBULAS JUDAICAS NAS PREGAÇÕES E CULTURA EVANGÉLICAS ?
ResponderExcluirNão tenho artigo ainda sobre isso, mas agradeço a sugestão!
ExcluirAlguns argumentos que usam para dizer que 1964 não foi ditadura:
ResponderExcluir1) "Que ditadura é essa que começa sem violência?"
2) "Tinha todo um sistema complexo de eleição para presidente, ao contrário de Pinochet e ditaduras comunistas. As eleições eram indiretas, mas isto não é nescessariamente ruim. No Reino Unido a eleição de primeiro ministro é pelo parlamento e não pelo povo"
3) "Tinha oposição, que ditadura tem oposição?"
4) "Aqueles guerrilheiros queriam impor uma ditadura comunista, e não restaurar a democracia. Portanto mereceram ser presos, mortos e torturados"
1) "Que ditadura é essa que começa sem violência?"
ExcluirEu não definiria tanque de guerra nas ruas como algo muito pacífico.
2) "Tinha todo um sistema complexo de eleição para presidente, ao contrário de Pinochet e ditaduras comunistas. As eleições eram indiretas, mas isto não é nescessariamente ruim. No Reino Unido a eleição de primeiro ministro é pelo parlamento e não pelo povo"
Na Venezuela de Maduro também existem eleições, e nem por isso o regime deles é democrático. O fato de um militar substituir outro militar na sucessão presidencial não era coincidência e muito menos porque o povo os colocou ali, mas porque os militares controlavam as diretrizes políticas da nação.
3) "Tinha oposição, que ditadura tem oposição?"
Esse argumento é muito sem-vergonha, os militares fecharam o Congresso diversas vezes para que o mesmo não aprovasse pautas divergentes das deles ou recusasse a aprovação de alguma medida ditatorial imposta unilateralmente; além disso, fecharam e proibiram inúmeros partidos já existentes, permitindo apenas um de "oposição", que na verdade era uma oposição controlada (MDB). Sem falar que o próprio sistema eleitoral da época era mais complexo do que hoje e feito na intenção de dificultar ao máximo a eleição de alguém que não fosse do partido dos militares.
4) "Aqueles guerrilheiros queriam impor uma ditadura comunista, e não restaurar a democracia. Portanto mereceram ser presos, mortos e torturados"
O problema é que havia censura para muito além de "guerrilheiros comunistas". E como sempre digo, se os militares estavam contra o comunismo, não havia NENHUMA chance real de um "golpe comunista" em 1964, pois em nenhum lugar do mundo uma ditadura comunista se estabeleceu sem o apoio dos militares. Já está mais do que provado que esse discurso de que o golpe militar foi "para impedir outro golpe" é nada a mais que uma fantasia.
Outros que eu também ouvi:
Excluir5) "Bipartidarismo não é nescessariamente ruim"
6) "Foi uma exigência dos povo"
7) "Deu grandes avanços econômicos ao país, na época tinha segurança e todo mundo podia comprar arma a vontade"
8) "Comunismo tem que ser proibido mesmo, assim como o nazismo é"
Avalie: https://youtu.be/dhNudpl0HWA
Excluir5) "Bipartidarismo não é nescessariamente ruim"
ExcluirQuando dentro dos dois partidos existem segmentos que expressam todos os pontos de vista políticos, não é ruim. Mas quando se fecha os outros partidos na base da força e não se admite oposição verdadeira, mas somente um partido de oposição controlada, é bastante ruim sim.
6) "Foi uma exigência dos povo"
Foi uma exigência do povo que os militares ficassem mais de vinte anos no poder?
7) "Deu grandes avanços econômicos ao país, na época tinha segurança e todo mundo podia comprar arma a vontade"
Esse avanço econômico durou pouco tempo (o chamado "milagre econômico"), depois disso tudo o que os militares deixaram foi uma inflação galopante, juros flutuantes e uma dívida externa monstruosa. Sim, foram realizadas importantes obras de infraestrutura também, afinal de contas seria impossível ficarem mais de vinte anos lá e não fazerem nada.
8) "Comunismo tem que ser proibido mesmo, assim como o nazismo é"
Mesmo que eu concordasse com essa afirmação (o que eu discordo, pra mim o comunismo tem que ser derrotado na base dos argumentos e conscientizando a população, e não agindo como os militares fizeram, o que só acaba aumentando o número de comunistas mediante o vitimismo e a militância), isso ainda não mudaria as coisas, já que a censura ia muito além de quem era realmente comunista. Havia perseguição a comunistas, mas perseguições também a qualquer um que discordasse do regime em voz alta e era automaticamente atrelado ao comunismo e então censurado, torturado ou coisa pior. Essa neurose de ver comunismo em todo lugar era na verdade um meio para se calar qualquer tipo de oposição mediante o rótulo de "comunista", da mesma forma que os esquerdistas fazem com os direitistas de hoje, chamando todos os que discordam deles de "fascistas", indiscriminadamente.
Primeiro foram os monarquelhos, agora as viúvas da ditadura, Banzoli você é bastante inteligente, espero que você fique a cada ano mais sábio e passe a sua sabedoria adiante. Deus te abençoe e te dê muita inteligência e sabedoria nesta vida. Abraços
ExcluirComplicado mesmo, hoje em dia tem doido pra tudo, qualquer coisa vira modinha e ganha adeptos entre o povo sem estudo, que está disposto a defendê-las com unhas e dentes, como se fossem "salvar o Brasil" de sei lá o que. Não conheço nenhum país que seja tão facilmente levado para qualquer novidade defendida no youtube e facebook, tem coisas que é só no Brasil mesmo...
ExcluirAbs!
Verdade, e o povo ainda fica falando mal dos políticos e ficam protestando contra a corrupção, de que adianta protestar contra a corrupção e a esquerda sendo que foram eles que votaram neles. Enfim espero que algum dia o povo abra a mente e começe a votar direito, não precisamos de monarquia, nem de ditadura militar e nem de socialismo, é só votar direito e fiscalizar o político que votou, uma solução tão simples.
ExcluirExato, os países desenvolvidos de primeiro mundo que existem não se tornaram desenvolvidos desse jeito aderindo a pautas extremistas e radicais, revolucionárias ou ditatoriais. Apenas mantiveram um capitalismo sem muita intromissão do governo e o resto andou por si só. A política deveria servir apenas para não atrapalhar, e não para ficar criando soluções mágicas e malucas que só vão retardar o processo (e "retardar" o povo também...).
Excluirhttps://youtu.be/TYfoNq3YHfY
ResponderExcluirÉ possível que ainda existam os gigantes nos dias de hoje?
Gigantes existem, mas não exatamente por causa desse vídeo. O cara estava ao lado de uma criança ao que parece, por isso parece tão alto, mas se estivesse ao lado de uma pessoa adulta não iria parecer mais do que um homem grande comum (meu irmão por exemplo tem 2 metros e não é um "gigante", até onde eu sei). Veja essa matéria abaixo que mostra provas reais de gigantes reais:
Excluirhttp://arqbib.atspace.com/gigante.html
Lucas só por curiosidade, qual é a sua altura? Eu tenho 18 anos e tenho 1,83. Por favor não leve a mal
ExcluirTenho 25 anos e 1,86.
ExcluirNova religião catolicismo+ marxismo politeísmo africanismo
ResponderExcluirhttps://www.youtube.com/watch?v=2-PJqzuBA_g
Apocalipse 12; Eu vi uma mulher, mulher que vinha da roça das periferias das cidades...Nao escravize terra a mata e arvores! amem axe awere aleluia
Caminhada dos Mártires
https://www.youtube.com/watch?v=5DNjmg3nYnQ
Coisa nojenta esta gente completamente louca
Tudo louco.
ExcluirLucas é verdade que a ICAR mandou destruir a bíblia?Por que lendo os escritos patrísticos percebi que que não é bem assim devido que nos primeiros séculos os livros foram preservados pelos monges nos monastérios e o que a ICAR condenou foram os livros copiados a mão de forma adulterada como foram os albigenses,valdenses,a bíblia alemã de Lutero que colocou uma palavra que não estar no original a palavra SOMENTE PELA FÉ?Os católicos afirmam que na idade média não existia livros em massa para serem distribuídos a população pelo simples fato de não existir a invenção da imprensa que só ocorreu no século XV e os cristãos refletiam nas imagens o evangelho de Cristo e da doutrina apostólica devido ao seu analfabetismo medieval...isso corresponde a realidade antiga Lucas?
ResponderExcluir1) Mostre-me aqui a "adulteração" da Bíblia valdense, me fazendo o favor.
Excluir2) A tradução de Lutero não era uma tradução ipsis litteris, mas de acordo com o sentido do texto, em que "somente a fé" expressa muito bem, já que o texto fala que somos justificados pela fé E NÃO por obras. Se é um e não o outro, então é somente aquele. Isso é tão simples quanto somar dois com dois, só papista burro polemiza com isso. Tanto é que já havia dezenas de Bíblias antes de Lutero traduzindo do mesmo jeito, com o "somente" na passagem (e Bíblias católicas, diga-se de passagem).
3) Seu argumento em relação à imprensa é completamente inútil e irrelevante porque a ICAR continuou proibindo a Bíblia em vernáculo para as mãos dos leigos mesmo depois da criação da imprensa.
4) O analfabetismo medieval era culpa da própria Igreja que fazia questão que o povo ficasse na ignorância porque assim era muito mais fácil controlar o gado. É por isso que depois da Reforma os países protestantes foram de longe os primeiros a superarem o analfabetismo.
"Os protestantes acreditavam que o maior número possível de pessoas, homens ou mulheres, deviam ler a Bíblia, e isso levou à abertura de mais escolas que ensinassem a ler e a escrever. O índice de alfabetização das mulheres começou a crescer progressivamente. A Prússia, uma base luterana, tornou a educação obrigatória para meninos e meninas em 1717. Na cidade holandesa de Amsterdã, em 1780, uma extraordinária proporção de 64% das noivas assinaram a certidão quando se casaram, enquanto as outras desajeitadamente marcaram uma cruz no lugar onde deveria estar a assinatura, em sinal de consentimento. Na Inglaterra, cerca de 1% das mulheres sabia ler no ano 1500, mas esse número havia aumentado para 40% em 1750. Somente mais tarde os países católicos acabaram seguindo essa tendência revolucionária" (BLAINEY, Geoffrey. Uma breve história do mundo. 1ª ed. São Paulo: Fundamento Educacional, 2010, p. 189)
Pergunta bastante capciosa. Quando se diz "mandou destruir a bíblia" passa-se o entendimento de que mandou destruir todas as bíblias. Isso não é verdade. Eles mandaram destruir as bíblias que não estavam em sua posse, porque poderia ocorrer de alguém ler e perceber que estão pregando coisas diversas da Bíblia. O movimento protestante se deu exatamente por isso.
ExcluirOutra parte capciosa da pergunta dele é a que ele diz que leu isso nos "escritos patrísticos", sendo que não há nada na patrística que diga as coisas que ele abordou aí, na verdade elas são de um período bem posterior à patrística. Na verdade ele leu em um site católico porco qualquer e em vez de admitir isso preferiu dizer que ele próprio "leu na patrística"...
ExcluirLucas, se a graça vem de Deus, como entender Genesis 6:8, Noé tinha graça em si?
ResponderExcluirAbs!
"A Noé, porém, o Senhor mostrou benevolência" (Gênesis 6:8)
ExcluirNoé não tinha graça em si, Deus que mostrou benevolência (ou graça, como outras traduções vertem) a ele.
Abs!
Lucas, é verdade que a igreja luterana venera santos?
ResponderExcluirNão:
Excluirhttp://www.luteranos.com.br/textos/maria-e-os-santos
Roland de Vaux é confiável?
ResponderExcluirSim, na verdade ela é um dos autores com mais autoridade em seu campo, quando fiz minha monografia era uma exigência usá-lo.
ExcluirLucas estou pensando em comprar livro sobre historia igreja
ResponderExcluirQual você recomenda?
Você se refere à história da Igreja a partir da Reforma, ou uma geral desde o primeiro século?
ExcluirGeral deste começo, andei pesquisando encontrei estes
Excluirhttps://vidanova.com.br/385-box-historia-ilustrada-cristianismo.html
https://store.leitorgospel.com.br/historia-da-igreja.html?gclid=CjwKCAiAoNTUBRBUEiwAWje2lqkVNnFZi0ryEM7seWsxlYHXGeDcZiGNCfldL__LZkYuP3eZfGe7yBoC43oQAvD_BwE
https://casadabibliaonline.com/livro-a-historia-da-igreja-vol-i-3980/p
Estes livros são bons?
O primeiro é bem reputado, os outros dois eu não conheço. Eu lhe recomendo o "História da Igreja Cristã", em dois volumes, de Williston Walker, o "O Cristianismo através dos séculos: uma história da igreja cristã", de Earle Edwin Cairns, o "História do Cristianismo em Esboço", de Zaqueu Moreira de Oliveira, o "História da Igreja Cristã", de Robert Hastings Nichols, e o "História da igreja e evangelismo brasileiro", de Saulo de Melo.
ExcluirPS: o do Oliveira e o do Nichols são livros que apresentam tudo de forma clara e resumida, e fácil de se entender, eu diria que são os melhores para iniciantes.
Valeu muito obrigado
Excluir"E a haste da sua lança era como o eixo do tecelão, e a ponta da sua lança de seiscentos siclos de ferro, e diante dele ia o escudeiro." (1 Samuel 17:7)
ResponderExcluirLucas nessa passagem diz que a haste da lança de Golias era como eixo de tecelão. O que era o eixo de tecelão?
Para ser sincero eu não faço a menor ideia de como era um eixo de tecelão da época, foge totalmente da minha esfera de conhecimento. Pelo contexto torna-se claro que o propósito era acentuar o fato de que Golias não apenas era maior que os outros guerreiros, mas também muito melhor equipado e protegido que os demais. O resto são detalhes.
ExcluirEu estive olhando na versão NVI, e a mesma diz o seguinte:
Excluir"A haste de sua lança era parecida com uma lançadeira de tecelão, e sua ponta de ferro pesava sete quilos e duzentos gramas. Seu escudeiro ia à frente dele" (1 Samuel 17:7)
Como a ponta da lança pesava sete quilos e duzentos gramas, então a sua haste devia ser muito grande e grossa, pois, caso contrário, a lança, quando jogada, não iria muito longe, pois seria desproporcional. Então esse eixo de tecelão provavelmente era algo extremamente grande e grosso. Uma lança normal, cuja ponta não chega nem a 1kg, tem uma haste de 1,50 metros ou 2 metros, imagine o tamanho da haste de uma lança cuja ponta tem sete quilos e duzentos gramas. Devia ser enorme.
Verdade, mas pelo enorme tamanho dele não seria difícil aguentar uma lança tão grande e pesada assim.
ExcluirLucas, me explica uma coisa, o devorador descrito em Malaquias 3:11 é um demônio que atua na saúde e nas finanças dos nãos dizimistas? Sua explicaçâo esegética. Obrigado!
ResponderExcluirNa verdade o "devorador" do texto era o gafanhoto, que destruía os frutos do campo (naquela época a economia era fundamentalmente agrária). Por isso a NVI traduz por "pragas que devorem as suas colheitas". Claro que isso era uma aplicação naquele contexto para os judeus da antiga aliança, não significa que hoje em dia um cristão que viva no campo e não dizime vá ser atacado por gafanhotos em sua colheita. Você pode ver explicações exegéticas sobre isso aqui:
Excluirhttp://biblehub.com/malachi/3-11.htm
E sobre o verso 10:
http://biblehub.com/malachi/3-10.htm
Abs.
Lucas podemos considerar os ortodoxos como irmãos?
ResponderExcluirhttp://www.lucasbanzoli.com/2018/01/a-venda-de-indulgencias-ate-epoca-de.html?showComment=1517627537238#c7135671135043610841
ExcluirOi Lucão,li o ponto 5,entendi,Ap 1:7 se enquadraria tbm em um tipo,correto?.
ResponderExcluirMarcelo Dornelas.
Se enquadra sim. Abs!
ExcluirOlá Lucas Banzoli!!!!
ResponderExcluirNavegando pela internet, deparei-me com seus escritos. Que bom!!!! Vou ler, compreender e aprender.
E conhecereis a Verdade, e a Verdade vos libertará. João 8.32
Grande abraço!
Fábio
Obrigado Fábio, espero que goste dos artigos. Deus lhe abençoe!
ExcluirBoa noite. Obrigado pelo artigo, eu tinha me deparado com um site preterista e depois procurei algo que rebatesse o assunto e parei aqui... muito esclarecedor. Depois fiquei vagando no Youtube, tipo, falando em Apocalipse e em tempos difíceis, tem como vc dizer o que acha desse vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=2Ixu92IRi18 , obrigado.
ResponderExcluirOlá, eu já tinha visto esse vídeo há um tempo atrás e é bem interessante mesmo, eu infelizmente não posso declarar se é verdade o que ele diz ou não porque não domino o idioma hebraico, mas de todo modo para explicar o mal que há no mundo não é necessário isso, há muitas boas explicações cristãs (dadas por gente como William Lane Craig e Alvin Plantinga) que me parecem satisfatórias (embora nós jamais vamos compreender todos os detalhes, por nossas limitações intrínsecas).
ExcluirLucas, quero convidá-lo para um debate com o Ronaldo (preterista) do canal Analisando as Escrituras.
ResponderExcluirPodemos fazer via hangouts e/ou pelo nosso grupo do Telegram https://t.me/joinchat/MIh2FBNzP-cNBCfn6jMSzw.
Aguardo uma resposta.
Não debato doutrinas bíblicas com não-cristãos ou anticristãos que desacreditam a Bíblia, é tolice e nonsense. Temas bíblicos devem ser discutidos com quem tem a mesma base.
ExcluirIsso mesmo!!!
ExcluirGraça e paz amado irmão algumas coisas que você diz estão certas mas outras precisam ser vistas dentro da escritura pois há contradições.
ResponderExcluirVocê pode me dizer que contradições são essas?
ExcluirJoão 14:3 E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também.
ResponderExcluirClaro que pode, fique à vontade. Grande abraço!
ResponderExcluir